A relação entre representação e experiência: um estudo crítico da \'filosofia existencialista da história\'
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-18022020-161314/ |
Resumo: | As noções de representação (tropologia e enredamento, compreensão, atribuição narrativa de substância) e experiência (subjetiva e sublime, presença) no que pode ser chamado de filosofia existencialista da história requerem uma ontologia comum para que sejam operacionalizáveis: embora pareçam conceitos de difícil reconciliação, é possível mostrar que as diferentes realidades que presumem são, na verdade, diferentes graus de reflexividade da consciência operando em um mundo sublime (não inerentemente significativo), no qual a incontornável impermanência de tudo que é material implica, juntamente com outros fatores, a provisoriedade de toda atribuição de sentido. Como toda continuidade se desfaz, é possível ler o debate e assim o fazemos como abarcando os dois lados da relação entre qualquer nível reflexivo mais alto com um nível reflexivo mais baixo: assim, o enfoque em representações mostra a produção de continuidades para um mundo descontínuo, enquanto o enfoque em experiência e presença enfatiza a descontinuidade dos processos, bem como de seus efeitos psicológicos manifestados a partir do momento em que se torna existencialmente (mais que apenas epistemologicamente) insustentável ou indesejável produzir sentido a partir de recursos estéticos continuístas. Em nossa leitura dos autores narrativistas e experiencialistas, a interação entre os diferentes níveis de realidade se dá pela movimentação da atenção entre um e outro: a atenção tanto pode ser direcionada para aspectos do mundo quanto atraída por eles. O trabalho trata as formulações de Mink, White e Ankersmit como exemplares do primeiro caso, e as de Ankersmit (em sua fase experiencialista) e Runia como exemplares do segundo. Ambos os momentos precisam de uma concepção da relação sujeito-mundo em que o sujeito não é concebido como existente de maneira separada dos mundos natural e social. |
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A relação entre representação e experiência: um estudo crítico da \'filosofia existencialista da história\'The relation between representation and experience: a critical study of the \"existentialist philosophy of history\"Eelco RuniaEelco RuniaExperienceExperiênciaFrank AnkersmitFrank AnkersmitHayden WhiteHayden WhiteLouis MinkLouis MinkRepresentaçãoRepresentationAs noções de representação (tropologia e enredamento, compreensão, atribuição narrativa de substância) e experiência (subjetiva e sublime, presença) no que pode ser chamado de filosofia existencialista da história requerem uma ontologia comum para que sejam operacionalizáveis: embora pareçam conceitos de difícil reconciliação, é possível mostrar que as diferentes realidades que presumem são, na verdade, diferentes graus de reflexividade da consciência operando em um mundo sublime (não inerentemente significativo), no qual a incontornável impermanência de tudo que é material implica, juntamente com outros fatores, a provisoriedade de toda atribuição de sentido. Como toda continuidade se desfaz, é possível ler o debate e assim o fazemos como abarcando os dois lados da relação entre qualquer nível reflexivo mais alto com um nível reflexivo mais baixo: assim, o enfoque em representações mostra a produção de continuidades para um mundo descontínuo, enquanto o enfoque em experiência e presença enfatiza a descontinuidade dos processos, bem como de seus efeitos psicológicos manifestados a partir do momento em que se torna existencialmente (mais que apenas epistemologicamente) insustentável ou indesejável produzir sentido a partir de recursos estéticos continuístas. Em nossa leitura dos autores narrativistas e experiencialistas, a interação entre os diferentes níveis de realidade se dá pela movimentação da atenção entre um e outro: a atenção tanto pode ser direcionada para aspectos do mundo quanto atraída por eles. O trabalho trata as formulações de Mink, White e Ankersmit como exemplares do primeiro caso, e as de Ankersmit (em sua fase experiencialista) e Runia como exemplares do segundo. Ambos os momentos precisam de uma concepção da relação sujeito-mundo em que o sujeito não é concebido como existente de maneira separada dos mundos natural e social.The concepts of \"representation\" (tropology, emplotment, comprehension, narrative substance) and \"experience\" (subjective & sublime historical, presence) in what can be called the \"existentialist philosophy of history\" require a common ontology so that they can be operationalized: even though they might seem to be hard to reconcile, it is possible to show that the different \"realities\" that they presume are, in fact, different levels of reflexivity of human consciousness acting in a sublime (or non-inherently meaningful) world, in which the unavoidable impermanence of everything implies, along with other factors, the provisional character of every gesture of meaning attribution. Given that every continuity eventually gets undone, it is possible to read the debate as encompassing both sides of the relationship between a higher level of reflexivity and a lower one: thus, the focus on representations highlights the production of continuities in a discontinuous world, while the focus on \"experience\" and \"presence\" emphasizes the discontinuity of the processes, as well as the psychological effects that manifest themselves from the moment on in which it becomes existentially (more than only epistemologically) unsustainable ou undesirable to create meaning through aesthetic resources that presume continuity (such as \"realistic\" ways em emplotment). In our reading of narrativist and experientialist authors, the interaction between different levels of reality (human and otherwise) happens through the movement of the attention between them. Relevant here is the fact that attention can be directed to aspects of the world as well as it can be attracted by them. The text treats the works of Mink, White, and Ankersmit as exemplars of the first case, and of the later Ankersmit and Runia as exemplars of the second. Both traditions (or both parts of the tradition) need a conception of the subject-world relation in which the subject is not presumed to exist apart from the social and natural worlds.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVasconcelos, Jose AntonioTelles, Marcus Vinicius de Moura2019-10-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-18022020-161314/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-02-18T22:22:02Zoai:teses.usp.br:tde-18022020-161314Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-18T22:22:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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