Higiene das mãos: comparação da eficácia antimicrobiana do álcool - formulação gel e líquida - nas mãos com matéria orgânica.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kawagoe, Julia Yaeko
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-17112006-095710/
Resumo: Indiscutivelmente, higiene de mãos (HM)é uma das medidads mais importantes para prevenir as Infecções Hospitalares. Além da tradicional lavagem com água e sabão, o uso do álcool tem se destacado na HM, pois, possui boa atividade antimicrobiana, dispensa pia, reduz o tempo e previne ressecamento de mãos. Das evidências científicas sobre seu uso na HM, ainda há contradições quanto à sua efetividade na presença da matéria orgânica nas mãos. Esta pesquisa foi desenvolvida com intuito de elucidar esta questão avaliando a eficácia antimicrobiana de três formulações alcoólicas (duas em forma de gel e uma líquida) nas mãos com matéria orgânica. Os trabalhos laboratoriais foram realizados no Laboratório de Pesquisas do Instituto de Ensino e Pesquisas (coleta de amostras bacterianas) e no Laboratório de Microbiologia do Departamento de Patologia Clínica do Hospital Albert Einstein (contagem bacteriana), utilizando a metodologia oficial Européia - EN 1500 modificada. Quatorze voluntários - pessoas saudáveis, sem problemas de pele nas mãos e que asinaram o \"Termo de Consentimento Livre e Esclarecido\", foram aleatorizados em três grupos e cada grupo utilizou os proidutos-testes e referência em seqüências diferentes. Os produtos-teste foram: produto A - alcool etílico sob a forma de gel a 62% (p/p), produto B - álcool etílico sob a forma de gel a 70%(p/p) e produto C - álcool etílico a 70% (p/v) glicerinado sob a forma líquida e o produto D - alcool 2-propanolol 60%, produto referência padronizado pela metodologia EN 1500. Para cada produto-teste e referência, foi realizada a seguinte seqüência de procedimentos: lavagem de mãos por um minuto com água e sabão; aplicação de 1,2 ml de sangue estéril desfibrinado de carneiro; contaminação das mãos até metade dos matacarpos no caldo tríptico de soja (TSB) com o microrganismo-desafio S. macescens ATCC 14756; coleta de amostras pré HM, friccionando os dedos na placa de Petri contendo TSB (valor inicial); HM aplicando o(s) produto(s)-teste e referência; coleta de amostras para recuperação bacteriana (valor final), com a mesma técnica da fase pré HM e cálculo do fator de redução (FR) logarítmica (log10) de S. marcescens (valor inicial - valor final). Foram realizadas análises estatísticas (teste de Wilcoxon) para verificar a equivalência entre o(s) produto(s)-teste e referência, com o nível de significância estabelecido em P=0,10, unicaudal. Os FR (log10) foram: 3,29 para o rpoduto A; 3,36 para o produto B e 3,56 para o produto C. O produto-referência, produto, produto D, promoveu FR log10 de 3,66. Os testes de Wilcoxon indicaram que há equivalência dos produtos B (P=0,198) e C (P=0,826) com o produto referência D, e que existe diferença do produto A (P=0,074) quando comparado ao produto D. Como conclusão, este estudo revelou que os produtos-teste, utilizados em mãos artificialmente sujas com matéria orgânica reduziram significativamente a colonização transitória das mãos - mais de 3 log10, redução acima de 99,9% podendo ser utilizados para HM. Estes valores são superiores aos valores de FR log10 encontrados após a lavagem de mãos com sabão não-antimicrobiano(2,7) e sabão antimicrobiano tricosan (2,8) e semelhantes aos valores de PVP-I (3,5) e clorexidina degermante (3,1). O produto A, apesar de reprovado pela metodologia oficial EN 1500, obteve o menor FR log10 (3,26), é superior aos sabões não-antimicrobianos e com triclosan e clorexidina degermante a 4%, o que indica a possibilidade de sua utilização como segunda opção.
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Esta pesquisa foi desenvolvida com intuito de elucidar esta questão avaliando a eficácia antimicrobiana de três formulações alcoólicas (duas em forma de gel e uma líquida) nas mãos com matéria orgânica. Os trabalhos laboratoriais foram realizados no Laboratório de Pesquisas do Instituto de Ensino e Pesquisas (coleta de amostras bacterianas) e no Laboratório de Microbiologia do Departamento de Patologia Clínica do Hospital Albert Einstein (contagem bacteriana), utilizando a metodologia oficial Européia - EN 1500 modificada. Quatorze voluntários - pessoas saudáveis, sem problemas de pele nas mãos e que asinaram o \"Termo de Consentimento Livre e Esclarecido\", foram aleatorizados em três grupos e cada grupo utilizou os proidutos-testes e referência em seqüências diferentes. Os produtos-teste foram: produto A - alcool etílico sob a forma de gel a 62% (p/p), produto B - álcool etílico sob a forma de gel a 70%(p/p) e produto C - álcool etílico a 70% (p/v) glicerinado sob a forma líquida e o produto D - alcool 2-propanolol 60%, produto referência padronizado pela metodologia EN 1500. Para cada produto-teste e referência, foi realizada a seguinte seqüência de procedimentos: lavagem de mãos por um minuto com água e sabão; aplicação de 1,2 ml de sangue estéril desfibrinado de carneiro; contaminação das mãos até metade dos matacarpos no caldo tríptico de soja (TSB) com o microrganismo-desafio S. macescens ATCC 14756; coleta de amostras pré HM, friccionando os dedos na placa de Petri contendo TSB (valor inicial); HM aplicando o(s) produto(s)-teste e referência; coleta de amostras para recuperação bacteriana (valor final), com a mesma técnica da fase pré HM e cálculo do fator de redução (FR) logarítmica (log10) de S. marcescens (valor inicial - valor final). Foram realizadas análises estatísticas (teste de Wilcoxon) para verificar a equivalência entre o(s) produto(s)-teste e referência, com o nível de significância estabelecido em P=0,10, unicaudal. Os FR (log10) foram: 3,29 para o rpoduto A; 3,36 para o produto B e 3,56 para o produto C. O produto-referência, produto, produto D, promoveu FR log10 de 3,66. Os testes de Wilcoxon indicaram que há equivalência dos produtos B (P=0,198) e C (P=0,826) com o produto referência D, e que existe diferença do produto A (P=0,074) quando comparado ao produto D. Como conclusão, este estudo revelou que os produtos-teste, utilizados em mãos artificialmente sujas com matéria orgânica reduziram significativamente a colonização transitória das mãos - mais de 3 log10, redução acima de 99,9% podendo ser utilizados para HM. Estes valores são superiores aos valores de FR log10 encontrados após a lavagem de mãos com sabão não-antimicrobiano(2,7) e sabão antimicrobiano tricosan (2,8) e semelhantes aos valores de PVP-I (3,5) e clorexidina degermante (3,1). O produto A, apesar de reprovado pela metodologia oficial EN 1500, obteve o menor FR log10 (3,26), é superior aos sabões não-antimicrobianos e com triclosan e clorexidina degermante a 4%, o que indica a possibilidade de sua utilização como segunda opção.Hand hygiene is considered the most important measure to reduce the transmission of nosocomial pathogens in health care settings. Because alcohol has excellent antimicrobial activity, requires less time, results in less skin irritation and does not require proximity to a sink, is the preferred agent for hand hygiene. In the face of scientific evidence, there\'s still contradiction concerning the effectiveness of alcohol in the hands with proteinaceous material. This research was developed in order to compare the antimicrobial activity of three alcoholic products commonly used (two alcohol-based gel and one liquid formulation) in the hands with organic material. It was conducted in the Research Laboratory (bacterial samples) and in the Microbiology Laboratory of the Clinical Pathology Department (bacterial counting) of the Hospital Albert Einstein, using modified European Standard EN 1500. The test products were: A - ethanol alcohol-based gel 62% (p/p), product B - ethanol alcohol-based gel 70% (p/p) and product C - ethanol alcohol-based liquid 70% (p/v) with glycerol 2% compared to reference product: D - alcohol 2-propanolol 60% (v/v) on artificially contaminated hands with S. marcescens ATCC 14756, using a cross-over design. Fourteen healthy volunteers, with no skin hand problems and who signed written consent form were randomized in 3 groups. For each reference and test products, the following sequence was carried through: hands were washed with soft soap, 1,2 ml of sterile sheep blood defibrinated was dispensed by sterile syringe into the hands, air-dried and immersed in the contamination fluid up to the mid-metacarpals. Bacterial sample were recovered for the inicial count by rubbing the fingertips of each hand for 1 min in the petri dish containing tryptone soya broth (TSB) . The hands were rubbed thoroughly over their entire surface (30 to 60 seconds) with 2 -3 ml of the test products. The reference product was used twice (total of 6 ml) and rubbed for 60 seconds. Both hands were rinsed in running water and excess water was drained off. Final bacterial count was obtained rubbing the fingertips of each hand for 1 min in the petri dish containing TSB. For both reference and test products, the mean log10 reduction factors (RF) were calculated (difference between the pre-value and post-value) and for testing the RF of the test products against that of reference product the Wilcoxon teste was used (level of significance was set at P=0,1, one sided) The RF log10 calculated were: 3,29 for the product A; 3,36 for the product B; 3,56 for the product C and 3,66 for the product D. The Wilcoxon test indicated that product A did not meet standard criteria (P = 0,074) and the products B (P = 0,198) and C (P = 0,826) met the EN 1500 requirement. As conclusion, this study indicated that the test products, used in hands with organic material, significantly reduced the transient flora, more than 3 log10 (99,9% of reduction), may be used for hand hygiene. These values are greater than the values of RF log10 after washing hands with plain soap (2,70) and triclosan (2,8) or similar or even exceeding when comparing with antimicrobial detergents used for hand washing, as PVP-I (3,5) or chlorhexidine 4% (3,1). Although the product A did not meet the EN 1500 criteria and had the lowest RF log10, its RF is superior to soaps (plain soap, triclosan and chlorhexidine 4%). This indicates a possibility of its usage as a second option.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGraziano, Kazuko UchikawaKawagoe, Julia Yaeko2004-07-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-17112006-095710/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:50Zoai:teses.usp.br:tde-17112006-095710Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description Indiscutivelmente, higiene de mãos (HM)é uma das medidads mais importantes para prevenir as Infecções Hospitalares. Além da tradicional lavagem com água e sabão, o uso do álcool tem se destacado na HM, pois, possui boa atividade antimicrobiana, dispensa pia, reduz o tempo e previne ressecamento de mãos. Das evidências científicas sobre seu uso na HM, ainda há contradições quanto à sua efetividade na presença da matéria orgânica nas mãos. Esta pesquisa foi desenvolvida com intuito de elucidar esta questão avaliando a eficácia antimicrobiana de três formulações alcoólicas (duas em forma de gel e uma líquida) nas mãos com matéria orgânica. Os trabalhos laboratoriais foram realizados no Laboratório de Pesquisas do Instituto de Ensino e Pesquisas (coleta de amostras bacterianas) e no Laboratório de Microbiologia do Departamento de Patologia Clínica do Hospital Albert Einstein (contagem bacteriana), utilizando a metodologia oficial Européia - EN 1500 modificada. Quatorze voluntários - pessoas saudáveis, sem problemas de pele nas mãos e que asinaram o \"Termo de Consentimento Livre e Esclarecido\", foram aleatorizados em três grupos e cada grupo utilizou os proidutos-testes e referência em seqüências diferentes. Os produtos-teste foram: produto A - alcool etílico sob a forma de gel a 62% (p/p), produto B - álcool etílico sob a forma de gel a 70%(p/p) e produto C - álcool etílico a 70% (p/v) glicerinado sob a forma líquida e o produto D - alcool 2-propanolol 60%, produto referência padronizado pela metodologia EN 1500. Para cada produto-teste e referência, foi realizada a seguinte seqüência de procedimentos: lavagem de mãos por um minuto com água e sabão; aplicação de 1,2 ml de sangue estéril desfibrinado de carneiro; contaminação das mãos até metade dos matacarpos no caldo tríptico de soja (TSB) com o microrganismo-desafio S. macescens ATCC 14756; coleta de amostras pré HM, friccionando os dedos na placa de Petri contendo TSB (valor inicial); HM aplicando o(s) produto(s)-teste e referência; coleta de amostras para recuperação bacteriana (valor final), com a mesma técnica da fase pré HM e cálculo do fator de redução (FR) logarítmica (log10) de S. marcescens (valor inicial - valor final). Foram realizadas análises estatísticas (teste de Wilcoxon) para verificar a equivalência entre o(s) produto(s)-teste e referência, com o nível de significância estabelecido em P=0,10, unicaudal. Os FR (log10) foram: 3,29 para o rpoduto A; 3,36 para o produto B e 3,56 para o produto C. O produto-referência, produto, produto D, promoveu FR log10 de 3,66. Os testes de Wilcoxon indicaram que há equivalência dos produtos B (P=0,198) e C (P=0,826) com o produto referência D, e que existe diferença do produto A (P=0,074) quando comparado ao produto D. Como conclusão, este estudo revelou que os produtos-teste, utilizados em mãos artificialmente sujas com matéria orgânica reduziram significativamente a colonização transitória das mãos - mais de 3 log10, redução acima de 99,9% podendo ser utilizados para HM. Estes valores são superiores aos valores de FR log10 encontrados após a lavagem de mãos com sabão não-antimicrobiano(2,7) e sabão antimicrobiano tricosan (2,8) e semelhantes aos valores de PVP-I (3,5) e clorexidina degermante (3,1). O produto A, apesar de reprovado pela metodologia oficial EN 1500, obteve o menor FR log10 (3,26), é superior aos sabões não-antimicrobianos e com triclosan e clorexidina degermante a 4%, o que indica a possibilidade de sua utilização como segunda opção.
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