Impacto clínico das perfurações coronarianas durante recanalização de oclusões totais crônicas: análise agrupada de 2054 pacientes do LATAM SBHCI CTO Registry
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-22092022-145438/ |
Resumo: | A intervenção coronária percutânea (ICP) de oclusões totais crônicas (OTC) está entre os procedimentos mais desafiadores na cardiologia intervencionista. Embora existam taxas de sucesso cada vez maiores, altas taxas de complicações também estão relacionadas a estes procedimentos. A perfuração coronária é uma complicação com risco de vida, com dados limitados sobre os resultados de longo prazo. Nosso objetivo é estudar a incidência e o impacto clínico destas perfurações em angioplastias de recanalizações de OTC no período de 1 ano nos centros participantes do registro continental multicêntrico (LATAM SBHCI CTO Registry). Nós reportamos os dados deste registro, provenientes de 57 centros (9 países). A perfuração coronária foi definida como evidência de extravasamento de sangue da artéria coronária durante ou após o procedimento intervencionista. Avaliamos eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) aos 30 dias e aos 12 meses (composto por mortalidade por todas as causas, infarto do miocárdio e revascularização do vaso-alvo). Para infarto do miocárdio, usamos as definições dos protocolos SCAI e LATAM CTO. Incluímos 2.054 pacientes de janeiro de 2015 a outubro de 2019. A mediana de idade foi de 64 (57.0- 72.0) anos, 78% eram do sexo masculino, 37.5% eram diabéticos e 11.7% tinham insuficiência cardíaca. A mediana do J-CTO score foi 2.0 (1.0-3.0). A taxa de perfuração foi de 3.7%, dos quais 55% foram classificados como Ellis tipo 1, 24% como Ellis tipo 2 e o restante como Ellis tipo 3. Não houve diferença entre os pacientes com e sem perfuração nas características clínicas. Pacientes com perfuração tiveram mais frequentemente instrumentação retrógrada (p <0.01), técnica de guia Knuckle Resumo anterógrado (p <0.01) e menores taxas de sucesso (p <0.01). Aos 30 dias, perfurações foram associadas com maiores taxas de: insuficiência cardíaca (6.6% vs 1.5%, p <0.01), transfusão (7.9% vs 1.1%, p <0.01), sangramento (15.2% vs 3.7%, p <0.01) e tamponamento cardíaco (13.2% vs 0.4%, p <0.01). Aos 12 meses de seguimento, os pacientes com perfurações apresentaram maiores taxas de ECAM, usando ambos protocolos LATAM CTO(18.2 vs. 9.4%; P = 0.02) e SCAI (22.7% vs. 11.3%; P <0.01). Nesta análise continental multicêntrica do mundo real, a perfuração coronária na ICP OTC foi infrequente, mas relacionada com maior complexidade das lesões e técnicas utizadas, tendo grande impacto nos desfechos clínicos de curto e longo prazo |
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Impacto clínico das perfurações coronarianas durante recanalização de oclusões totais crônicas: análise agrupada de 2054 pacientes do LATAM SBHCI CTO RegistryClinical impact of coronary perforations during chronic total occlusion recanalization: analysis from the Latin American (LATAM) CTO RegistryAngina estávelAngina stableAngioplastiaAngioplastyCardiac tamponadeCoronary stenosisCoronary occlusionEstenose coronáriaIntervenção coronária percutâneaOclusão coronáriaPercutaneous coronary interventionTamponamento cardíacoA intervenção coronária percutânea (ICP) de oclusões totais crônicas (OTC) está entre os procedimentos mais desafiadores na cardiologia intervencionista. Embora existam taxas de sucesso cada vez maiores, altas taxas de complicações também estão relacionadas a estes procedimentos. A perfuração coronária é uma complicação com risco de vida, com dados limitados sobre os resultados de longo prazo. Nosso objetivo é estudar a incidência e o impacto clínico destas perfurações em angioplastias de recanalizações de OTC no período de 1 ano nos centros participantes do registro continental multicêntrico (LATAM SBHCI CTO Registry). Nós reportamos os dados deste registro, provenientes de 57 centros (9 países). A perfuração coronária foi definida como evidência de extravasamento de sangue da artéria coronária durante ou após o procedimento intervencionista. Avaliamos eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) aos 30 dias e aos 12 meses (composto por mortalidade por todas as causas, infarto do miocárdio e revascularização do vaso-alvo). Para infarto do miocárdio, usamos as definições dos protocolos SCAI e LATAM CTO. Incluímos 2.054 pacientes de janeiro de 2015 a outubro de 2019. A mediana de idade foi de 64 (57.0- 72.0) anos, 78% eram do sexo masculino, 37.5% eram diabéticos e 11.7% tinham insuficiência cardíaca. A mediana do J-CTO score foi 2.0 (1.0-3.0). A taxa de perfuração foi de 3.7%, dos quais 55% foram classificados como Ellis tipo 1, 24% como Ellis tipo 2 e o restante como Ellis tipo 3. Não houve diferença entre os pacientes com e sem perfuração nas características clínicas. Pacientes com perfuração tiveram mais frequentemente instrumentação retrógrada (p <0.01), técnica de guia Knuckle Resumo anterógrado (p <0.01) e menores taxas de sucesso (p <0.01). Aos 30 dias, perfurações foram associadas com maiores taxas de: insuficiência cardíaca (6.6% vs 1.5%, p <0.01), transfusão (7.9% vs 1.1%, p <0.01), sangramento (15.2% vs 3.7%, p <0.01) e tamponamento cardíaco (13.2% vs 0.4%, p <0.01). Aos 12 meses de seguimento, os pacientes com perfurações apresentaram maiores taxas de ECAM, usando ambos protocolos LATAM CTO(18.2 vs. 9.4%; P = 0.02) e SCAI (22.7% vs. 11.3%; P <0.01). Nesta análise continental multicêntrica do mundo real, a perfuração coronária na ICP OTC foi infrequente, mas relacionada com maior complexidade das lesões e técnicas utizadas, tendo grande impacto nos desfechos clínicos de curto e longo prazoPercutaneous coronary intervention (PCI) for chronic total occlusions (CTO) is among the most challenging procedures in interventional cardiology. Although there are increasing success rates, high complication rates are also related to these procedures. Coronary perforation is a life-threatening complication, with limited data on long-term outcomes. Our objective is to study the number of coronary perforations and the clinical outcomes at 1-year period in the participating centers in the Multicenter Continental Registry (LATAM SBHCI CTO Registry). We report data from the Latin American multicenter CTO registry, including patients who underwent CTO PCI at 57 centers (9 countries). Coronary perforation was defined as evidence of leakage of dye or blood from the coronary artery during or after the interventional procedure. We assessed 30- day adverse events and 1-year MACE (comprised of all-cause death, myocardial infarction, and target vessel revascularization). For myocardial infarction, we use the SCAI and LATAM CTO protocol definitions. We included 2.054 patients from January 2015 to October 2019. The median age was 64 (57.0-72.0), 78% were male, 37.5% were diabetic and 11.7% had heart failure. The median J-CTO score was 2.0 (1.0-3.0). The perforation rate was 3.7%, of which 55% were classified as Ellis 1, 24% as Ellis 2 and the remainder and less common Ellis 3. There was no difference between patients with and without perforation in baseline clinical characteristics. Patients with perforation had more often retrograde instrumentation (p < 0.01), antegrade Knuckle wire (p < 0.01) and lower success rate (p < 0.01). At 30 days, perforations were associated with more heart failure (6.6% vs 1.5%, p < 0.01), transfusion (7.9% vs 1.1%, p < 0.01), bleeding ( 15.2% vs 3.7%, p < 0.01) and cardiac tamponade (13.2% vs 0.4%, p < 0.01). At 1 year of follow-up, patients with perforation had a higher rate of MACE, using both protocols LATAM CTO (18.2 vs. 9.4%; P = 0.02) and SCAI (22.7% vs. 11.3% ; P<0.01). In this real-world multi-centric continental analysis, coronary perforations in the ICP CTO was infrequent but related to lesions and techniques with higher complexity and had a major impact on both short-term and long-term outcomesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCampos, Carlos Augusto Homem de MagalhãesGalassi, Alfredo RuggeroRibeiro, Marcelo Harada2022-05-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-22092022-145438/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-09-23T12:42:54Zoai:teses.usp.br:tde-22092022-145438Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-09-23T12:42:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A intervenção coronária percutânea (ICP) de oclusões totais crônicas (OTC) está entre os procedimentos mais desafiadores na cardiologia intervencionista. Embora existam taxas de sucesso cada vez maiores, altas taxas de complicações também estão relacionadas a estes procedimentos. A perfuração coronária é uma complicação com risco de vida, com dados limitados sobre os resultados de longo prazo. Nosso objetivo é estudar a incidência e o impacto clínico destas perfurações em angioplastias de recanalizações de OTC no período de 1 ano nos centros participantes do registro continental multicêntrico (LATAM SBHCI CTO Registry). Nós reportamos os dados deste registro, provenientes de 57 centros (9 países). A perfuração coronária foi definida como evidência de extravasamento de sangue da artéria coronária durante ou após o procedimento intervencionista. Avaliamos eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) aos 30 dias e aos 12 meses (composto por mortalidade por todas as causas, infarto do miocárdio e revascularização do vaso-alvo). Para infarto do miocárdio, usamos as definições dos protocolos SCAI e LATAM CTO. Incluímos 2.054 pacientes de janeiro de 2015 a outubro de 2019. A mediana de idade foi de 64 (57.0- 72.0) anos, 78% eram do sexo masculino, 37.5% eram diabéticos e 11.7% tinham insuficiência cardíaca. A mediana do J-CTO score foi 2.0 (1.0-3.0). A taxa de perfuração foi de 3.7%, dos quais 55% foram classificados como Ellis tipo 1, 24% como Ellis tipo 2 e o restante como Ellis tipo 3. Não houve diferença entre os pacientes com e sem perfuração nas características clínicas. Pacientes com perfuração tiveram mais frequentemente instrumentação retrógrada (p <0.01), técnica de guia Knuckle Resumo anterógrado (p <0.01) e menores taxas de sucesso (p <0.01). Aos 30 dias, perfurações foram associadas com maiores taxas de: insuficiência cardíaca (6.6% vs 1.5%, p <0.01), transfusão (7.9% vs 1.1%, p <0.01), sangramento (15.2% vs 3.7%, p <0.01) e tamponamento cardíaco (13.2% vs 0.4%, p <0.01). Aos 12 meses de seguimento, os pacientes com perfurações apresentaram maiores taxas de ECAM, usando ambos protocolos LATAM CTO(18.2 vs. 9.4%; P = 0.02) e SCAI (22.7% vs. 11.3%; P <0.01). Nesta análise continental multicêntrica do mundo real, a perfuração coronária na ICP OTC foi infrequente, mas relacionada com maior complexidade das lesões e técnicas utizadas, tendo grande impacto nos desfechos clínicos de curto e longo prazo |
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