Conhecimentos e crenças de autoeficácia sobre cuidados paliativos de futuros enfermeiros em países lusófonos: um estudo de métodos mistos

• Autor(a) principal: Jéssica Sponton Moura Minosso
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.83.2019.tde-19022021-172823

Cuidados paliativos permitem melhorar a qualidade de vida de pessoas em sofrimento decorrente de doenças avançadas. Tornam-se progressivamente mais relevantes à medida que as sociedades envelhecem e o perfil epidemiológico altera-se. Reconhendo o papel fundamental da Enfermagem para a provisão deste tipo de cuidados, o objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento e as crenças de autoeficácia de estudantes de enfermagem sobre cuidados paliativos. Utilizaram-se métodos mistos de pesquisa, com desenho convergente. Na etapa quantitativa, participaram da pesquisa 530 alunos e, na etapa qualitativa, 15 alunos, provenientes de duas instituições de ensino superior de Enfermagem, uma do Brasil e outra de Portugal. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados quantitativos foram o Bonn Palliative Care Knowledge Test, que avalia conhecimentos e autoeficácia em cuidados paliativos, após sua adaptação transcultural, e também um questionário sociodemográfico. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, com a comparação de médias amostrais e identificação de associações entre as variáveis. Na etapa qualitativa, entrevistas semiestruturadas face-a-face foram realizadas e examinadas por meio de técnicas de análise de conteúdo. A confiabilidade do instrumento foi comprovada para suas duas seções: conhecimentos (=0,7) e autoeficácia (=0,95), e foram obtidas evidências de validade de conteúdo. Não foram obtidas evidências de validade de constructo. O nível de conhecimentos em cuidados paliativos dos estudantes brasileiros e portugueses foi considerado baixo. O nível de autoeficácia foi considerado razoável para os estudantes brasileiros e baixo para os estudantes portugueses. Identificaram-se associações entre as variáveis estudadas, dificuldades e facilidades relevantes para a prática de cuidados paliativos e equívocos nas concepções dos estudantes sobre o tema. Concluiu-se ser necessária a adequação dos currículos das instituições de ensino superior às demandas advindas das transições demográfica e epidemiológica, incorporando conteúdos de cuidados paliativos em disciplinas obrigatórias e oportunizando mais experiências de aprendizagem prática dos cuidados paliativos.