Comparação entre o pericárdio bovino decelularizado e o pericárdio bovino convencional utilizado na confecção de biopróteses valvares cardíacas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-08102014-114843/ |
Resumo: | O pericárdio bovino tratado com glutaraldeído (GTA) e armazenado em formaldeído tem sido utilizado para confecção de biopróteses cardíacas ao longo das últimas décadas, já se tendo acumulado grande experiência com seu manuseio. Sabemos, no entanto, que o uso do GTA associadamente à presença de restos celulares existentes em meio às fibras de colágeno e elastina do pericárdio, são fatores indutores de resposta inflamatória e de enucleação de cristais de cálcio, o que compromete a durabilidade da bioprótese in vivo a longo prazo. No presente trabalho, tivemos como objetivo comparar a resistência mecânica do pericárdio decelularizado com o pericárdio convencional, assim como avaliar sua capacidade de induzir resposta inflamatória em modelo experimental com ratos. Para estudar as duas técnicas, dividimos os pericárdios em dois grupos: Grupo I - pericárdio submetido a tratamento convencional com GTA e Grupo II - pericárdio submetido a tratamento de decelularização previamente ao tratamento convencional com GTA. Após o processamento químico dos pericárdios, as amostras do Grupo II foram histologicamente avaliadas para confirmar a eficácia da decelularização. A seguir, analisamos a resistência mecânica nos dois grupos de pericárdio através dos testes de tração e de desnaturação térmica. Em nossa casuística, os dois grupos tiveram desempenho semelhante. A capacidade de induzir resposta inflamatória foi avaliada em estudo experimental em 50 ratos Wistar, machos, com 3 meses de idade, os quais foram submetidos a implante subcutâneo no abdome de fragmentos de pericárdio dos dois grupos. Igualmente, não evidenciamos diferença significativa. Nossa terceira etapa de avaliação consistiu em confeccionar 3 biopróteses (mitral n. 29) com o pericárdio decelularizado e que foram submetidas a avaliação hidrodinâmica juntamente com uma bioprótese convencional de teste. As biopróteses decelularizadas mostraram ter desempenho hidrodinâmico semelhante à prótese de teste e ao padrão de avaliação de próteses já conhecido da Braile Biomédica (S.J.Rio Preto-SP), todas atingindo a marca de 150 milhões de ciclos. A avaliação histológica do pericárdio das próteses ao fim da ciclagem mostrou padrão microscópico habitual, não tendo havido ruptura ou fragmentação anormal induzida por estresse mecânico. Temos como conclusão que a técnica de decelularização mantém a resistência física do pericárdio em comparação àquele convencionalmente preparado, não levando à fragmentação da matriz de colágeno e elastina e nem à perda de sua resistência mecânica tanto estática quanto dinâmica, além de não ter induzido resposta inflamatória diferente daquela habitualmente encontrada no pericárdio convencional |
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Comparação entre o pericárdio bovino decelularizado e o pericárdio bovino convencional utilizado na confecção de biopróteses valvares cardíacasComparison between the decellularized bovine pericardium and the conventional bovine pericardium used in the manufacturing of cardiac bioprosthesisBioprosthesisBiopróteseBovineBovinosComparative studyEstudo comparativoHeart valve prosthesisPericárdioPericardiumPrótese das valvas cardíacasO pericárdio bovino tratado com glutaraldeído (GTA) e armazenado em formaldeído tem sido utilizado para confecção de biopróteses cardíacas ao longo das últimas décadas, já se tendo acumulado grande experiência com seu manuseio. Sabemos, no entanto, que o uso do GTA associadamente à presença de restos celulares existentes em meio às fibras de colágeno e elastina do pericárdio, são fatores indutores de resposta inflamatória e de enucleação de cristais de cálcio, o que compromete a durabilidade da bioprótese in vivo a longo prazo. No presente trabalho, tivemos como objetivo comparar a resistência mecânica do pericárdio decelularizado com o pericárdio convencional, assim como avaliar sua capacidade de induzir resposta inflamatória em modelo experimental com ratos. Para estudar as duas técnicas, dividimos os pericárdios em dois grupos: Grupo I - pericárdio submetido a tratamento convencional com GTA e Grupo II - pericárdio submetido a tratamento de decelularização previamente ao tratamento convencional com GTA. Após o processamento químico dos pericárdios, as amostras do Grupo II foram histologicamente avaliadas para confirmar a eficácia da decelularização. A seguir, analisamos a resistência mecânica nos dois grupos de pericárdio através dos testes de tração e de desnaturação térmica. Em nossa casuística, os dois grupos tiveram desempenho semelhante. A capacidade de induzir resposta inflamatória foi avaliada em estudo experimental em 50 ratos Wistar, machos, com 3 meses de idade, os quais foram submetidos a implante subcutâneo no abdome de fragmentos de pericárdio dos dois grupos. Igualmente, não evidenciamos diferença significativa. Nossa terceira etapa de avaliação consistiu em confeccionar 3 biopróteses (mitral n. 29) com o pericárdio decelularizado e que foram submetidas a avaliação hidrodinâmica juntamente com uma bioprótese convencional de teste. As biopróteses decelularizadas mostraram ter desempenho hidrodinâmico semelhante à prótese de teste e ao padrão de avaliação de próteses já conhecido da Braile Biomédica (S.J.Rio Preto-SP), todas atingindo a marca de 150 milhões de ciclos. A avaliação histológica do pericárdio das próteses ao fim da ciclagem mostrou padrão microscópico habitual, não tendo havido ruptura ou fragmentação anormal induzida por estresse mecânico. Temos como conclusão que a técnica de decelularização mantém a resistência física do pericárdio em comparação àquele convencionalmente preparado, não levando à fragmentação da matriz de colágeno e elastina e nem à perda de sua resistência mecânica tanto estática quanto dinâmica, além de não ter induzido resposta inflamatória diferente daquela habitualmente encontrada no pericárdio convencionalThe bovine pericardium treated with glutaraldehyde (GTA) and stored in formaldehyde has been used in the manufacturing of cardiac bioprosthesis through the past decades, and a great knowledge has been acquired in this field. We know however that the use of the GTA and the presence of cell debris among the collagen and elastin fibers are triggers to induce inflammatory response and calcium deposition in the tissue, what compromises the long term durability of bioprosthesis in vivo. In this paper, our objective was to compare the decellularized and the conventional pericardium mechanical resistance and also its capability of inducing inflammatory response in an animal experimental model. In order to study these two techniques, we divided the pericardia into two groups: Group I- pericardia conventionally treated with GTA and Group II - pericardia previously decellularized and then conventionally treated with GTA. At first, after the pericardia chemical treatment, we performed histological analysis of Group II to certify the efficacy of the decellularization process. Afterwards, we analyzed the mechanical resistance in both groups using the stretching and shrinkage tests. In our samples, both groups had the same performance. The capacity of inducing inflammatory response was evaluated in an experimental study with 50 Wistar rats, male, 3 months old, which were operated to receive the pericardia patches of both groups underneath the dermal layer in the abdomen. We also did not find any difference between the groups. The third step of evaluation was to manufacture three decellularized bioprosthesis and one no decellularized one that were submitted to hydrodynamic tests. The decellularized and the test prosthesis showed the same performance and there was also no difference when compared with the known performance of the Braile Biomédica\'s (S.J.R. Preto-SP) bioprosthesis. They all reached 150 million cicles. The histological avaluation of the bioprosthesis showed the usual microscopic pattern, and there was no abnormal rupture or fragmentation caused by mechanical stress. We have therefore reached to the conclusion that the decellularization technique keeps the physical resistance of the pericardium when compared with the conventionally prepared. It does not cause damage or fragmentation of the collagen and elastin fibers and does not lead to loss of the mechanical resistance. And also, there was no difference in both groups regarding to inflammatory response studied in the animal modelBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPomerantzeff, Pablo Maria AlbertoCosta, Jean Newton Lima2005-02-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-08102014-114843/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-08102014-114843Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O pericárdio bovino tratado com glutaraldeído (GTA) e armazenado em formaldeído tem sido utilizado para confecção de biopróteses cardíacas ao longo das últimas décadas, já se tendo acumulado grande experiência com seu manuseio. Sabemos, no entanto, que o uso do GTA associadamente à presença de restos celulares existentes em meio às fibras de colágeno e elastina do pericárdio, são fatores indutores de resposta inflamatória e de enucleação de cristais de cálcio, o que compromete a durabilidade da bioprótese in vivo a longo prazo. No presente trabalho, tivemos como objetivo comparar a resistência mecânica do pericárdio decelularizado com o pericárdio convencional, assim como avaliar sua capacidade de induzir resposta inflamatória em modelo experimental com ratos. Para estudar as duas técnicas, dividimos os pericárdios em dois grupos: Grupo I - pericárdio submetido a tratamento convencional com GTA e Grupo II - pericárdio submetido a tratamento de decelularização previamente ao tratamento convencional com GTA. Após o processamento químico dos pericárdios, as amostras do Grupo II foram histologicamente avaliadas para confirmar a eficácia da decelularização. A seguir, analisamos a resistência mecânica nos dois grupos de pericárdio através dos testes de tração e de desnaturação térmica. Em nossa casuística, os dois grupos tiveram desempenho semelhante. A capacidade de induzir resposta inflamatória foi avaliada em estudo experimental em 50 ratos Wistar, machos, com 3 meses de idade, os quais foram submetidos a implante subcutâneo no abdome de fragmentos de pericárdio dos dois grupos. Igualmente, não evidenciamos diferença significativa. Nossa terceira etapa de avaliação consistiu em confeccionar 3 biopróteses (mitral n. 29) com o pericárdio decelularizado e que foram submetidas a avaliação hidrodinâmica juntamente com uma bioprótese convencional de teste. As biopróteses decelularizadas mostraram ter desempenho hidrodinâmico semelhante à prótese de teste e ao padrão de avaliação de próteses já conhecido da Braile Biomédica (S.J.Rio Preto-SP), todas atingindo a marca de 150 milhões de ciclos. A avaliação histológica do pericárdio das próteses ao fim da ciclagem mostrou padrão microscópico habitual, não tendo havido ruptura ou fragmentação anormal induzida por estresse mecânico. Temos como conclusão que a técnica de decelularização mantém a resistência física do pericárdio em comparação àquele convencionalmente preparado, não levando à fragmentação da matriz de colágeno e elastina e nem à perda de sua resistência mecânica tanto estática quanto dinâmica, além de não ter induzido resposta inflamatória diferente daquela habitualmente encontrada no pericárdio convencional |
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