Rir para resistir: a luta contra a ditadura na imprensa paraibana (1970-1980)

• Autor(a) principal: Brito, Rosildo Raimundo de
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-21092020-202512/
• topic: Caricatura; Caricature; Dictatorship; Ditadura; Humor; Humor; Imprensa; Paraíba; Paraíba; Press

Esta tese consiste na realização de um estudo histórico acerca da produção satírico-humorística impressa, presente na imprensa paraibana durante os anos 1970, com ênfase no conteúdo representativo da experiência social marcante que foi a ditadura civil-militar brasileira. O objetivo deste trabalho é, pois, identificar e analisar, dentro de uma perspectiva metodológica de análise crítico-histórica, o modo de como a resistência e enfrentamento à ditadura civil-militar foi representada na imprensa paraibana. Para tanto, a atenção está focada especialmente na produção das charges e dos quadrinhos publicados nos principais jornais em circulação nos anos 1970 e que compunham a imprensa tradicional e a imprensa alternativa, através dos quais, este estudo buscou descrever as formas de resistência e de combate desenvolvidas pelos humoristas gráficos durante aquela época. Fundamentada na contribuição teórico-metodológica de diversos autores dos campos da História Social e a da História Cultural, a análise evidenciou não apenas o caráter de documento histórico de que os desenhos de humor se revestem como também fez ver a importância que esses representam para a pesquisa histórica quando associados a articulações com diferentes práticas sociais e documentos da época estudados e interpretados à luz de problemáticas de conhecimento histórico (SILVA, M., 2018). Dentre as diversas conclusões apresentadas ao final deste trabalho decorrentes, especialmente, da observação em torno da narratividade com que os cartunistas paraibanos construíram a memória social acerca do embate político-ideológico aqui em destaque, está a nítida evidência de que, para além de artefatos culturais revestidos de um poder simbólico significativo, conforme ressalta Kucinski (2001), os desenhos satírico-humorísticos mais que meros símbolos de resistência da sociedade civil ao autoritarismo, ou expressão de um movimento de resistência, eles são em si mesmos, a própria resistência. Instrumentos a revelarem, que o riso não é mera escapatória. Representa, conforme tenta atestar este estudo, fazendo valer as palavras de George Minois (2003), uma maneira de enfrentar as coisas, de se afirmar diante das ameaças e da incongruência ou da insipidez de todos os horrores da vida cotidiana.