Efeitos do antipsicótico olanzapina na reatividade in vitro da aorta torácica de ratos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-08052023-152005/ |
Resumo: | A esquizofrenia é uma doença mental grave e crônica relevante, que se manifesta predominantemente em indivíduos jovens até o início da idade adulta inicial. Os antipsicóticos são, sem dúvida, os principais agentes farmacoterapêuticos para tratar pessoas com esquizofrenia. Poucos medicamentos antipsicóticos se mostraram tão eficazes terapeuticamente quanto a olanzapina, mas este pode desregular o metabolismo lipídico hepático, promover a hiperlipidemia e piorar a inflamação aórtica, acelerando o desenvolvimento da aterosclerose e aumentando os riscos cardiovasculares. Assim, esse estudo foi delineado para avaliar os mecanismos envolvidos na reatividade vascular dependente do endotélio sob a ação da olanzapina uma vez que o grupo de pesquisa já apresenta resultados sobre os efeitos da clozapina na reatividade vascular. Tais drogas são bastante utilizadas e avaliadas em diversos estudos clínicos sob diferentes aspectos, mas não em relação a seu efeito direto sobre o vaso. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da olanzapina sobre a reatividade da aorta de rato, bem como os mecanismos envolvidos nesta resposta, e verificar se a olanzapina promove relaxamento, se é dependente ou independente do endotélio, e investigar a participação da prostaciclina, óxido nítrico e potássio na resposta vascular. Foi feito um estudo de reatividade vascular em banho de órgão isolado, e as curvas concentração-resposta para olanzapina, feitas em anéis de aorta torácica de rato pré-contraídos com fenilefrina (PE) (10-7 M), foram registradas na presença e na ausência dos inibidores L-Name, indometacina, ODQ, tetraetilamônio (TEA) e cloreto de potássio (KCl). A olanzapina induziu relaxamento em anéis da aorta com endotélio pré-contraído com PE, entretanto não alterou a tensão de anéis sem endotélio. Ainda em anéis de aorta com endotélio o L-Name e o ODQ, bloquearam o relaxamento induzido pela olanzapina, enquanto a indometacina não alterou esse relaxamento. A associação dos inibidores indometacina e L-Name promoveu um bloqueio completo do relaxamento induzido pela olanzapina. Tanto o TEA quanto o KCl bloquearam o relaxamento induzido pela olanzapina. Considerando os resultados encontrados no presente estudo sobre a olanzapina e os resultados anteriormente demonstrados pelo grupo sobre a clozapina, poderíamos inferir que os antipsicóticos não seriam os responsáveis pelo aumento na ocorrência de doenças cardiovasculares em pacientes esquizofrênicos tratados, ao que diz respeito ao efeito desta classe de fármacos sobre a vasculatura. Entretanto, o perfil metabólico induzido pelos antipsicóticos não foi considerado neste estudo. |
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Efeitos do antipsicótico olanzapina na reatividade in vitro da aorta torácica de ratosEffects of the antipsychotic olanzapine on the in vitro reactivity of the rat thoracic aortaAntipsicóticoAntipsychoticCardiovascular diseasesDoenças cardiovascularesEndotélioEndotheliumEsquizofreniaOlanzapinaOlanzapineReatividade vascularSchizophreniaVascular reactivityA esquizofrenia é uma doença mental grave e crônica relevante, que se manifesta predominantemente em indivíduos jovens até o início da idade adulta inicial. Os antipsicóticos são, sem dúvida, os principais agentes farmacoterapêuticos para tratar pessoas com esquizofrenia. Poucos medicamentos antipsicóticos se mostraram tão eficazes terapeuticamente quanto a olanzapina, mas este pode desregular o metabolismo lipídico hepático, promover a hiperlipidemia e piorar a inflamação aórtica, acelerando o desenvolvimento da aterosclerose e aumentando os riscos cardiovasculares. Assim, esse estudo foi delineado para avaliar os mecanismos envolvidos na reatividade vascular dependente do endotélio sob a ação da olanzapina uma vez que o grupo de pesquisa já apresenta resultados sobre os efeitos da clozapina na reatividade vascular. Tais drogas são bastante utilizadas e avaliadas em diversos estudos clínicos sob diferentes aspectos, mas não em relação a seu efeito direto sobre o vaso. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da olanzapina sobre a reatividade da aorta de rato, bem como os mecanismos envolvidos nesta resposta, e verificar se a olanzapina promove relaxamento, se é dependente ou independente do endotélio, e investigar a participação da prostaciclina, óxido nítrico e potássio na resposta vascular. Foi feito um estudo de reatividade vascular em banho de órgão isolado, e as curvas concentração-resposta para olanzapina, feitas em anéis de aorta torácica de rato pré-contraídos com fenilefrina (PE) (10-7 M), foram registradas na presença e na ausência dos inibidores L-Name, indometacina, ODQ, tetraetilamônio (TEA) e cloreto de potássio (KCl). A olanzapina induziu relaxamento em anéis da aorta com endotélio pré-contraído com PE, entretanto não alterou a tensão de anéis sem endotélio. Ainda em anéis de aorta com endotélio o L-Name e o ODQ, bloquearam o relaxamento induzido pela olanzapina, enquanto a indometacina não alterou esse relaxamento. A associação dos inibidores indometacina e L-Name promoveu um bloqueio completo do relaxamento induzido pela olanzapina. Tanto o TEA quanto o KCl bloquearam o relaxamento induzido pela olanzapina. Considerando os resultados encontrados no presente estudo sobre a olanzapina e os resultados anteriormente demonstrados pelo grupo sobre a clozapina, poderíamos inferir que os antipsicóticos não seriam os responsáveis pelo aumento na ocorrência de doenças cardiovasculares em pacientes esquizofrênicos tratados, ao que diz respeito ao efeito desta classe de fármacos sobre a vasculatura. Entretanto, o perfil metabólico induzido pelos antipsicóticos não foi considerado neste estudo.Schizophrenia is a relevant serious and chronic mental illness, which manifests itself predominantly in young individuals until the beginning of early adulthood. Antipsychotics are undoubtedly the main pharmacotherapeutic agents for treating people with schizophrenia. Few antipsychotic drugs have been shown to be as therapeutically effective as olanzapine, but olanzapine can disrupt hepatic lipid metabolism, promote hyperlipidemia, and worsen aortic inflammation, accelerating the development of atherosclerosis and increasing cardiovascular risks. Thus, this study was designed to evaluate the mechanisms involved in endothelium-dependent vascular reactivity under the action of olanzapine, since the research group already presents results on the effects of clozapine on vascular reactivity. Such drugs are widely used and evaluated in several clinical studies under different aspects, but not in relation to their direct effect on the vessel. The aim of this study was to investigate the effects of olanzapine on rat aortic reactivity, as well as the mechanisms involved in this response, and to verify whether olanzapine promotes relaxation, whether it is endothelium-dependent or endothelium-independent, and to investigate the participation of prostacyclin, nitric oxide, and potassium in the vascular response. A vascular reactivity study was performed in an isolated organ bath, and concentrationresponse curves for olanzapine, performed on rat thoracic aorta rings pre-contracted with phenylephrine (PE) (10-7 M), were recorded in the presence and absence of the L-Name inhibitors, indomethacin, ODQ, tetraethylammonium (TEA) and potassium chloride (KCl). Olanzapine induced relaxation in aortic rings with endothelium precontracted with PE, however it did not change the tension of rings without endothelium. Still in aortic rings with endothelium, L-Name and ODQ blocked the relaxation induced by olanzapine, while indomethacin did not alter this relaxation. The association of indomethacin and L-Name inhibitors promoted a complete block of olanzapine-induced relaxation. Both TEA and KCl blocked olanzapine-induced relaxation. Considering the results found in the present study on olanzapine and the results previously demonstrated by the group on clozapine, we could infer that antipsychotics would not be responsible for the increase in the occurrence of cardiovascular diseases in treated schizophrenic patients, regarding the effect of this class of drugs on the vasculature. However, the metabolic profile induced by antipsychotics was not considered in this study.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPEvora, Paulo Roberto BarbosaPrandi, Marelaine2023-03-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-08052023-152005/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-05-31T18:24:43Zoai:teses.usp.br:tde-08052023-152005Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-05-31T18:24:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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