Economia solidária e identidade: a autogestão no trabalho como experiência emancipatória

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nicolletti, Mariana Xavier
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-20072011-123353/
Resumo: Nascida de minha história com o trabalho, fundamentada na vivência junto a grupos hétero e autogestionários, esta pesquisa busca a aproximação à experiência subjetiva, particular, única, vivenciada pelos sujeitos-cooperados de uma cooperativa popular exógena em formação, a Mãos na Massa. Sujeitos que fazem o dia a dia do empreendimento, que vivenciam a construção cotidiana da autogestão, em seus desafios e oportunidades. O prisma adotado a fim de compreender o sentido das transformações experimentadas pelos sujeitos é o da Identidade como metamorfose constante. A partir da observação participante ao longo do trabalho de nove meses junto ao grupo e das entrevistas em profundidade, de história de vida, com três cooperados, foi possível traçar pontos de inflexão ou de manutenção do sentido em que a metamorfose das identidades, nesses três casos, pôde dar-se. A matéria-prima desta pesquisa é o repertório de cada um, os sonhos, desejos, interesses. O encontro com a proposta de uma nova organização do trabalho pode ressoar de infindáveis maneiras, ganhar diversos significados; conformar-se ou não em um vetor para a concretização dos projetos de autonomia. Parte-se do papel central do trabalho para a formação e transformação da subjetividade, atividade de interação com o outro e com o ambiente que abre caminho para a transformação de si mesmo e do mundo. Trabalho que se concretizou, historicamente, como emprego, como trabalho informal, precarizado, contratado etc. A economia solidária e o cooperativismo popular propõem uma outra organização do trabalho e, portanto, uma diferente concretização das relações entre os homens e mulheres e deles como o mundo. Organização marcada pela solidariedade, cooperação, participação, equidade, pela construção conjunta, pela autogestão. Teoria e prática juntaram-se na formulação e no estudo da pergunta fundadora desta pesquisa: se, e de que maneira, a vivência do cooperativismo popular impulsiona um novo sentido, emancipatório, à metamorfose constante da identidade dos sujeitos-cooperados. Não se chega a uma única e definitiva resposta, mas aos caminhos seguidos por cada narrador de sua própria história. Entende-se como, nesses três casos, a economia solidária representou alternativas aos valores e ideologias enrijecidos, e como, assim, despontam espaços para novas personagens, para um outro outro que clama por vida. A vivência autogestionária apresenta-se, sim, como oportunidade para o reconhecimento de habilidades, conhecimentos, potencialidades, do que há em comum e de particular em cada um; para reconhecimento de toda a humanidade contida em cada homem e em cada mulher. A partir dos símbolos e significados compartilhados, recupera-se a confiança em si mesmo, estabelece-se a base para a posição de sujeito-ativo, autodeterminado que se lança à mudança do que não merece ser vivido, à construção de uma nova objetividade, não apenas no trabalho, na vida, na comunidade, no mundo
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A partir da observação participante ao longo do trabalho de nove meses junto ao grupo e das entrevistas em profundidade, de história de vida, com três cooperados, foi possível traçar pontos de inflexão ou de manutenção do sentido em que a metamorfose das identidades, nesses três casos, pôde dar-se. A matéria-prima desta pesquisa é o repertório de cada um, os sonhos, desejos, interesses. O encontro com a proposta de uma nova organização do trabalho pode ressoar de infindáveis maneiras, ganhar diversos significados; conformar-se ou não em um vetor para a concretização dos projetos de autonomia. Parte-se do papel central do trabalho para a formação e transformação da subjetividade, atividade de interação com o outro e com o ambiente que abre caminho para a transformação de si mesmo e do mundo. Trabalho que se concretizou, historicamente, como emprego, como trabalho informal, precarizado, contratado etc. A economia solidária e o cooperativismo popular propõem uma outra organização do trabalho e, portanto, uma diferente concretização das relações entre os homens e mulheres e deles como o mundo. Organização marcada pela solidariedade, cooperação, participação, equidade, pela construção conjunta, pela autogestão. Teoria e prática juntaram-se na formulação e no estudo da pergunta fundadora desta pesquisa: se, e de que maneira, a vivência do cooperativismo popular impulsiona um novo sentido, emancipatório, à metamorfose constante da identidade dos sujeitos-cooperados. Não se chega a uma única e definitiva resposta, mas aos caminhos seguidos por cada narrador de sua própria história. Entende-se como, nesses três casos, a economia solidária representou alternativas aos valores e ideologias enrijecidos, e como, assim, despontam espaços para novas personagens, para um outro outro que clama por vida. A vivência autogestionária apresenta-se, sim, como oportunidade para o reconhecimento de habilidades, conhecimentos, potencialidades, do que há em comum e de particular em cada um; para reconhecimento de toda a humanidade contida em cada homem e em cada mulher. A partir dos símbolos e significados compartilhados, recupera-se a confiança em si mesmo, estabelece-se a base para a posição de sujeito-ativo, autodeterminado que se lança à mudança do que não merece ser vivido, à construção de uma nova objetividade, não apenas no trabalho, na vida, na comunidade, no mundoOriginated in my own working story, and based on the experience with hierarchical and self-managed groups, this study seeks a closer approach to the subjective, particular, and unique experience lived by individual members of Mãos na Massa, an exogenous and communal cooperative in process of formation. These individuals, this community are responsible for the business day by day; they are the one who experience the construction of self-managed on a daily basis, along with its challenges and opportunities. In order to comprehend trends of their transformation, the Identity as constant metamorphosis was the perspective adopted in the analysis. Through continuous observation during nine months of work with the group and in-depth interviews of three cooperative members about their life stories, it was possible to plot points of inflection and maintenance of the direction their identities metamorphosis in these three cases. The raw material of this survey is the repertoire of each individual - his or her dreams, desires, and interests. The encounter with a proposal of new work structure can reverberate in endless ways, have several meanings, and comply, or not, with a vector towards the achievement of their autonomy projects. The central role of work in the formation and transformation of subjectivity is a premise of this research, taking into account work as an activity of interaction with the other and with the environment. Therefore, the work is considered the activity that paves the route for the transformation of oneself and of the world. The concept of work that has been materialized, historically, as employment, as precarious and informal work, as hired work, etc. Solidarity economy and communal cooperatives propose another organization of work and, thus, different relationships between men and women, between them and the world. Their proposal is focused in work organization marked by solidarity, cooperation, participation, equity, by co-construction, by self-management. Theory and practice have created the foundation question of this survey: whether, and in what manner, the experience in communal cooperatives propels a new direction towards constant metamorphosis of their participants identity and emancipation. The result is not a single and definitive answer, but the comprehension of paths trailed by each being, narrator of his or her own story. It is possible to recognize how, in the three cases analyzed, solidarity economy represented alternatives to rigid values and ideologies, and as a result it also signified a new scenario for new characters, a new space for another \"other\" that alleges for life. Therefore, the self-management experience can connote an opportunity for recognition of their own skills, knowledge, capabilities, not to mention their similarity and particularity. Finally, it can symbolize recognition of all mankind inside each one. From shared symbols and meanings, it seems to be possible to retrieve self-confidence, to establish the basis for an active-subject position and self-determined being who throws oneself to real change - to change what is not worth to live, to the construction of a new objectivity, not just at work, in life, in the community, in the worldBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMello, Sylvia Leser deNicolletti, Mariana Xavier2011-04-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-20072011-123353/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-20072011-123353Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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