Evolução magmática, alteração hidrotermal e gênese da mineralização de ouro e cobre do Palito, Província Aurífera do Tapajós (PA)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carlos Mario Echeverri Misas
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.44.2010.tde-06052010-113340
Resumo: O depósito de Au(Cu) do tipo pórfiro do Palito localiza-se na porção central do Cráton Amazônico, na Província Aurífera do Tapajós, em uma área dominada por rochas graníticas e vulcânicas intermediárias a félsicas do final do Paleoproterozóico. Três litotipos compõem este depósito, onde o Granito Palito, de características porfiríticas, é a rocha hospedeira da mineralização de ouro e cobre, e a unidade mais jovem na seqüencia, intrusivo entre as unidades do Granito Rio Novo e o Granodiorito Fofoquinha. Três principais zonas de alteração hidrotermal foram reconhecidas; potássica, propilítica e sericítica. A alteração potássica é volumetricamente a mais importante, e afeita principalmente os corpos graníticos de Palito e Rio Novo, a alteração propilítica constitui um halo externo dentro dos granitos Rio Novo e Palito, e a alteração sericítica relacionada com a mineralização está predominantemente dentro do Granito Palito. Os corpos do minério dentro do granito Palito associam-se principalmente com veios de quartzo e de sulfetos cisalhados de direção predominante NWSE, dentro de zonas de cisalhamento e stockworks hidrotermalizados. Ouro encontra-se também disseminado no Granito Palito. Processos de cisalhamento possivelmente remobilizaram elementos posteriormente concentrados nas zonas de cisalha e stockworks. Análises de isótopos de oxigênio de zonas de alteração hidrotermal e veios mineralizados foram realizadas em quartzo (18OVSMOW = 8,8 a 11,2); feldspato potássico (7,9 a 8,8); sericita (1,7 a 6,9), clorita (2,4) e calcita (9,0 a 23,9). Os cálculos das análises de isótopos estáveis dos minérios, mostram valores de 34S dos sulfetos entre 1,2 a 3,6 , indicando uma fonte magmática. Os cálculos de 18OH2O foram feitos considerando uma temperatura de 350 ºC, e indicam valores para o quartzo entre 3,2 a 5,6 , para o feldspato potássico entre 4,8 a 5,7, sericita varia entre 1,1 a 6,3, clorita -2,6, e calcita entre 6,2 a 21,1. Os dados isotópicos para quartzo e feldspato potássico estão sugirindo fluidos principalmente magmáticos para os primeiros estágios da mineralização. Embora, os valores de sericita e clorita sugerem o influxo de águas meteóricas durante os processos de sericitização e cloritização. Estudos de inclusões fluidas dos grãos de quartzo sugerem uma etapa inicial de exsolução de fluidos, representada por salinidades baixas, desde 0,6 a 1,5 em peso do NaCl eq., á elevadas temperaturas (429 a 462 oC), seguida de processos de boiling, com etapas posteriores de mistura de fluidos indicadas por amplas variações nas salinidades desde 0,3 a > 28,8 em peso do NaCl eq., e temperaturas de homogeneização entre 101 a > 400 oC, que indicam uma origem magmática - hidrotermal para a mineralização. Em conjunto, as características geológicas do depósito, os tipos e estilos de alteração hidrotermal, mais os dados das análises de inclusões fluidas e isótopos estáveis indicam que o depósito do Palito representa uma mineralização do tipo pórfiro, magmático - hidrotermal desenvolvida em um ambiente de arco magmático de margem continental.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Evolução magmática, alteração hidrotermal e gênese da mineralização de ouro e cobre do Palito, Província Aurífera do Tapajós (PA) Magmatic evolution, hydrothermal alteration and geneseis of gold-copper mineralization at Palito, Tapajós Gold Province (PA) 2010-03-31Caetano JulianiGustavo Correa de AbreuWashington Barbosa Leite JuniorCarlos Mario Echeverri MisasUniversidade de São PauloMineralogia e PetrologiaUSPBR Gold and copper Metallogenesis Metalogênese Ouro e cobre Pórfiro Porphyry O depósito de Au(Cu) do tipo pórfiro do Palito localiza-se na porção central do Cráton Amazônico, na Província Aurífera do Tapajós, em uma área dominada por rochas graníticas e vulcânicas intermediárias a félsicas do final do Paleoproterozóico. Três litotipos compõem este depósito, onde o Granito Palito, de características porfiríticas, é a rocha hospedeira da mineralização de ouro e cobre, e a unidade mais jovem na seqüencia, intrusivo entre as unidades do Granito Rio Novo e o Granodiorito Fofoquinha. Três principais zonas de alteração hidrotermal foram reconhecidas; potássica, propilítica e sericítica. A alteração potássica é volumetricamente a mais importante, e afeita principalmente os corpos graníticos de Palito e Rio Novo, a alteração propilítica constitui um halo externo dentro dos granitos Rio Novo e Palito, e a alteração sericítica relacionada com a mineralização está predominantemente dentro do Granito Palito. Os corpos do minério dentro do granito Palito associam-se principalmente com veios de quartzo e de sulfetos cisalhados de direção predominante NWSE, dentro de zonas de cisalhamento e stockworks hidrotermalizados. Ouro encontra-se também disseminado no Granito Palito. Processos de cisalhamento possivelmente remobilizaram elementos posteriormente concentrados nas zonas de cisalha e stockworks. Análises de isótopos de oxigênio de zonas de alteração hidrotermal e veios mineralizados foram realizadas em quartzo (18OVSMOW = 8,8 a 11,2); feldspato potássico (7,9 a 8,8); sericita (1,7 a 6,9), clorita (2,4) e calcita (9,0 a 23,9). Os cálculos das análises de isótopos estáveis dos minérios, mostram valores de 34S dos sulfetos entre 1,2 a 3,6 , indicando uma fonte magmática. Os cálculos de 18OH2O foram feitos considerando uma temperatura de 350 ºC, e indicam valores para o quartzo entre 3,2 a 5,6 , para o feldspato potássico entre 4,8 a 5,7, sericita varia entre 1,1 a 6,3, clorita -2,6, e calcita entre 6,2 a 21,1. Os dados isotópicos para quartzo e feldspato potássico estão sugirindo fluidos principalmente magmáticos para os primeiros estágios da mineralização. Embora, os valores de sericita e clorita sugerem o influxo de águas meteóricas durante os processos de sericitização e cloritização. Estudos de inclusões fluidas dos grãos de quartzo sugerem uma etapa inicial de exsolução de fluidos, representada por salinidades baixas, desde 0,6 a 1,5 em peso do NaCl eq., á elevadas temperaturas (429 a 462 oC), seguida de processos de boiling, com etapas posteriores de mistura de fluidos indicadas por amplas variações nas salinidades desde 0,3 a > 28,8 em peso do NaCl eq., e temperaturas de homogeneização entre 101 a > 400 oC, que indicam uma origem magmática - hidrotermal para a mineralização. Em conjunto, as características geológicas do depósito, os tipos e estilos de alteração hidrotermal, mais os dados das análises de inclusões fluidas e isótopos estáveis indicam que o depósito do Palito representa uma mineralização do tipo pórfiro, magmático - hidrotermal desenvolvida em um ambiente de arco magmático de margem continental. The Palito porphyry type copper-gold deposit is located in the central region of the Amazonian craton, in the Tapajós Gold Province (TGP), in an area that is dominated by intermediate to felsic granitic and volcanic rocks of late Paleoproterozoic age. Three lithotypes make up this deposit. The Palito Granite, with porphyritic features, is the host rock for gold and copper mineralization, and it is the youngest unit in the sequence, intrusive in the Rio Novo Granite and Fofoquinha Granodiorite. Three main wall-rock alteration zones have been recognized: potassic, propylitic, and sericitic zones. The potassic alteration is volumetrically the most important, affecting mainly the granitic bodies of Palito and Rio Novo, the propylitic alteration constitutes an outer halo within the Palito and Rio Novo granites, and the sericitic alteration is related to mineralization predominantly within the Palito granite. The ore bodies within the Palito Granite are mainly associated with sheared sulphide-bearing quartz veins trending predominantly NW-SE within shear zones and hydrothermalized stockworks. Gold is also disseminated within the Palito Granite. Shearing possibly remobilized elements, which later were concentrated in the shear zones and stockworks. Oxygen isotope analyses of the hydrothermal alteration zones and mineralized veins have been carried out on quartz (18OVSMOW = 8.8 to 11.2); K- feldspar (7.9 to 8.8); sericite (1.7 to 6.9); chlorite (2.4) and calcite (9.0 to 23.9). Stable isotope analyses of the ore sulphides show 34S values that range from 1.2 to 3.6 , reflecting a magmatic source. For the 18OH2O calculation a temperature of 350 ºC was considered, resulting in values for quartz from 3.2 to 5.6 , and for K-feldspar, from 4.8 to 5.7; values for sericite range from 1.1 to 6.3, for chlorite, -2.6, and for calcite, from 6.2 to 21.1. The isotopic results for quartz and K-feldspar suggest that the ore fluids were mainly derived from magma in the early stage of mineralization. 18O values for sericite and chlorite, however, indicates interaction of meteoric waters during the sericitization and chloritization processes. Fluid inclusion studies of quartz crystals suggest an very early stage of fluid exsolution, indicated by low salinities with a range from 0,6 to 1.5 wt.% NaCl equiv., at higher temperatures (429 to 462 ºC), followed by boiling processes, and posterior fluid-mixing stages, as indicated by high variability of salinities from 0.3 to > 28.8 wt.% NaCl equiv., and homogenization temperatures that range between 101 a > 400 oC, all suggesting a magmatic-hydrothermal source for the mineralization. The geological features of the deposit, styles and types of hydrothermal alteration, stable-isotopes and fluid inclusion analyses indicate that the Palito mineral deposit represents a magmatic-hydrothermal porphyry type developed in a continental margin magmatic arc. https://doi.org/10.11606/D.44.2010.tde-06052010-113340info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:19:12Zoai:teses.usp.br:tde-06052010-113340Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:13:04.468178Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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