Projeto urbano e desenvolvimento local: o programa Monumenta em São Francisco do Sul (SC)

• Autor(a) principal: Diogo Cavallari Bella
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.16.2022.tde-11112022-165717

Esta dissertação tem como objetivo investigar os nexos entre o projeto urbano e o conceito de Desenvolvimento Local. Estas relações são analisadas por meio da noção de Projeto Urbano de Desenvolvimento Local, expressão cunhada por Somekh e Campos Neto (2005) para se referir a projetos urbanísticos pautados pela potencialização dos recursos endógenos e atendimento de demandas locais como habitação, equipamentos públicos, espaços livres de qualidade, preservação do patrimônio cultural e fortalecimento das cadeias produtivas locais, em contraste, portanto, com a perspectiva do planejamento estratégico, que prioriza o valor de troca elemento através do qual se realiza o capital sobre o valor de uso, aquele que privilegia o espaço de realização da vida cotidiana. A pesquisa utiliza o estudo de caso da intervenção do Programa Monumenta, do governo federal, em São Francisco do Sul (SC). A escolha do Monumenta deve-se ao fato de o programa ressaltar como objetivo estruturante das propostas a promoção do Desenvolvimento Local nos municípios em que atuou, intervindo em espaços livres, implantando equipamentos públicos, promovendo ações de conservação do patrimônio cultural e fomentando atividades econômicas. Por meio de pesquisa documental, entrevistas e imersão presencial, cabe-nos, portanto, analisar em que medida o Monumenta de fato se aproximou do conceito, atuando sob lógicas endógenas, e em que medida suas ações se mostraram conflitantes com as potencialidades e demandas locais. Simultaneamente a esta tarefa, outro objetivo deste trabalho é analisar as transformações espaciais do projeto urbano estudado e suas relações com as transformações na dinâmica cotidiana do território no que se refere aos usos, à relação com o patrimônio cultural, às práticas sociais, às formas de apropriação dos espaços livres e equipamentos de uso público. Por fim, procuramos apontar qual o legado urbanístico, político e simbólico do programa para a construção de um horizonte de pensamento e ação dedicado à elaboração de projetos urbanos que sejam capazes de atender às demandas e aspirações coletivas.