As praças sob a praça: usos concebidos, percebidos e vividos da Estação Sé do Metrô de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martin, Cristiana
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-24062020-173530/
Resumo: Tendo em conta que infraestruturas de mobilidade urbana há muito extrapolam sua função de locais para embarque e desembarque de meios específicos de transporte público, é discussão frequente nos estudos urbanos como se dão outros usos de estações de trem e metrô, terminais de ônibus, aeroportos, etc. Aqui, concentro-me nos usos da Estação Sé do Metrô de São Paulo entre os anos de 2017 e 2019 para entender como a referida estação é usada no dia a dia por frequentadores que denomino não-passageiros, pois habitualmente frequentam a estação para fins outros que o de ser passageiro de metrô. Para explicar os usos desse espaço, recorro a um referencial teórico que define usos relativos a espaços como padrões de comportamento corporal e de interação social (FREHSE, [2009] 2017). Quanto ao espaço, é Henri Lefebvre ([1974] 2000) que me permite apreender o espaço socialmente produzido da estação em seus três momentos dialéticos: o espaço concebido (racional e tecnicamente por arquitetos e engenheiros), percebido (sensorial e corporalmente) e vivido (simbolicamente através de imagens). A tríade de Lefebvre orienta as técnicas de pesquisa aqui empregadas e também a divisão de capítulos desta dissertação. Para apreender o \"concebido\" a pesquisa documental é mister, e contemplei documentos de uso interno do Metrô de São Paulo sobre os projetos e o planejamento da construção da estação, bem como os que refletem sobre como a estação foi concebida durante o período abarcado pela pesquisa que embasa esta dissertação. O \"percebido\" foi apreendido por meio de observação direta dos não-passageiros, seguida de registro gráfico com desenhos da disposição física de seus corpos. Para o \"vivido\", observação participante e entrevistas semiestruturadas revelaram, da perspectiva de não-passageiros e de funcionários da estação, os símbolos e imagens relacionados ao espaço e aos usos que os não-passageiros fazem da estação. A partir de características comuns que pude identificar nos usos revelados pela análise respectivamente do espaço concebido, percebido e vivido, foi possível verificar que a estação Sé é usada pelos não-passageiros investigados como uma praça pública.
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spelling As praças sob a praça: usos concebidos, percebidos e vividos da Estação Sé do Metrô de São PauloThe squares under the Sé Square:uses of conceived, perceived and lived spaces of the Sé Subway Station in São PauloEstaçãoMetrôProdução do EspaçoProduction of spaceSão PauloSão PauloStationSubwayUses of spaceUsos do espaçoTendo em conta que infraestruturas de mobilidade urbana há muito extrapolam sua função de locais para embarque e desembarque de meios específicos de transporte público, é discussão frequente nos estudos urbanos como se dão outros usos de estações de trem e metrô, terminais de ônibus, aeroportos, etc. Aqui, concentro-me nos usos da Estação Sé do Metrô de São Paulo entre os anos de 2017 e 2019 para entender como a referida estação é usada no dia a dia por frequentadores que denomino não-passageiros, pois habitualmente frequentam a estação para fins outros que o de ser passageiro de metrô. Para explicar os usos desse espaço, recorro a um referencial teórico que define usos relativos a espaços como padrões de comportamento corporal e de interação social (FREHSE, [2009] 2017). Quanto ao espaço, é Henri Lefebvre ([1974] 2000) que me permite apreender o espaço socialmente produzido da estação em seus três momentos dialéticos: o espaço concebido (racional e tecnicamente por arquitetos e engenheiros), percebido (sensorial e corporalmente) e vivido (simbolicamente através de imagens). A tríade de Lefebvre orienta as técnicas de pesquisa aqui empregadas e também a divisão de capítulos desta dissertação. Para apreender o \"concebido\" a pesquisa documental é mister, e contemplei documentos de uso interno do Metrô de São Paulo sobre os projetos e o planejamento da construção da estação, bem como os que refletem sobre como a estação foi concebida durante o período abarcado pela pesquisa que embasa esta dissertação. O \"percebido\" foi apreendido por meio de observação direta dos não-passageiros, seguida de registro gráfico com desenhos da disposição física de seus corpos. Para o \"vivido\", observação participante e entrevistas semiestruturadas revelaram, da perspectiva de não-passageiros e de funcionários da estação, os símbolos e imagens relacionados ao espaço e aos usos que os não-passageiros fazem da estação. A partir de características comuns que pude identificar nos usos revelados pela análise respectivamente do espaço concebido, percebido e vivido, foi possível verificar que a estação Sé é usada pelos não-passageiros investigados como uma praça pública.This qualitative study addresses the uses of infrastructures of urban mobility in the contemporary world which comprises the uses of airports, bus terminals, train stations, subway stations, etc. Considering that urban mobility infrastructures have long extrapolated their primary function of hosting transit uses, there are recurrent discussions in the social sciences/urban studies on what happens in airports, stations and terminals beyond boarding; to put it shortly, on the non-transit uses of these infrastructures of urban mobility. Here I focus on the non-transit uses of the biggest subway station in downtown São Paulo, the so-called Sé Metro Station, between 2017 and 2019 in order to depict which non-transit uses are made of this station by users whom I term non-passengers, given that they usually use the station for purposes other than being subway passengers. In order to explain the uses of this space, I assume them as patterns of body behavior and of social interaction (FREHSE, [2009] 2017). As for space, the crucial theoretical framework stems from Henri Lefebvre\'s ([1974] 2000) production of space and its three dialectical moments: the so-called \"conceived space\" (by architects and engineers in rational and technical terms), \"perceived space\" (in sensitive and bodily terms) and the \"lived\" one (in symbolic terms via images). This spatial triad also oriented the research techniques that were employed in order to analytically identify the uses regarding conceived, perceived and lived space. As for the first moment, I accomplished documentary research in old and more recent architectural projects in order to depict representations of the station by architects and engineers. Regarding perceived space, I made use of direct observation and of drawings of the non-passengers\' bodily dispositions. In turn, participant observation and semi-structured interviews helped me to disclose the \"lived\' station. Based on the common traits regarding the uses of space that were disclosed by means of an analysis respectively of the conceived, perceived and lived space of the Sé Station, it was possible to recognize that this infrastructure of urban mobility is used by the examined non-passengers like a public square.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFrehse, FrayaMartin, Cristiana2020-03-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-24062020-173530/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-06-25T03:40:02Zoai:teses.usp.br:tde-24062020-173530Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-06-25T03:40:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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