Espiritualidade e religiosidade em pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas: um estudo multicêntrico caso-controle brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Júnior, Jucier Gonçalves
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-28082024-162342/
Resumo: Introdução: Espiritualidade e religiosidade têm sido apontadas como ferramentas de enfrentamento à deterioração da saúde em diversas doenças crônicas, como diabetes mellitus, doença renal crônica, neoplasias, síndromes demenciais e infecções como HIV. Apesar dos avanços sobre estudos de religiosidade e espiritualidade em doenças crônicas, não há na literatura o mapeamento destas duas variáveis em pacientes com miopatias autoimune sistêmicas (MAS) ou miopatias inflamatórias idiopáticas. Objetivos: Mapear os níveis de religiosidade e espiritualidade em pacientes com MAS. Em segundo lugar, avaliar se há influência da religiosidade/espiritualidade na qualidade de vida, saúde mental, fadiga, nível de atividade física, dor, subtipo de MAS, tempo de doença, comorbidades e modalidades de tratamento entre pacientes com MAS. Métodos: Foram selecionados pacientes adultos com MAS de quatro serviços terciários de reumatologia do Brasil. Os pacientes apresentavam polimiosite, dermatomiosite ou miopatia necrosante imunomediada, ou síndrome antissintetase. O grupo controle se constituiu de pessoas adultas sem doenças reumáticas. Foi aplicado um questionário semiestruturado para avaliar as variáveis sociodemográficas associado à justaposição das escalas em ambos os grupos: (i) Attitudes Related to Spirituality Scale (ARES) para avaliar espiritualidade; e (ii) Duke Religious Index (DUREL), que se subdivide em três domínios: religiosidade organizacional (RO), religiosidade não organizacional (RNO) e religiosidade intrínseca (RI), para avaliar religiosidade. Os demais questionários foram aplicados somente no grupo MAS: (i) Questionário de Saúde Geral-12 (QSG-12), para avaliar saúde mental; (ii) Fatigue Severity Scale (FSS); (iii) Questionário Internacional de Atividade Física Versão Curta (IPAQ-SF); (iv) EuroQol five-Dimensional Questionnaire (EQ-5D) para qualidade de vida. Resultados: Pacientes com MAS foram predominantemente pardos e negros com menor escolaridade e renda abaixo de quatro salários mínimos, em comparação ao grupo controle (P<0,05). Quanto à orientação religiosa, pacientes com MAS foram predominantemente católicos, evangélicos e espíritas, enquanto o grupo controle apresentou maior prevalência de católicos, seguidos de espíritas e evangélicos. Os níveis de espiritualidade e religiosidade foram maiores no grupo MAS em relação ao controle (P<0,05). Na análise multivariada, somente a RI se manteve alta no grupo MAS (OR=3.62, IC95%=0.30-2.27, P=0.01). Como uma análise adicional entre os pacientes com MAS, a distribuição de tipo de MAS, saúde mental, quadros de dor e fadiga, presença de comorbidades, nível de atividade física e tratamento medicamento foram comparáveis entre aqueles com RI alta e baixa. Conclusões: Pacientes com MAS apresentam maiores níveis de RI e níveis de espiritualidade equiparáveis ao grupo controle. Não houve influência da RI nas demais variáveis estudadas entre pacientes com MAS
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Em segundo lugar, avaliar se há influência da religiosidade/espiritualidade na qualidade de vida, saúde mental, fadiga, nível de atividade física, dor, subtipo de MAS, tempo de doença, comorbidades e modalidades de tratamento entre pacientes com MAS. Métodos: Foram selecionados pacientes adultos com MAS de quatro serviços terciários de reumatologia do Brasil. Os pacientes apresentavam polimiosite, dermatomiosite ou miopatia necrosante imunomediada, ou síndrome antissintetase. O grupo controle se constituiu de pessoas adultas sem doenças reumáticas. Foi aplicado um questionário semiestruturado para avaliar as variáveis sociodemográficas associado à justaposição das escalas em ambos os grupos: (i) Attitudes Related to Spirituality Scale (ARES) para avaliar espiritualidade; e (ii) Duke Religious Index (DUREL), que se subdivide em três domínios: religiosidade organizacional (RO), religiosidade não organizacional (RNO) e religiosidade intrínseca (RI), para avaliar religiosidade. Os demais questionários foram aplicados somente no grupo MAS: (i) Questionário de Saúde Geral-12 (QSG-12), para avaliar saúde mental; (ii) Fatigue Severity Scale (FSS); (iii) Questionário Internacional de Atividade Física Versão Curta (IPAQ-SF); (iv) EuroQol five-Dimensional Questionnaire (EQ-5D) para qualidade de vida. Resultados: Pacientes com MAS foram predominantemente pardos e negros com menor escolaridade e renda abaixo de quatro salários mínimos, em comparação ao grupo controle (P<0,05). Quanto à orientação religiosa, pacientes com MAS foram predominantemente católicos, evangélicos e espíritas, enquanto o grupo controle apresentou maior prevalência de católicos, seguidos de espíritas e evangélicos. Os níveis de espiritualidade e religiosidade foram maiores no grupo MAS em relação ao controle (P<0,05). Na análise multivariada, somente a RI se manteve alta no grupo MAS (OR=3.62, IC95%=0.30-2.27, P=0.01). Como uma análise adicional entre os pacientes com MAS, a distribuição de tipo de MAS, saúde mental, quadros de dor e fadiga, presença de comorbidades, nível de atividade física e tratamento medicamento foram comparáveis entre aqueles com RI alta e baixa. Conclusões: Pacientes com MAS apresentam maiores níveis de RI e níveis de espiritualidade equiparáveis ao grupo controle. Não houve influência da RI nas demais variáveis estudadas entre pacientes com MASIntroduction: Spirituality and religiosity have been identified as tools for coping with the deterioration of health in various chronic diseases, such as diabetes mellitus, chronic kidney disease, neoplasms, dementia syndromes, and infections, such as HIV. Despite advances in studies on religiosity and spirituality in chronic diseases, there is no mapping of these two variables in patients with systemic autoimmune myopathies (SAM), or idiopathic inflammatory myopathies, in the literature. Objectives: To investigate levels of religiosity and spirituality in patients with SAM. Second, to assess whether religiosity/spirituality influenced quality of life, fatigue, level of physical activity, pain, subtype of SAM, duration of illness, comorbidities, and treatment modalities among patients with SAM. Methods: Adult patients with SAM were selected from four tertiary rheumatology services in Brazil. Patients presented with polymyositis, dermatomyositis, or immune-mediated necrotizing myopathy, or antisynthetase syndrome. The control group consisted of adults without rheumatic disease. A semi-structured questionnaire was used to evaluate sociodemographic variables associated with the juxtaposition of scales in both groups: (i) the Attitudes Related to Spirituality Scale (ARES) to assess spirituality; and (ii) the Duke Religious Index (DUREL), which is subdivided into three domains: organizational religiosity (ORA), non-organizational religiosity (NORA), and intrinsic religiosity (IR). The other questionnaires were applied only to the SAM group: (i) General Health Questionnaire-12 (QSG-12) to assess mental health; (ii) Fatigue Severity Scale (FSS); (iii) International Physical Activity Questionnaire Short Version (IPAQ-SF); and (iv) EuroQol Five-Dimensional Questionnaire (EQ-5D) for quality of life. Results: Patients with SAM were predominantly brown and black, evangelical, with a lower proportion of catholics and atheists, lower education, and income below four minimum wages compared to the control group (P<0.05). Regarding religious orientation, patients with MAS were predominantly Catholics, evangelicals and spiritualists, while the control group had a higher prevalence of Catholics, followed by spiritualists and evangelicals (P<0.05). The levels of spirituality and religiosity were higher in the SAM group than in the control group (P<0.05). In multivariate analysis, only IR remained high in the SAM group (OR=3.62, 95%CI=0.30-2.27, P=0.01). As an additional analysis among patients with SAM, the distribution SAM type, mental health, pain and fatigue, presence of comorbidities, level of physical activity, and medication treatment were comparable between those with high and low IR. Conclusions: Patients with SAM had higher IR level than those in the control group, but with comparable spirituality level. IR had no influence on the other variables studied among patients with SAMBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPShinjo, Samuel KatsuyukiJúnior, Jucier Gonçalves2024-05-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-28082024-162342/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:12:40Zoai:teses.usp.br:tde-28082024-162342Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:12:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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