Estabilidade fenotípica de variedades de cana-de-açúcar (Saccharum spp.) nos Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte

• Autor(a) principal: Pires, Carlos Eduardo Lins e Silva
• Data de Publicação: 1981
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20220207-173756/
• topic: CANA-DE-AÇÚCAR; ESTABILIDADE FENOTÍPICA; VARIEDADES VEGETAIS

A partir dos dados obtidos em dois cortes de 29 experimentos distribuídos por sete locais dos Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte e compreendendo os anos agrícolas 73/74 a 75/76 para o primeiro corte e 74/75 a 76/77 para o segundo corte, foi realizado o estudo de estabilidade fenotípica para produção de colmos de seis variedades de cana-de-açúcar, de acordo com o modelo proposto por EBERHART e RUSSEL (1966). A significância da interação variedades x experimentos nas análises conjuntas de variância em blocos ao acaso, considerando cada corte separadamente, indicou que os 29 experimentos (locais e anos) devem ser considerados como ambientes distintos nas análises de estabilidade. A significância das interações variedades x cortes e variedades x cortes x experimentos, detectada na análise conjunta de variância dos 29 experimentos com os dois cortes em parcelas subdivididas no tempo, indicou que cada corte deve ser considerado como um ambiente distinto no estudo da estabilidade fenotípica. A análise de variância para estabilidade, considerando o total de 58 ambientes (os dois cortes dos 29 experimentos), mostrou que a produção média das seis variedades respondeu às variações ambientais de forma predominantemente linear e que as variedades apresentaram diferenças genéticas para produção, adaptação e estabilidade. As variedades CB45-3 e CB61-27 apresentaram mais alta capacidade de produção, tendências de adaptação a ambientes favoráveis (b>1) e variância dos desvios da regressão significativos, mas com magnitudes inferiores à média das variâncias de todas as variedades estudadas. Foi realçado o fato da variedade CB61-27 apresentar dois aspectos desfavoráveis: menor teor de sacarose e suscetibilidade à escaldadura da folha, Xanthomonas albilineans (Ashby) Dowson. Já as variedades CB47-355 e CB55-18 apresentaram valores de b semelhante à unidade e as menores variâncias dos desvios da regressão. Todavia, ambas as variedades apresentaram produções inferiores à produção média das variedades estudadas. Finalmente, as variedades CP51-22 e CP53-76 mostraram tendências de adaptação às condições menos favoráveis (b<1) e comportamento dos mais imprevisíveis, por terem apresentado as maiores variâncias dos desvios da regressão. As análises de estabilidade, para cada corte separadamente, mostraram tendências mais estáveis das variedades no segundo corte. Dessa maneira, não é recomendável avaliar a estabilidade fenotípica de variedades de cana-de-açúcar com base num único corte. O estudo de repetibilidade indicou que a seleção em cana-de-açúcar deve ser promissora no sentido de se alterar tanto a produção, como também as respostas lineares e não-lineares às variações ambientais.