Poética dialetal egípcia nas 'Quadras de Salah Jahin'

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stefani, Daniel Martins de Araújo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8159/tde-26032024-165238/
Resumo: Este estudo apresenta um olhar sobre os pressupostos e desenvolvimento da poesia dialetal do Egito das décadas de 1950-1970, sobretudo as quadras (rubācciyyāt) do poeta egípcio Ṣalāḥ Jāhīn. Nesse percurso, o estudo dialoga com a tradição da poesia árabe escrita em dialetos e em gêneros como o zajal e o mawwāl, bem como com a experiência dos antigos, com destaque para Omar Khayyám, renomado poeta persa pela composição de rubáy. Ao final do Egito sob domínio otomano, o zajal já tinha adentrado ciclos sufis, herdado formas folclóricas da poesia popular, do Alto Egito ao Cairo. A partir da Revolução de 1952, a conjuntura sociopolítica de auspícios nacionalistas egípcio e árabe protagonizado por Gamal Abdel Nasser conferiram ao dialeto importante condição unificadora. Um grupo de poetas, sobretudo do Cairo, em movimento coeso, fez a poesia dialetal, até então muito praticada na forma do zajal, tomar proporções nacionais e se tornar parte representativa da cultura popular e do modernismo da poesia egípcia, apresentando um diverso corpus que extrapola o óbvio marcador do dialeto; traz experimentação de novas estruturas, temas e linguagens poéticas. Se por um certo período a poesia dialetal pode ter se prestado à militância política, por outro, ampliava o acesso da população egípcia ao estrato de partícipes da poesia, especificamente com as quadras de Jāhīn reunidas em seu livro Rubācciyyāt Ṣalāḥ Jāhīn, \"Quadras de S.J.\".
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