Estabilidade fenotípica da produção de grãos de dez cultivares de soja [Glycine max (L.) Merrill] nas condições do Rio Grande do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1978 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20240301-151104/ |
Resumo: | A partir de dados obtidos em 11 locais do Rio Grande do Sul, nos anos agrícolas de 1972/73 a 1974/75, foi estudada a estabilidade fenotípica da produção de grãos de dez cultivares de soja. A metodologia empregada foi a proposta por EBERHART e RUSSELL (1966), segundo a qual, a estabilidade fenotípica é avaliada através da regressão linear da produção média de cada cultivar em relação à produção média de todas as cultivares em cada ambiente. As dez cultivares estudadas mostraram coeficientes da regressão linear semelhantes entre si e a b = 1,00, indicando boa adaptação às condições do Rio Grande do Sul, bem como, capacidade para responderem com aumentos de produtividade, proporcionais às melhorias introduzidas no manejo da cultura. Isso revela, igualmente, que o esquema de pesquisa varietal de soja utilizado no Estado é adequado para detectar aqueles genótipos que apresentem tais capacidades. Face à similaridade entre as cultivares quanto ao seu comportamento linear, a diferenciação de sua estabilidade só pôde ser feita através da magnitude dos desvios da linearidade. Dentro dos ambientes considerados, as cultivares IAS-4, Bragg e Prata mostraram ser as mais estáveis entre as dez estudadas. As duas primeiras são, pela ordem, as mais desejáveis, considerando-se em conjunto os coeficientes da regressão linear, os desvios da linearidade e a capacidade produtiva. A cultivar Prata, apesar de estável, não apresentou boa produção média. Enquanto isso, Pérola e Planalto evidenciaram uma estabilidade intermediária entre as dez cultivares. Foram, entretanto, as que melhor produziram nos ambientes de baixa produtividade. As cultivares Bossier, Hardee, IAS-1, IAS-2 e IAS-5 mostraram grandes desvios da regressão linear. As cultivares de ciclo longo, consideradas como grupo, mostraram tendência para maiores desvios da regressão linear e menores produções que as dos outros ciclos. Enquanto isso, a tendência das do grupo de ciclo médio foi para maior produtividade. O desempenho médio das cultivares, segundo sua procedência, mostrou que aquelas criadas em nossas condições apresentam menores desvios que a média das introduzidas, e que possuem a tendência para coeficientes da regressão menores que 1,00. A repetibilidade da produção de grãos e dos coeficientes de regressão linear mostrou valores próximos, indicando que a seleção para esses dois caracteres oferece possibilidades semelhantes. Já a seleção para baixos desvios da linearidade é mais difícil, visto ser esse caráter mais influenciado pelo ambiente. O estudo sugere, ainda, que em soja a resposta linear das cultivares, possivelmente, tenha base genética diferente da não linear. É discutida, ainda, a importância do estudo da estabilidade fenotípica para a recomendação de cultivares. |
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Estabilidade fenotípica da produção de grãos de dez cultivares de soja [Glycine max (L.) Merrill] nas condições do Rio Grande do SulESTABILIDADE FENOTÍPICAPRODUÇÃOSOJAVARIEDADES VEGETAISA partir de dados obtidos em 11 locais do Rio Grande do Sul, nos anos agrícolas de 1972/73 a 1974/75, foi estudada a estabilidade fenotípica da produção de grãos de dez cultivares de soja. A metodologia empregada foi a proposta por EBERHART e RUSSELL (1966), segundo a qual, a estabilidade fenotípica é avaliada através da regressão linear da produção média de cada cultivar em relação à produção média de todas as cultivares em cada ambiente. As dez cultivares estudadas mostraram coeficientes da regressão linear semelhantes entre si e a b = 1,00, indicando boa adaptação às condições do Rio Grande do Sul, bem como, capacidade para responderem com aumentos de produtividade, proporcionais às melhorias introduzidas no manejo da cultura. Isso revela, igualmente, que o esquema de pesquisa varietal de soja utilizado no Estado é adequado para detectar aqueles genótipos que apresentem tais capacidades. Face à similaridade entre as cultivares quanto ao seu comportamento linear, a diferenciação de sua estabilidade só pôde ser feita através da magnitude dos desvios da linearidade. Dentro dos ambientes considerados, as cultivares IAS-4, Bragg e Prata mostraram ser as mais estáveis entre as dez estudadas. As duas primeiras são, pela ordem, as mais desejáveis, considerando-se em conjunto os coeficientes da regressão linear, os desvios da linearidade e a capacidade produtiva. A cultivar Prata, apesar de estável, não apresentou boa produção média. Enquanto isso, Pérola e Planalto evidenciaram uma estabilidade intermediária entre as dez cultivares. Foram, entretanto, as que melhor produziram nos ambientes de baixa produtividade. As cultivares Bossier, Hardee, IAS-1, IAS-2 e IAS-5 mostraram grandes desvios da regressão linear. As cultivares de ciclo longo, consideradas como grupo, mostraram tendência para maiores desvios da regressão linear e menores produções que as dos outros ciclos. Enquanto isso, a tendência das do grupo de ciclo médio foi para maior produtividade. O desempenho médio das cultivares, segundo sua procedência, mostrou que aquelas criadas em nossas condições apresentam menores desvios que a média das introduzidas, e que possuem a tendência para coeficientes da regressão menores que 1,00. A repetibilidade da produção de grãos e dos coeficientes de regressão linear mostrou valores próximos, indicando que a seleção para esses dois caracteres oferece possibilidades semelhantes. Já a seleção para baixos desvios da linearidade é mais difícil, visto ser esse caráter mais influenciado pelo ambiente. O estudo sugere, ainda, que em soja a resposta linear das cultivares, possivelmente, tenha base genética diferente da não linear. É discutida, ainda, a importância do estudo da estabilidade fenotípica para a recomendação de cultivares.The phenotypic stability for yield of ten soybean cultivars, grown in 11 locations of Rio Grande do Sul State, during 1972/73 to 1974/75 seasons, was studied. Following the methodology described by EBERHART and RUSSELL (1966) the phenotypic stability was evaluated by linear regression of the average yield of each cultivar in relation to the average yield of all cultivars in each environment. The linear regression coefficients of the ten cultivars were similar to each other and to b = 1.0. This indicates good adaptation to the environmental conditions of Rio Grande do Sul, as well as ability to show better yields with improvement in the crop management. This also indicates that the varietal research approach used in that State is adequate to detect genotypes with such capacities. Due to similarities on the linear performance of the cultivars, the differentiation of their stability was only detectable by the study of deviations from regression. For all the environmental conditions considered, IAS-4, Bragg and Prata had the highest stability. The cultivars IAS-4 and Bragg were also considered the most desirable, if the linear regression coefficient, linearity deviations and yield ability were considered together. Despite its stability, the cultivar Prata did not have good average yield. The cultivar Pérola and Planalto, although showing an intermediate stability, were the ones with highest yields in low productivity environments. The cultivars Bossier, Hardee, IAS-2 and IAS-5 had the highest linear regression deviations. The late cultivars, as a group, had a tendency to higher deviations from linear regression and lower yield than the others. The medium maturing cultivars, as a group showed the tendency to high productivity. The average performance of the cultivars indicated that the ones developed in Brazil had lower deviations than the average of the introduced cultivars and had a tendency for linear regression coefficient smaller than 1.0. The interclass correlation of yield and linear regression coefficient was similar and this indicates that selection for these two characters has similar possibilities. Selection for low deviations from regression is more difficult due to the fact that this character is more influenced by the environment. This study also suggests that the genetic control of the linear response of the cultivars is possibly different from the non-linear. The study of phenotypic stability in the recommendation of cultivars is also discussed in this paper.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVencovsky, RolandBonato, Emídio Rizzo1978-12-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20240301-151104/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-27T17:09:46Zoai:teses.usp.br:tde-20240301-151104Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-27T17:09:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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