Eficácia, efetividade e segurança de metilfenidato no tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção e de Hiperatividade (TDAH): revisão sistemática com metanálise
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-19082024-163254/ |
Resumo: | Introdução: O transtorno de déficit de atenção e de hiperatividade (TDAH) é afecção psiquiátrica complexa que afeta crianças e adolescentes em fase escolar e que pode continuar na fase adulta. Diversos tratamentos farmacológicos são utilizados isoladamente ou concomitantemente a outras intervenções psicossociais, sendo metilfenidato um dos mais prescritos. Contudo, o fármaco (e os demais) não está disponível na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais no Sistema Único de Saúde, no entanto, muitos municípios e até alguns estados da Federação fizeram a inclusão de metilfenidato em suas listas de medicamentos. Assim, compreender os efeitos e a segurança no uso de metilfenidato no tratamento de crianças e adolescentes com TDAH é indispensável para ampliar as opções de tratamento que se julguem necessários. Objetivos: Avaliar a eficácia e segurança de metilfenidato no tratamento de crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados (ECR) e de coortes abrangendo crianças e adolescentes ( 6 anos a 18 anos) com diagnóstico de TDAH que usaram metilfenidato em comparação a outros fármacos. As buscas foram feitas em quatro bases de dados científicas (Pubmed, Embase, Cochrane, Lilacs) e na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, utilizando descritores de saúde apropriados e com validade pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O risco de viés foi avaliado por meio de instrumento da Colaboração Cochrane para ensaios clínicos (e ROBINS-I [Risk of Bias of Non-randomised Studies of Interventions] para as coortes). Foram analisados os resultados de sintomas de desatenção, hiperatividade, impulsividade, desempenho escolar, qualidade de vida e eventos adversos. Resultados: Foram incluídos 33 estudos, sendo 28 ECR e cinco coortes. Os estudos compararam metilfenidato a 13 fármacos: Adderall®; agomelatina; amantidina; atomoxetina; bupropiona; buspirona; modafinil; memantina; lisdexanfetamina; risperidona; selegilina; teofilina; venlafaxina. Os sintomas de TDAH em crianças e adolescentes foram examinados em 29 escalas/questionários, e investigados os eventos adversos em geral e 35 deles específicos. A maioria dos estudos apresentou algum tipo de risco de viés considerado incerto ou alto. Na melhora de sintomas de TDAH, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os medicamentos, exceto nas metanálises de CGI-I <2 Clinical Global Impression Improvement, com pontuação que varia de muitíssimo melhor ou muito melhor) e CGI ADHD-S (Clinical Global Impressions-ADHD-Severity scale - gravidade da afecção). Os demais resultados de sintomas de TDAH que não puderam ser agrupados, e se apresentam de forma narrativa com resultados a favor de metilfenidato por análise de um estudo, segundo distintos questionários e escalas: CGI-S (Clinical Global Impression-Severity Scale), ADHD-RS-IV-Parent (ADHD-RS-IV-Parent ADHD-Rating Scale-IV versão para pais), ADHD-RS-IV-Teacher (ADHD-RS-IV - Teacher ADHD-Rating Scale-IV versão para professores), ADHD-RS-IV(ADHD-RS-IV - ADHD rating scale IV revision), T-DSM-IV-S (Turgay DSM-IV based Child and Adolescent Behavior Disorders Screening and Rating Scale), C-GAS (Children Global Assessment Scale), PSQ (Parental Satisfaction Questionnaire), WFIRS-P (Weiss Functional Impairment Rating Scale-Parent Report). Houve efeitos inconclusivos, também em somente um estudo, nas escalas de WCT (Wisconsin Card Sorting Test), CBCL (Child Behavior Checklist), SAICA (Social Adjustment Inventory for Children and Adolescents), YSR (Youth Self Report) e SDQ (Strengths and Difficulties Questionnaire). Metilfenidato apresentou menor ocorrência de evento adverso estatisticamente significante relacionado a manifestação de vômito, sonolência, náusea, tontura, fadiga e anorexia. Na avaliação do conjunto de evidências (GRADE - Grading of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation), a confiança foi considerada baixa para melhora clínica (CGI-I) e moderada para eventos adversos gerais. Conclusões: O metilfenidato pode ser opção de primeira escolha combinada a tratamentos psicossociais para crianças acima de 6 anos e adolescentes com diagnóstico de TDAH, em situações bem especificadas |
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Eficácia, efetividade e segurança de metilfenidato no tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção e de Hiperatividade (TDAH): revisão sistemática com metanáliseEfficacy, effectiveness, and safety of methylphenidate in the treatment of Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD): a systematic review with meta-analysisAttention Deficit Hyperactivity DisorderMethylphenidateMetilfenidatoPharmacological TreatmentRevisão SistemáticaSystematic ReviewTranstorno de Déficit de Atenção e HiperatividadeTratamento FarmacológicoIntrodução: O transtorno de déficit de atenção e de hiperatividade (TDAH) é afecção psiquiátrica complexa que afeta crianças e adolescentes em fase escolar e que pode continuar na fase adulta. Diversos tratamentos farmacológicos são utilizados isoladamente ou concomitantemente a outras intervenções psicossociais, sendo metilfenidato um dos mais prescritos. Contudo, o fármaco (e os demais) não está disponível na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais no Sistema Único de Saúde, no entanto, muitos municípios e até alguns estados da Federação fizeram a inclusão de metilfenidato em suas listas de medicamentos. Assim, compreender os efeitos e a segurança no uso de metilfenidato no tratamento de crianças e adolescentes com TDAH é indispensável para ampliar as opções de tratamento que se julguem necessários. Objetivos: Avaliar a eficácia e segurança de metilfenidato no tratamento de crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados (ECR) e de coortes abrangendo crianças e adolescentes ( 6 anos a 18 anos) com diagnóstico de TDAH que usaram metilfenidato em comparação a outros fármacos. As buscas foram feitas em quatro bases de dados científicas (Pubmed, Embase, Cochrane, Lilacs) e na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, utilizando descritores de saúde apropriados e com validade pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O risco de viés foi avaliado por meio de instrumento da Colaboração Cochrane para ensaios clínicos (e ROBINS-I [Risk of Bias of Non-randomised Studies of Interventions] para as coortes). Foram analisados os resultados de sintomas de desatenção, hiperatividade, impulsividade, desempenho escolar, qualidade de vida e eventos adversos. Resultados: Foram incluídos 33 estudos, sendo 28 ECR e cinco coortes. Os estudos compararam metilfenidato a 13 fármacos: Adderall®; agomelatina; amantidina; atomoxetina; bupropiona; buspirona; modafinil; memantina; lisdexanfetamina; risperidona; selegilina; teofilina; venlafaxina. Os sintomas de TDAH em crianças e adolescentes foram examinados em 29 escalas/questionários, e investigados os eventos adversos em geral e 35 deles específicos. A maioria dos estudos apresentou algum tipo de risco de viés considerado incerto ou alto. Na melhora de sintomas de TDAH, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os medicamentos, exceto nas metanálises de CGI-I <2 Clinical Global Impression Improvement, com pontuação que varia de muitíssimo melhor ou muito melhor) e CGI ADHD-S (Clinical Global Impressions-ADHD-Severity scale - gravidade da afecção). Os demais resultados de sintomas de TDAH que não puderam ser agrupados, e se apresentam de forma narrativa com resultados a favor de metilfenidato por análise de um estudo, segundo distintos questionários e escalas: CGI-S (Clinical Global Impression-Severity Scale), ADHD-RS-IV-Parent (ADHD-RS-IV-Parent ADHD-Rating Scale-IV versão para pais), ADHD-RS-IV-Teacher (ADHD-RS-IV - Teacher ADHD-Rating Scale-IV versão para professores), ADHD-RS-IV(ADHD-RS-IV - ADHD rating scale IV revision), T-DSM-IV-S (Turgay DSM-IV based Child and Adolescent Behavior Disorders Screening and Rating Scale), C-GAS (Children Global Assessment Scale), PSQ (Parental Satisfaction Questionnaire), WFIRS-P (Weiss Functional Impairment Rating Scale-Parent Report). Houve efeitos inconclusivos, também em somente um estudo, nas escalas de WCT (Wisconsin Card Sorting Test), CBCL (Child Behavior Checklist), SAICA (Social Adjustment Inventory for Children and Adolescents), YSR (Youth Self Report) e SDQ (Strengths and Difficulties Questionnaire). Metilfenidato apresentou menor ocorrência de evento adverso estatisticamente significante relacionado a manifestação de vômito, sonolência, náusea, tontura, fadiga e anorexia. Na avaliação do conjunto de evidências (GRADE - Grading of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation), a confiança foi considerada baixa para melhora clínica (CGI-I) e moderada para eventos adversos gerais. Conclusões: O metilfenidato pode ser opção de primeira escolha combinada a tratamentos psicossociais para crianças acima de 6 anos e adolescentes com diagnóstico de TDAH, em situações bem especificadasIntroduction: Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is a complex psychiatric condition that affects school-aged children and adolescents and may persist into adulthood. Various pharmacological treatments are used either alone or in conjunction with other psychosocial interventions, with methylphenidate being one of the most prescribed. However, the medication (and others) is not available in the National List of Essential Medicines in the Unified Health System. Nevertheless, many municipalities and even some states have included methylphenidate on their medication lists. Therefore, understanding the effects and safety of methylphenidate in the treatment of children and adolescents with ADHD is essential to broaden the available treatment options as deemed necessary. Objectives: To evaluate the efficacy and safety of methylphenidate in the treatment of children and adolescents diagnosed with ADHD. Methods: A systematic review with meta-analysis of randomized clinical trials (RCTs) and cohorts involving children and adolescents ( 6 to 18 years) diagnosed with ADHD who used methylphenidate compared to other drugs was conducted. Searches were performed in four scientific databases (PubMed, Embase, Cochrane, Lilacs) and the Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, using appropriate health descriptors validated by the Library of the Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Bias risk was assessed using the Cochrane Collaboration tool for clinical trials and ROBINS-I (Risk of Bias of Non-randomised Studies of Interventions) for cohorts. Results of inattention, hyperactivity, impulsivity symptoms, academic performance, quality of life, and adverse events were analyzed. Results: Thirty-three studies were included, comprising 28 RCTs and five cohorts. The studies compared methylphenidate to 13 drugs: Adderall®; agomelatine; amantadine; atomoxetine; bupropion; buspirone; modafinil; memantine; lisdexamfetamine; risperidone; selegiline; theophylline; venlafaxine. ADHD symptoms in children and adolescents were examined on 29 scales/questionnaires, and adverse events in general and 35 specific ones were investigated. Most studies showed some level of bias risk considered uncertain or high. Regarding the improvement of ADHD symptoms, no statistically significant differences were observed between medications, except in meta-analyses of CGI-I <2 (Clinical Global Impression - Improvement, with scores ranging from \"much improved\" or \"very much improved\") and CGI ADHD-S (Clinical Global Impressions-ADHD-Severity scale - severity of the condition). Other ADHD symptom results that couldn\'t be grouped and are presented narratively showed favorable outcomes for methylphenidate based on one study, according to various questionnaires and scales: CGI-S (Clinical Global Impression-Severity Scale), ADHD-RS-IV-Parent (ADHD-RS-IV-Parent ADHD-Rating Scale-IV versão para pais), ADHD-RS-IV-Teacher (ADHD-RS-IV - Teacher ADHD-Rating Scale-IV versão para professores), ADHD-RS-IV(ADHD-RS-IV - ADHD rating scale IV revision), T-DSM-IV-S (Turgay DSM-IV based Child and Adolescent Behavior Disorders Screening and Rating Scale), C-GAS (Children Global Assessment Scale), PSQ (Parental Satisfaction Questionnaire), WFIRS-P (Weiss Functional Impairment Rating Scale-Parent Report). Inconclusive effects were also found in only one study on WCT (Wisconsin Card Sorting Test), CBCL (Child Behavior Checklist), SAICA (Social Adjustment Inventory for Children and Adolescents), YSR (Youth Self Report) and SDQ (Strengths and Difficulties Questionnaire)scales. Methylphenidate had statistically significant fewer adverse events related to vomiting, drowsiness, nausea, dizziness, fatigue, and anorexia. In the evaluation of the evidence set (GRADE - Grading of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation), confidence was considered low for clinical improvement (CGI-I) and moderate for general adverse events. Conclusions: Methylphenidate may be a first-choice option combined with psychosocial treatments for children aged 6 and above and adolescents diagnosed with ADHD, in well-specified situationsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHaddad, Luciana Bertocco de PaivaMelo, Roberta Crevelário de2024-04-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-19082024-163254/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-21T21:44:03Zoai:teses.usp.br:tde-19082024-163254Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-21T21:44:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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