Avaliação de medidas e índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular em pacientes com Lipodistrofia Parcial Familiar do tipo Dunnigan
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17162/tde-23082020-104953/ |
Resumo: | Introdução: A Lipodistrofia Parcial Familiar Tipo Dunnigan (LPFD) é uma doença autossômica dominante rara caracterizada pela perda de gordura subcutânea e alterações metabólicas, como dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Esse conjunto de alterações é responsável por elevar os riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Métodos de avaliação práticos, acessíveis, precisos e confiáveis utilizados na prática clínica tornam-se fundamentais para identificar precocemente o risco para desenvolvimento dessas doenças. Objetivos: Propor pontos de corte para as medidas antropométricas e índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular em pacientes com LPFD. Metodologia: Foram avaliados 20 pacientes com LPFD. Foram aferidas medidas de circunferências, pregas cutâneas e calculados os índices de adiposidades (índice de massa corporal, razão cintura coxa, índice de conicidade e a body shape índex). Para identificação de risco/eventos cardiovasculares foram realizados os exames de eletrocardiograma; eletrocardiografia de esforço; exame de índice tornozelo braquial (ITB), pressão arterial, exames bioquímicos de lipidograma e glicemia. Para avaliar o desempenho de todas as medidas/índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular foram utilizadas as curvas ROC, sendo que as medidas/índices que apresentarem melhor área sobre a curva (AUC) foram utilizadas para propor os pontos de corte (os quais apresentarem melhores combinações de sensibilidade/especificidade). Resultados: A amostra foi composta por 75% de participantes do sexo feminino com a idade média de 40 ± 12 anos. De acordo com o perfil metabólico dos pacientes, foram encontrados níveis séricos elevados para colesterol total (50%) e triglicérides (60%) e 75% dos indivíduos apresentaram baixos valores de HDL. A presença de DM2 foi encontrada em 50% dos pacientes e 35% eram hipertensos. Quando avaliado o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, 20% dos pacientes apresentaram risco elevado após realizarem o teste ergométrico e 55% apresentaram risco elevado devido ITB alterado em conjunto com os critérios sugeridos pelo The National Cholesterol Education Program III. Nenhum paciente apresentou risco cardiovascular quando aplicado o Escore de Framingham. As medidas que melhor apresentaram desempenho para predizer risco cardiovascular foram: cintura da Coxa (ponto de corte: 54,5 cm, AUC): 0,85, sensibilidade: 86,7%, especificidade: 80%); razão cintura-coxa (ponto de corte: 1,67, AUC: 0,75, sensibilidade: 67%, especificidade:100%) e razão tronco-raço (Ponto de corte: 2,5, AUC: 0,7). Conclusão: A circunferência da coxa foi a medida que apresentou melhor desempenho para predizer risco cardiovascular em pacientes com LPFD. Compreende-se a importância e eficácia de métodos práticos e confiáveis para avaliar o risco cardiovascular nessa população. Além disso, a alta prevalência de alterações metabólicas alerta para intervenções precoces com o objetivo de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares nesses indivíduos. |
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Avaliação de medidas e índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular em pacientes com Lipodistrofia Parcial Familiar do tipo DunniganEvaluation of measures and adiposity indexes to predict cardiovascular risk in Dunnigan-type familial partial lipodystrophyAdiposity indexesAlterações metabólicasAnthropometryAntropometriaCardiovascular diseasesCutoffDoenças cardiovascularesDunnigan-type familial partial lipodystrophyÍndices de adiposidadeLipodistrofiaLipodistrofia parcial familiar tipo DunniganLipodystrophyMetabolic changesPonto de corteIntrodução: A Lipodistrofia Parcial Familiar Tipo Dunnigan (LPFD) é uma doença autossômica dominante rara caracterizada pela perda de gordura subcutânea e alterações metabólicas, como dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Esse conjunto de alterações é responsável por elevar os riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Métodos de avaliação práticos, acessíveis, precisos e confiáveis utilizados na prática clínica tornam-se fundamentais para identificar precocemente o risco para desenvolvimento dessas doenças. Objetivos: Propor pontos de corte para as medidas antropométricas e índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular em pacientes com LPFD. Metodologia: Foram avaliados 20 pacientes com LPFD. Foram aferidas medidas de circunferências, pregas cutâneas e calculados os índices de adiposidades (índice de massa corporal, razão cintura coxa, índice de conicidade e a body shape índex). Para identificação de risco/eventos cardiovasculares foram realizados os exames de eletrocardiograma; eletrocardiografia de esforço; exame de índice tornozelo braquial (ITB), pressão arterial, exames bioquímicos de lipidograma e glicemia. Para avaliar o desempenho de todas as medidas/índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular foram utilizadas as curvas ROC, sendo que as medidas/índices que apresentarem melhor área sobre a curva (AUC) foram utilizadas para propor os pontos de corte (os quais apresentarem melhores combinações de sensibilidade/especificidade). Resultados: A amostra foi composta por 75% de participantes do sexo feminino com a idade média de 40 ± 12 anos. De acordo com o perfil metabólico dos pacientes, foram encontrados níveis séricos elevados para colesterol total (50%) e triglicérides (60%) e 75% dos indivíduos apresentaram baixos valores de HDL. A presença de DM2 foi encontrada em 50% dos pacientes e 35% eram hipertensos. Quando avaliado o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, 20% dos pacientes apresentaram risco elevado após realizarem o teste ergométrico e 55% apresentaram risco elevado devido ITB alterado em conjunto com os critérios sugeridos pelo The National Cholesterol Education Program III. Nenhum paciente apresentou risco cardiovascular quando aplicado o Escore de Framingham. As medidas que melhor apresentaram desempenho para predizer risco cardiovascular foram: cintura da Coxa (ponto de corte: 54,5 cm, AUC): 0,85, sensibilidade: 86,7%, especificidade: 80%); razão cintura-coxa (ponto de corte: 1,67, AUC: 0,75, sensibilidade: 67%, especificidade:100%) e razão tronco-raço (Ponto de corte: 2,5, AUC: 0,7). Conclusão: A circunferência da coxa foi a medida que apresentou melhor desempenho para predizer risco cardiovascular em pacientes com LPFD. Compreende-se a importância e eficácia de métodos práticos e confiáveis para avaliar o risco cardiovascular nessa população. Além disso, a alta prevalência de alterações metabólicas alerta para intervenções precoces com o objetivo de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares nesses indivíduos.Background: Dunnigan-type familial partial lipodystrophy (FPLD) is a rare autosomal dominant disease characterized by subcutaneous fat loss and metabolic changes, such as dyslipidemia and type 2 diabetes mellitus. This set of changes is responsible for increasing the risks for the development of cardiovascular diseases. Practical, accessible, accurate and reliable assessment methods used in clinical practice are essential to early identify the risk of developing these diseases. Objectives: To propose cut-off points for anthropometric measurements and adiposity indexes to predict cardiovascular risk in patients with FPLD. Methodology: Twenty patients with FPLD were evaluated. Circumference and skin folds were measured and adiposity indexes (body mass index, thigh waist ratio, taper index and body shape index) were calculated. Electrocardiogram exams were performed to identify cardiovascular risk / events; stress electrocardiography; ankle brachial index (ABI), blood pressure, biochemical lipid and blood glucose tests. To evaluate the performance of all measures/indexes of adiposity to predict cardiovascular risk, we used ROC curve. The measures /indexes that present the best area under the curve (AUC) were used to propose the cutoff points (which present better sensitivity / specificity combinations). Results: The sample consisted of 75% of female participants with an average age of 40 ± 12 years. According to the metabolic profile of the patients, high serum levels were found for total cholesterol (50%) and triglycerides (60%) and 75% of the individuals had low HDL values. The presence of DM2 was found in 50% of the patients and 35% were hypertensive. When assessing the risk of developing cardiovascular disease, 20% of patients were at high risk after performing the exercise test and 55% were at high risk due to altered ABI in conjunction with the criteria suggested by The National Cholesterol Education Program III. No patient had cardiovascular risk when the Framingham score was applied. The measures that best performed to predict cardiovascular risk were: thigh waist (cutoff point: 54.5 cm, area under the curve (AUC): 0.85, sensitivity: 86.7%, specificity: 80%); waist-to-thigh ratio (cut-off point: 1.67, AUC: 0.75, sensitivity: 67%, specificity: 100%) and trunk-to-ratio (cut-off point: 2.5, AUC: 0.70). Conclusion: Thigh circumference was the measure that showed the best performance to predict cardiovascular risk in patients with FPLD. It is very importante to use practical and reliable methods to assess cardiovascular risk in this population. In addition, the high prevalence of metabolic changes highlights for early interventions to reduce the risk of developing cardiovascular disease in these individuals.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBeraldo, Rebeca AntunesMoscardini, Izabela Spereta2020-05-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17162/tde-23082020-104953/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-10-21T21:10:01Zoai:teses.usp.br:tde-23082020-104953Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-10-21T21:10:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A Lipodistrofia Parcial Familiar Tipo Dunnigan (LPFD) é uma doença autossômica dominante rara caracterizada pela perda de gordura subcutânea e alterações metabólicas, como dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Esse conjunto de alterações é responsável por elevar os riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Métodos de avaliação práticos, acessíveis, precisos e confiáveis utilizados na prática clínica tornam-se fundamentais para identificar precocemente o risco para desenvolvimento dessas doenças. Objetivos: Propor pontos de corte para as medidas antropométricas e índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular em pacientes com LPFD. Metodologia: Foram avaliados 20 pacientes com LPFD. Foram aferidas medidas de circunferências, pregas cutâneas e calculados os índices de adiposidades (índice de massa corporal, razão cintura coxa, índice de conicidade e a body shape índex). Para identificação de risco/eventos cardiovasculares foram realizados os exames de eletrocardiograma; eletrocardiografia de esforço; exame de índice tornozelo braquial (ITB), pressão arterial, exames bioquímicos de lipidograma e glicemia. Para avaliar o desempenho de todas as medidas/índices de adiposidade para predizer risco cardiovascular foram utilizadas as curvas ROC, sendo que as medidas/índices que apresentarem melhor área sobre a curva (AUC) foram utilizadas para propor os pontos de corte (os quais apresentarem melhores combinações de sensibilidade/especificidade). Resultados: A amostra foi composta por 75% de participantes do sexo feminino com a idade média de 40 ± 12 anos. De acordo com o perfil metabólico dos pacientes, foram encontrados níveis séricos elevados para colesterol total (50%) e triglicérides (60%) e 75% dos indivíduos apresentaram baixos valores de HDL. A presença de DM2 foi encontrada em 50% dos pacientes e 35% eram hipertensos. Quando avaliado o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, 20% dos pacientes apresentaram risco elevado após realizarem o teste ergométrico e 55% apresentaram risco elevado devido ITB alterado em conjunto com os critérios sugeridos pelo The National Cholesterol Education Program III. Nenhum paciente apresentou risco cardiovascular quando aplicado o Escore de Framingham. As medidas que melhor apresentaram desempenho para predizer risco cardiovascular foram: cintura da Coxa (ponto de corte: 54,5 cm, AUC): 0,85, sensibilidade: 86,7%, especificidade: 80%); razão cintura-coxa (ponto de corte: 1,67, AUC: 0,75, sensibilidade: 67%, especificidade:100%) e razão tronco-raço (Ponto de corte: 2,5, AUC: 0,7). Conclusão: A circunferência da coxa foi a medida que apresentou melhor desempenho para predizer risco cardiovascular em pacientes com LPFD. Compreende-se a importância e eficácia de métodos práticos e confiáveis para avaliar o risco cardiovascular nessa população. Além disso, a alta prevalência de alterações metabólicas alerta para intervenções precoces com o objetivo de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares nesses indivíduos. |
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