A vida e a vida do leitor: um conceito formado no espelho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nakagome, Patricia Trindade
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-09102015-131731/
Resumo: O leitor é elemento fundamental para a teoria literária, tendo sido abordado por diferentes correntes críticas. Mesmo quando não é objeto específico de investigação, ele deixa suas marcas no discurso crítico. Isso porque o crítico é essencialmente um leitor, cujas experiências e valores se fazem presentes na avaliação de um texto. Quando tais referenciais são mobilizados para tratar de livros não canônicos, frequentemente constróise uma imagem negativa de seu público. A primeira vida do leitor seria, assim, aquela constituída no discurso crítico, como objeto de análise ou como consequência da avaliação de uma obra. Essa representação do leitor é contrastada com a chamada segunda vida do leitor, que é anunciada pelo próprio leitor, com sua voz e seu rosto. Para nos aproximarmos desse leitor empírico, foram traçadas as histórias de cinco sujeitos, de modo a evidenciar como a experiência de leitura é muito mais complexa do que supõem algumas hipóteses traçadas a partir da imagem do próprio crítico ou de uma concepção bastante específica de literatura. Ao trazermos a primeiro plano, inclusive metodologicamente, o aspecto humano do leitor, aproximamo-nos do desejo de manter vivo o legado (humanista) da tradição literária, inclusive pelo seu questionamento. Tal legado é, paradoxalmente, por vezes defendido através de um ataque aos humanos leitores que formam a massa. Diante disso, desejamos pensar uma aproximação das duas vidas do leitor: a voz do sujeito e o discurso sobre ele, inclusive para apoiar a difusão da literatura que se valora. A nosso ver, isso passa por considerar formas de atuação condizentes com a democratização do acesso à literatura, com maior atenção a um espaço pouco privilegiado pela crítica: a escola. Nesse contexto, é indispensável que a crítica se abra ao encontro com o outro, numa aposta na alteridade, não num lamento diante do espelho.
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