Emoções nas Relações Interpessoais de Educadores: um olhar para a pandemia à luz da Biologia do Amar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macedo, Beatriz Maria Santos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-19022024-162107/
Resumo: Como seria se priorizássemos em nossas relações humanas a emoção ao invés da razão? De acordo com o autor estudado nesta dissertação, Humberto Maturana, os hominídeos pré-históricos eram cercados por relações que valorizavam uns aos outros e consideravam o cuidado mútuo, o descascar de sementes, o cuidado dos filhos, a sensualidade nos encontros, sendo todas estas ações movidas pela emoção que funda as relações sociais, o amor. Nesta perspectiva, os adultos têm total responsabilidade pela educação e pelos espaços de convivência das crianças e adolescentes. Contudo, recentemente a pandemia da Covid-19 provocou o isolamento social, e com ela, foram evidenciadas profundas mudanças nas relações e interações humanas. Dentro de todo esse cenário diversas emoções foram suscitadas e podem ter interferido nas relações interpessoais e influenciado no processo de ensino aprendizagem, visto que são as emoções que movem o humano. Dessa forma, a pergunta de pesquisa que que conduz esta investigação foi: como as emoções podem ter modificado as relações interpessoais no ambiente escolar após o período de isolamento social da pandemia da Covid-19 e quais suas possíveis interferências no processo de ensino e aprendizagem? Para responder essas questões, utilizamos uma abordagem de pesquisa qualitativa e exploratória por meio de entrevistas e questões abertas com professores e merendeiras de uma Escola Estadual do Estado de São Paulo, sendo estes, convidados a partilhar suas experiências relacionadas aos períodos pré, durante e pós isolamento social durante a pandemia da Covid-19. As experiências partilhadas foram gravadas e os dados transcritos, organizados e analisados por meio da Análise Textual Discursiva (ATD). A partir da análise dos relatos foram identificadas algumas relações que ocorriam no espaço escolar antes da pandemia, dentre elas a dificuldade de interação com os alunos, mas fica evidente que existiam trocas significativas que geraram experiências significativas. Os professores e merendeiras expressaram com facilidade suas emoções, estando entre elas, o medo, a ansiedade e a insegurança. As narrativas ficaram mais ricas, quando os alunos foram inseridos de forma indireta nas experiências. Os resultados indicam que, como adultos não fomos capazes de nos responsabilizar pelo espaço de convivência dos alunos durante a pandemia, pois, eles estavam inseridos em suas famílias e passavam por momentos que não poderiam ser controlados. No entanto, mesmo reconhecendo essa incapacidade, continuávamos responsáveis pelos caminhos nos quais os processos de ensino e aprendizagem poderiam ocorrer. Nesse contexto, diversas emoções foram suscitadas e estas geraram diferentes domínios de ação, trazendo o questionamento de o quão despreparados estamos para lidar com momentos que cobram nosso entendimento sobre nossas emoções. Dentro deste contexto é que perdemos o controle dos espaços educativos no período da pandemia. Concluímos que é necessário, criar momentos de diálogo e abertura no espaço escolar para que todos os atores sociais possam identificar e expressar suas emoções. Valorizar as experiências de todos os membros da escola favorece o exercício que legitima o outro, como proposto na Biologia do Amar de Humberto Maturana.
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Contudo, recentemente a pandemia da Covid-19 provocou o isolamento social, e com ela, foram evidenciadas profundas mudanças nas relações e interações humanas. Dentro de todo esse cenário diversas emoções foram suscitadas e podem ter interferido nas relações interpessoais e influenciado no processo de ensino aprendizagem, visto que são as emoções que movem o humano. Dessa forma, a pergunta de pesquisa que que conduz esta investigação foi: como as emoções podem ter modificado as relações interpessoais no ambiente escolar após o período de isolamento social da pandemia da Covid-19 e quais suas possíveis interferências no processo de ensino e aprendizagem? Para responder essas questões, utilizamos uma abordagem de pesquisa qualitativa e exploratória por meio de entrevistas e questões abertas com professores e merendeiras de uma Escola Estadual do Estado de São Paulo, sendo estes, convidados a partilhar suas experiências relacionadas aos períodos pré, durante e pós isolamento social durante a pandemia da Covid-19. As experiências partilhadas foram gravadas e os dados transcritos, organizados e analisados por meio da Análise Textual Discursiva (ATD). A partir da análise dos relatos foram identificadas algumas relações que ocorriam no espaço escolar antes da pandemia, dentre elas a dificuldade de interação com os alunos, mas fica evidente que existiam trocas significativas que geraram experiências significativas. Os professores e merendeiras expressaram com facilidade suas emoções, estando entre elas, o medo, a ansiedade e a insegurança. As narrativas ficaram mais ricas, quando os alunos foram inseridos de forma indireta nas experiências. Os resultados indicam que, como adultos não fomos capazes de nos responsabilizar pelo espaço de convivência dos alunos durante a pandemia, pois, eles estavam inseridos em suas famílias e passavam por momentos que não poderiam ser controlados. No entanto, mesmo reconhecendo essa incapacidade, continuávamos responsáveis pelos caminhos nos quais os processos de ensino e aprendizagem poderiam ocorrer. Nesse contexto, diversas emoções foram suscitadas e estas geraram diferentes domínios de ação, trazendo o questionamento de o quão despreparados estamos para lidar com momentos que cobram nosso entendimento sobre nossas emoções. Dentro deste contexto é que perdemos o controle dos espaços educativos no período da pandemia. Concluímos que é necessário, criar momentos de diálogo e abertura no espaço escolar para que todos os atores sociais possam identificar e expressar suas emoções. Valorizar as experiências de todos os membros da escola favorece o exercício que legitima o outro, como proposto na Biologia do Amar de Humberto Maturana.What would it be like if we prioritized emotion over reason in our human relationships? According to the author studied in this dissertation, Humberto Maturana, prehistoric hominids were surrounded by relationships that valued each other and considered mutual care, shelling seeds, caring for children, sensuality in encounters, all of which are actions driven by the emotion that founds social relationships, love. From this perspective, adults have full responsibility for the education and living spaces of children and adolescents. However, recently the Covid-19 pandemic caused social isolation, and with it, profound changes in human relationships and interactions were evident. Within this entire scenario, several emotions were aroused and may have interfered in interpersonal relationships and influenced the teaching-learning process, since emotions are what move humans. Therefore, the research question that led this investigation was: how could emotions have modified interpersonal relationships in the school environment after the period of social isolation caused by the Covid-19 pandemic and what are their possible interferences in the teaching and learning process? To answer these questions, we used a qualitative and exploratory research approach through interviews and open questions with teachers and lunch ladies from a State School in the State of São Paulo, who were invited to share their experiences related to the pre, during and post periods. social isolation during the Covid-19 pandemic. The shared experiences were recorded, and the data transcribed, organized, and analyzed using Discursive Textual Analysis (DTA). From the analysis of the reports, some relationships that occurred in the school space before the pandemic were identified, including the difficulty of interacting with students, but there were significant exchanges that generated significant experiences. Teachers and lunch ladies easily expressed their emotions, including fear, anxiety, and insecurity. The narratives became richer when the students were indirectly included in the experiences. The results indicate that, as adults, we were not able to take responsibility for the students\' living space during the pandemic, as they were part of their families and were going through moments that could not be controlled. However, even recognizing this incapacity, we remained responsible for the ways in which the teaching and learning processes could occur. In this context, several emotions were aroused and these generated different domains of action, raising the question of how unprepared we are to deal with moments that demand our understanding of our emotions. Within this context, we lost control of educational spaces during the pandemic period. We conclude that it is necessary to create moments of dialogue and openness in the school space so that all social actors can identify and express their emotions. 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