Influência das condições físico-hídricas nas transformações estruturais entre horizontes B latossólico e B textural sobre diabásio

• Autor(a) principal: Cooper, Miguel
• Data de Publicação: 1999
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20210104-184949/
• topic: ÁGUA DO SOLO; DIABÁSIO; FÍSICA DO SOLO; HORIZONTES DO SOLO

Numa área situada dentro do campus da USP em Piracicaba (SP) várias questões de formação de solos foram estudadas, como a transição entre um horizonte microagregado (granular pequena a muito pequena) e outro com estrutura macroagregada poliédrica (em blocos), a origem do horizonte microagregado e a formação de cutãs de iluviação. Desta forma, foi realizado um estudo da dinâmica da água na vertente, uma quantificação da porosidade, um estudo da forma e distribuição espacial dos agregados para procurar entender os processos que levam à transformação da estrutura microagregada em macroagregados poliédricos centimétricos, à formação de microagregados e cutãs de iluviação. O estudo foi realizado no topo e ombro de uma topossequência de 600m de extensão. Estudos analíticos, morfológicos, micromorfológicos, submicroscópicos e de análise de imagens foram feitos em três trincheiras distribuídos nestes segmentos da seqüência. Um estudo da dinâmica da água na vertente foi realizado através de medições físico-hídricas tais como a condutividade hidráulica, curvas de retenção e o seguimento do potencial total dos solos em duas escalas, uma sazonal e outra durante os eventos chuvosos. A transição vertical e lateral entre o horizonte Bw e Bt foi atribuída à coalescência dos microagregados provocada pela aparição de tensões durante um período mais seco que o atual. A passagem posterior para um clima mais úmido com estação seca definida, provocaria ciclos alternados de umedecimento e dessecação mais freqüentes que resultam na fissuração do material formando os agregados poliédricos. Concomitantemente a estes processos, a argiluviação estaria presente, provocando a cimentação dos microagregados e preenchendo o espaço poroso. O estudo da gênese dos microagregados mostrou a participação de mais de um processo na formação destes. Três processos foram evidenciados: o da ação mecânica da mesofauna, o da formação de microagregados por processos físico-químicos e o da fissuração do fundo matricial por processos de expansão e contração formando microagregados poliédricos. Os microagregados que predominavam eram os de origem físico-química sendo formados a partir de uma reorganização e adensamento da estrutura particular caulinítica encontrada na alterita do diabásio. Os cutãs de iluviação (ferriargilãs) teriam a sua origem nos processos de hidromorfia temporária que ocorrem nos horizontes superficiais dos solos. Estes provocariam a desestabilização das ligações ferro-argila facilitando assim a mobilização e redistribuição da argila e ferro.