Uma contribuição para a avaliação do risco de entrada de pragas exóticas via comércio internacional no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-11042023-120904/ |
Resumo: | A intensificação do comércio internacional tem gerado preocupações acerca do risco de entrada de pragas exóticas no Brasil que podem prejudicar a economia e o meio ambiente do país. O Brasil já precisou lidar com diversas introduções e estabelecimento de pragas no território nacional e a defesa vegetal brasileira evoluiu consideravelmente ao longo dos anos. Hoje, devido ao grande volume de mercadorias importadas, o desafio do órgão fiscalizador em postos de fronteira fica cada vez maior, o que demanda do mesmo ampliar o uso de ferramentas de gestão de risco em sua atividade. O objetivo geral deste estudo é identificar os fatores que determinam os riscos de entrada de pragas em cargas de produtos vegetais importados, e, tendo como objetivo específico associar esses fatores identificados a questões econômicas, de forma que os resultados contribuam para as propostas de estratégias de fiscalização agrícola em postos de fronteira do País. Utilizou-se uma análise descritiva das interceptações de pragas em postos de fronteira do Brasil, no período entre 2018 e 2020, e o modelo de redes socioeconômicas. Os dados de interceptações de pragas foram obtidos da base Coordenação Geral de Fiscalização e Certificação Internacional do Departamento de Sanidade Vegetal e de Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), enquanto os volumes de remessas foram obtidos na base do COMEXSTAT. Primeiramente, analisando a base de interceptações e identificando as principais categorias de produtos agrícolas com registros de pragas nas cargas, alguns produtos foram selecionados como alvo da análise de redes. Verificaram-se os seguintes fatores como relevantes para análise de risco das frutas importadas: países de origem, época de ocorrência da importação, volume de remessas, produtos importados e postos de fronteira de entrada das cargas. Os resultados evidenciam a importância de um maior rigor na fiscalização das importações de: (i) maçã e pera provenientes da Argentina, do Uruguai, do Chile e da Espanha, principalmente em postos de fronteira da Região Sul no primeiro semestre; (ii) frutas do gênero Prunnus provenientes do Chile, especialmente em postos de fronteira do estado do Rio Grande do Sul em novembro e dezembro; (iii) Frutas da NCM 0810 originadas do Chile, do México e dos Estados Unidos; (iv) alho e cebola importados do Chile, da Argentina dos Países Baixos no primeiro semestre; (v) laranja e tangerina do Uruguai e da Argentina, principalmente nos postos de fronteira do estado de São Paulo; (vi) uva da Argentina, principalmente nos postos de fronteira da região Sul, em Pernambuco e em São Paulo no primeiro semestre; (vii) sementes de produtos hortícolas provenientes da França, Itália, Países Baixos, Estados Unidos, Peru, Egito, China, Tailândia e Japão, principalmente via estado de São Paulo; (viii) sementes de plantas forrageiras importadas do Uruguai e da Itália, principalmente na fronteira da região Sul; (ix) bulbos de lírio dos Países Baixos importados via Porto de Santos. O método de redes socioeconômicas se mostrou útil como ferramenta visual para analisar o fluxo de comércio e as regiões de risco. Porém, assim como a análise descritiva, não serve como modelo preditivo. O resultado apresentado não tem a função de recomendar que se deixe de fiscalizar outras cargas, mas pode ajudar a otimizar a fiscalização por meio da diminuição do tempo e da amostragem de alguns materiais enquanto se aumenta o tempo e a amostragem de outros que oferecem maior risco fitossanitário. |
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Uma contribuição para a avaliação do risco de entrada de pragas exóticas via comércio internacional no BrasilA contribution to risk assessment for entry of exotic pests via international trade in BrazilImportImportaçãoInspeção fitossanitáriaPhytosanitary inspectionRedes socioeconômicasSocioeconomic network analysisA intensificação do comércio internacional tem gerado preocupações acerca do risco de entrada de pragas exóticas no Brasil que podem prejudicar a economia e o meio ambiente do país. O Brasil já precisou lidar com diversas introduções e estabelecimento de pragas no território nacional e a defesa vegetal brasileira evoluiu consideravelmente ao longo dos anos. Hoje, devido ao grande volume de mercadorias importadas, o desafio do órgão fiscalizador em postos de fronteira fica cada vez maior, o que demanda do mesmo ampliar o uso de ferramentas de gestão de risco em sua atividade. O objetivo geral deste estudo é identificar os fatores que determinam os riscos de entrada de pragas em cargas de produtos vegetais importados, e, tendo como objetivo específico associar esses fatores identificados a questões econômicas, de forma que os resultados contribuam para as propostas de estratégias de fiscalização agrícola em postos de fronteira do País. Utilizou-se uma análise descritiva das interceptações de pragas em postos de fronteira do Brasil, no período entre 2018 e 2020, e o modelo de redes socioeconômicas. Os dados de interceptações de pragas foram obtidos da base Coordenação Geral de Fiscalização e Certificação Internacional do Departamento de Sanidade Vegetal e de Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), enquanto os volumes de remessas foram obtidos na base do COMEXSTAT. Primeiramente, analisando a base de interceptações e identificando as principais categorias de produtos agrícolas com registros de pragas nas cargas, alguns produtos foram selecionados como alvo da análise de redes. Verificaram-se os seguintes fatores como relevantes para análise de risco das frutas importadas: países de origem, época de ocorrência da importação, volume de remessas, produtos importados e postos de fronteira de entrada das cargas. Os resultados evidenciam a importância de um maior rigor na fiscalização das importações de: (i) maçã e pera provenientes da Argentina, do Uruguai, do Chile e da Espanha, principalmente em postos de fronteira da Região Sul no primeiro semestre; (ii) frutas do gênero Prunnus provenientes do Chile, especialmente em postos de fronteira do estado do Rio Grande do Sul em novembro e dezembro; (iii) Frutas da NCM 0810 originadas do Chile, do México e dos Estados Unidos; (iv) alho e cebola importados do Chile, da Argentina dos Países Baixos no primeiro semestre; (v) laranja e tangerina do Uruguai e da Argentina, principalmente nos postos de fronteira do estado de São Paulo; (vi) uva da Argentina, principalmente nos postos de fronteira da região Sul, em Pernambuco e em São Paulo no primeiro semestre; (vii) sementes de produtos hortícolas provenientes da França, Itália, Países Baixos, Estados Unidos, Peru, Egito, China, Tailândia e Japão, principalmente via estado de São Paulo; (viii) sementes de plantas forrageiras importadas do Uruguai e da Itália, principalmente na fronteira da região Sul; (ix) bulbos de lírio dos Países Baixos importados via Porto de Santos. O método de redes socioeconômicas se mostrou útil como ferramenta visual para analisar o fluxo de comércio e as regiões de risco. Porém, assim como a análise descritiva, não serve como modelo preditivo. O resultado apresentado não tem a função de recomendar que se deixe de fiscalizar outras cargas, mas pode ajudar a otimizar a fiscalização por meio da diminuição do tempo e da amostragem de alguns materiais enquanto se aumenta o tempo e a amostragem de outros que oferecem maior risco fitossanitário.The intensification of international trade has raised concerns about the risk of exotic pests entering Brazil, which could harm the environment and the national economy. Brazil has already faced several pest introductions and establishment in the territory and the Brazilian service for plant health has evolved considerably over the years. Due to the large volume of imports, the challenge of the inspection agency at ports of entry is increasing, which requires the use of risk management tools for inspecting the cargos. The general aim of this study is to identify the factors that determine the risk of pests entering via imported plant products, while the specific aims involve associating the factors identified in the general aim with economic issues and converting the results obtained into proposals for agricultural inspection strategies in ports of entry. A descriptive analysis of pest interceptions at the Brazilian ports of entry, from 2018 to 2020, and a socioeconomic network analysis were applied. Pest interception data were obtained from the General Coordination of Inspection and International Certification database of the Department of Plant Health and Agricultural Inputs of the Agricultural Defense Secretariat (SDA), while shipment volumes were obtained from the COMEXSTAT database. Firstly, through the analysis of the interceptions database and the identification of the main categories of agricultural products notified for pests, some products were selected as targets for the network analysis. The main factors found relevant for the risk analysis in the selected fruits categories imported were: countries of origin, importing seasonality, size of shipments, the imported products and the port of border entry receiving those shipments. Results highlight the importance of a more rigorous inspection in the following imports: (i) apples and pears from Argentina, Uruguay, Chile and Spain, mainly at ports of entry in the Southern Region in the first semester; (ii) fruits of the genus Prunnus from Chile, especially at ports of entry in the state of Rio Grande do Sul in November and December; (iii) NCM 0810 fruits from Chile, Mexico and the United States; (iv) garlic and onion imported from Chile, Argentina and Netherlands in the first semester; (v) orange and tangerine from Uruguay and Argentina, mainly at São Paulo state ports of entry; (vi) grapes from Argentina, mainly at ports of entry in the Southern Region, Pernambuco and São Paulo in the first semester; (vii) vegetable seeds from France, Italy, Netherlands, United States, Peru, Egypt, China, Thailand and Japan, mainly at ports of entry of São Paulo state; (viii) forage plant seeds imported from Uruguay and Italy, mainly at ports of entry in the Southern Region; (ix) lily bulbs from Netherland via Port of Santos. The social networks method proved to be useful as a great visual tool to analyze trade and risk regions. However, like descriptive analysis, it does not serve as a predictive model. The result presented does not have the function of recommending that some cargos should not be inspected, but it can help to optimize inspection by reducing the time and sampling of some materials while increasing the time sampling of others.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMiranda, Silvia Helena Galvao deMonteferrante, Eduardo Cassettari2023-01-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-11042023-120904/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-04-12T20:40:17Zoai:teses.usp.br:tde-11042023-120904Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-04-12T20:40:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A intensificação do comércio internacional tem gerado preocupações acerca do risco de entrada de pragas exóticas no Brasil que podem prejudicar a economia e o meio ambiente do país. O Brasil já precisou lidar com diversas introduções e estabelecimento de pragas no território nacional e a defesa vegetal brasileira evoluiu consideravelmente ao longo dos anos. Hoje, devido ao grande volume de mercadorias importadas, o desafio do órgão fiscalizador em postos de fronteira fica cada vez maior, o que demanda do mesmo ampliar o uso de ferramentas de gestão de risco em sua atividade. O objetivo geral deste estudo é identificar os fatores que determinam os riscos de entrada de pragas em cargas de produtos vegetais importados, e, tendo como objetivo específico associar esses fatores identificados a questões econômicas, de forma que os resultados contribuam para as propostas de estratégias de fiscalização agrícola em postos de fronteira do País. Utilizou-se uma análise descritiva das interceptações de pragas em postos de fronteira do Brasil, no período entre 2018 e 2020, e o modelo de redes socioeconômicas. Os dados de interceptações de pragas foram obtidos da base Coordenação Geral de Fiscalização e Certificação Internacional do Departamento de Sanidade Vegetal e de Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), enquanto os volumes de remessas foram obtidos na base do COMEXSTAT. Primeiramente, analisando a base de interceptações e identificando as principais categorias de produtos agrícolas com registros de pragas nas cargas, alguns produtos foram selecionados como alvo da análise de redes. Verificaram-se os seguintes fatores como relevantes para análise de risco das frutas importadas: países de origem, época de ocorrência da importação, volume de remessas, produtos importados e postos de fronteira de entrada das cargas. Os resultados evidenciam a importância de um maior rigor na fiscalização das importações de: (i) maçã e pera provenientes da Argentina, do Uruguai, do Chile e da Espanha, principalmente em postos de fronteira da Região Sul no primeiro semestre; (ii) frutas do gênero Prunnus provenientes do Chile, especialmente em postos de fronteira do estado do Rio Grande do Sul em novembro e dezembro; (iii) Frutas da NCM 0810 originadas do Chile, do México e dos Estados Unidos; (iv) alho e cebola importados do Chile, da Argentina dos Países Baixos no primeiro semestre; (v) laranja e tangerina do Uruguai e da Argentina, principalmente nos postos de fronteira do estado de São Paulo; (vi) uva da Argentina, principalmente nos postos de fronteira da região Sul, em Pernambuco e em São Paulo no primeiro semestre; (vii) sementes de produtos hortícolas provenientes da França, Itália, Países Baixos, Estados Unidos, Peru, Egito, China, Tailândia e Japão, principalmente via estado de São Paulo; (viii) sementes de plantas forrageiras importadas do Uruguai e da Itália, principalmente na fronteira da região Sul; (ix) bulbos de lírio dos Países Baixos importados via Porto de Santos. O método de redes socioeconômicas se mostrou útil como ferramenta visual para analisar o fluxo de comércio e as regiões de risco. Porém, assim como a análise descritiva, não serve como modelo preditivo. O resultado apresentado não tem a função de recomendar que se deixe de fiscalizar outras cargas, mas pode ajudar a otimizar a fiscalização por meio da diminuição do tempo e da amostragem de alguns materiais enquanto se aumenta o tempo e a amostragem de outros que oferecem maior risco fitossanitário. |
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