O olhar estrangeiro em São Paulo até meados dos oitocentos: relatos de viajantes ingleses e norte-americanos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-05022010-164525/ |
Resumo: | Ao longo do século XIX a Capitania e a Província de São Paulo foram visitadas por alguns viajantes ingleses e norte-americanos. O britânico John Mawe esteve nessas paragens entre o final de 1807 e início de 1808, em busca de minérios e de contratos comerciais. Seu conterrâneo, o comerciante Edmund Pink deixou o Rio de Janeiro durante alguns meses no ano de 1823 para percorrer a região açucareira paulista. O pastor metodista norte-americano Daniel Parish Kidder, como missionário, desembarcou na Província em 1839 para propalar os ensinamentos evangélicos e distribuir exemplares da Bíblia. Alguns anos depois, o missionário James Cooley Fletcher, seu compatriota, esteve em São Paulo, entre junho e julho de 1855, com os mesmos fins, e para aproximar comercial e culturalmente os Estados Unidos e o Brasil. Movido por outros objetivos, J.J. Aubertin, superintendente da Estrada de Ferro de São Paulo, durante 1865 viajou na companhia de um grupo de norte-americanos pelas regiões algodoeiras paulistas a fim de analisar o patamar de desenvolvimento desta lavoura, tendo permanecido na Província entre 1861 e 1868. Diferentes fins impulsionaram a vinda destes viajantes para São Paulo. Apesar das disparidades, através do estudo dos relatos nota-se haver uma ótica econômica e utilitarista em comum, que agrega valores monetários e de uso aos elementos das regiões nas quais estiveram. Eles vieram munidos de um arcabouço cultural fundamentado na valorização do trabalho disciplinado, no uso racional do tempo, na maximização da produção para o aumento do lucro e na exaltação das inovações técnicas. Os viajantes descreveram as diferentes formas de relação com o trabalho e o tempo sob o ponto de vista utilitarista, e consideraram o comportamento geral dos escravos e homens livres pobres diverso do que eles consideravam adequado, como um padrão de ociosidade. Nossa análise está centrada na compreensão deste olhar nos escritos de viagem. |
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O olhar estrangeiro em São Paulo até meados dos oitocentos: relatos de viajantes ingleses e norte-americanosThe foreign look in são Paulo until mid 1800\'s: reports of english travelers and noth americansEconomic perspectiveEnglish and American travelersNineteenth centuryÓtica econômicaRelatos de viagemSão PauloSão PauloSéculo XIXTravel narrativesViajantes ingleses e norte-americanosAo longo do século XIX a Capitania e a Província de São Paulo foram visitadas por alguns viajantes ingleses e norte-americanos. O britânico John Mawe esteve nessas paragens entre o final de 1807 e início de 1808, em busca de minérios e de contratos comerciais. Seu conterrâneo, o comerciante Edmund Pink deixou o Rio de Janeiro durante alguns meses no ano de 1823 para percorrer a região açucareira paulista. O pastor metodista norte-americano Daniel Parish Kidder, como missionário, desembarcou na Província em 1839 para propalar os ensinamentos evangélicos e distribuir exemplares da Bíblia. Alguns anos depois, o missionário James Cooley Fletcher, seu compatriota, esteve em São Paulo, entre junho e julho de 1855, com os mesmos fins, e para aproximar comercial e culturalmente os Estados Unidos e o Brasil. Movido por outros objetivos, J.J. Aubertin, superintendente da Estrada de Ferro de São Paulo, durante 1865 viajou na companhia de um grupo de norte-americanos pelas regiões algodoeiras paulistas a fim de analisar o patamar de desenvolvimento desta lavoura, tendo permanecido na Província entre 1861 e 1868. Diferentes fins impulsionaram a vinda destes viajantes para São Paulo. Apesar das disparidades, através do estudo dos relatos nota-se haver uma ótica econômica e utilitarista em comum, que agrega valores monetários e de uso aos elementos das regiões nas quais estiveram. Eles vieram munidos de um arcabouço cultural fundamentado na valorização do trabalho disciplinado, no uso racional do tempo, na maximização da produção para o aumento do lucro e na exaltação das inovações técnicas. Os viajantes descreveram as diferentes formas de relação com o trabalho e o tempo sob o ponto de vista utilitarista, e consideraram o comportamento geral dos escravos e homens livres pobres diverso do que eles consideravam adequado, como um padrão de ociosidade. Nossa análise está centrada na compreensão deste olhar nos escritos de viagem.Throughout the nineteenth century, the Captaincy and Province of São Paulo were visited by English and American travelers. English traveler John Mawe visited the area from the end of 1807 to the beginning of 1808, searching for ores and commercial contacts. On the other hand, English merchant Edmund Pink left Rio de Janeiro for some months in 1823 in order to visit the sugar-producing area of São Paulo. American Methodist Episcopal theologian and writer arrived at the Province as a missionary in 1839 in order to preach and distribute copies of the Bible. Another American missionary, James Cooley Fletcher, was in São Paulo from June to July 1855, not only to preach, but also to bring United States and Brazil closer both commercially and culturally. On the other hand, J.J. Aubertin, superintendent of the São Paulo Railway, travelled together with a group of Americans in 1865 to the cotton-producing areas of São Paulo in order to analyze the development of this crop. He remained in the Province from 1861 to 1868. Different purposes motivated the journey of these travelers to São Paulo. In spite of their many differences, the study of their travel narratives reveals a common economic and utilitarian perspective on São Paulo, which includes monetary values and possible uses of the visited areas. Said travelers had a cultural background based on the importance of disciplined work, rational use of time, production maximization in order to increase profits and interest in technical innovations. The aforementioned travelers described the different forms of relationship with labor and time from the utilitarian perspective, thereby considering the general behavior of the slaves and poor free men different from what they deemed adequate. Such behavior was regarded as idleness. This study focuses on the understanding of this perspective in the travelers journals.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGlezer, RaquelGerbovic, Tathiane2010-01-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-05022010-164525/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:01Zoai:teses.usp.br:tde-05022010-164525Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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