Leberecht Migge: as fronteiras do paisagismo em tensão na Alemanha (1902- 1927)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-26032021-171739/ |
Resumo: | Esta pesquisa tem como objeto a experiência de Rudolf Wilhelm Leberecht Migge (1881, Gdansk - 1935, Flensburg) como paisagista e autor, empreendendo tanto no campo prático profissional, quanto no debate amplo com seus contemporâneos advogando por um tipo específico de paisagismo: aquele alinhado aos movimentos de reforma dos parques e jardins que formularam o paisagismo arquitetônico, em contraposição ao pinturesco. No interior dessa vertente, Migge buscou conciliar campo e cidade, explorando questões sociais e econômicas em uma proposta de paisagismo voltado para as massas da população urbana e para a produção alimentar, denominado nesta pesquisa como paisagismo produtivo. Discutiu-se o papel do paisagismo produtivo, que buscou centralidade para debater, no campo profissional e social, a importância em se manter moradia e jardim produtivo vinculados; modelo assimilado em muitos projetos, inclusive nas moradias sociais, Siedlungen. Além disso, Migge buscou expandir em seus projetos os limites de atuação do paisagismo, incorporando no desenho dos espaços livres urbanos o desenvolvimento agrário de autossuficiência alimentar, bem como a gestão territorial dos resíduos urbanos, revertendo-os em composto para produção alimentar, um viés excepcional entre paisagistas de então. Objetivou-se inserir Migge e suas formulações nos debates do paisagismo, do urbanismo e da arquitetura, tendo como ponto de partida seus textos e alguns de seus projetos, bem como outras fontes primárias como periódicos e livros de seus contemporâneos. As fontes utilizadas neste trabalho abordam os seguintes temas: os princípios racionais e técnicos do paisagismo e sua relação com uma identidade alemã; a função social do paisagista a partir das mudanças sociais, resultando no parque público moderno; a comparação das tipologias verdes às engrenagens de uma máquina, aludindo à produção do paisagismo para as massas; a formulação do paisagismo produtivo, da autossuficiência alimentar e do desenvolvimento interdependente de cidade e campo; a relação da política verde com o urbanismo e o desenvolvimento da cidade rurbana; a produção de moradia em novos assentamos, sua respectiva arquitetura e relação com o jardim. Conclui-se que Migge pretendeu resolver questões prementes de seu tempo atuando transversalmente a muitos campos disciplinares. Nos interessa aqui a discussão das disputas travadas sobre outros projetos de mundo envolvendo o campo e a cidade. Espera-se com isso contribuir para a história do paisagismo no interior da história dos espaços construídos, que inclui arquitetura, urbanismo e paisagismo. |
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Leberecht Migge: as fronteiras do paisagismo em tensão na Alemanha (1902- 1927)Leberecht Migge: the boundaries of tension of landscape architecture in Germany (1902-1927).Architectural landscapeAutossuficiênciaHistória do paisagismo alemãoHistory of German landscapingLeberecht MiggeLeberecht MiggePaisagismo arquitetônicoPaisagismo produtivoProductive landscapeSelf-sufficiencyEsta pesquisa tem como objeto a experiência de Rudolf Wilhelm Leberecht Migge (1881, Gdansk - 1935, Flensburg) como paisagista e autor, empreendendo tanto no campo prático profissional, quanto no debate amplo com seus contemporâneos advogando por um tipo específico de paisagismo: aquele alinhado aos movimentos de reforma dos parques e jardins que formularam o paisagismo arquitetônico, em contraposição ao pinturesco. No interior dessa vertente, Migge buscou conciliar campo e cidade, explorando questões sociais e econômicas em uma proposta de paisagismo voltado para as massas da população urbana e para a produção alimentar, denominado nesta pesquisa como paisagismo produtivo. Discutiu-se o papel do paisagismo produtivo, que buscou centralidade para debater, no campo profissional e social, a importância em se manter moradia e jardim produtivo vinculados; modelo assimilado em muitos projetos, inclusive nas moradias sociais, Siedlungen. Além disso, Migge buscou expandir em seus projetos os limites de atuação do paisagismo, incorporando no desenho dos espaços livres urbanos o desenvolvimento agrário de autossuficiência alimentar, bem como a gestão territorial dos resíduos urbanos, revertendo-os em composto para produção alimentar, um viés excepcional entre paisagistas de então. Objetivou-se inserir Migge e suas formulações nos debates do paisagismo, do urbanismo e da arquitetura, tendo como ponto de partida seus textos e alguns de seus projetos, bem como outras fontes primárias como periódicos e livros de seus contemporâneos. As fontes utilizadas neste trabalho abordam os seguintes temas: os princípios racionais e técnicos do paisagismo e sua relação com uma identidade alemã; a função social do paisagista a partir das mudanças sociais, resultando no parque público moderno; a comparação das tipologias verdes às engrenagens de uma máquina, aludindo à produção do paisagismo para as massas; a formulação do paisagismo produtivo, da autossuficiência alimentar e do desenvolvimento interdependente de cidade e campo; a relação da política verde com o urbanismo e o desenvolvimento da cidade rurbana; a produção de moradia em novos assentamos, sua respectiva arquitetura e relação com o jardim. Conclui-se que Migge pretendeu resolver questões prementes de seu tempo atuando transversalmente a muitos campos disciplinares. Nos interessa aqui a discussão das disputas travadas sobre outros projetos de mundo envolvendo o campo e a cidade. Espera-se com isso contribuir para a história do paisagismo no interior da história dos espaços construídos, que inclui arquitetura, urbanismo e paisagismo.The object of this research is the experience of Rudolf Wilhelm Leberecht Migge (1881, Gdansk - 1935, Flensburg) as a landscape architect and author, undertaking both in the professional practical area and in the broad debate with his contemporaries, advocating for a specific type of landscape project: the one aligned with the movements of reform of the parks and gardens that formulated the architectural landscape as opposed to the picturesque. Within this aspect, Migge sought to reconcile the countryside and the city, exploring social and economic issues in a landscape architecture proposal facing at the mass of the urban population and food production, understand in this research as productive landscape. The role of productive landscape was discussed, which sought centrality to debate, in the professional and social area, the importance of maintaining housing and productive garden themes linked; model assimilated in many projects, including social housing, Siedlungen (Settlements). In addition, Migge sought to expand in his projects the limits of landscape architecture, incorporating in the design of urban frees spaces the agrarian development of food self-sufficiency, as well as the territorial management of urban waste, reverting them into compost for food production, a bias exceptional among his contemporaries landscape architects. The objective was to insert Migge and his formulations in the debates on landscape architeture, urbanism and architecture, taking as a starting point his texts and some of his projects, as well as other primary sources such as journals and books by his contemporaries professionals. The sources used in this thesis approach these themes: the rational and technical principles of landscape architecture and their relationship with German identity; the social function of the landscape architects based on social changes, resulting in the modern public park; the comparison of green typologies to the gears of a machine, alluding to the production of landscape architecture for the mass of population; the formulation of productive landscape, food self-sufficiency and interdependent development of city and countryside; the relationship of green politics with urbanism and the development of the rurban city; the production of housing in new settlements, their respective architecture and relationship with the garden. It is concluded that Migge intended to resolve main issues of his time by working across many disciplinary fields. We are interested in the discussion disputes fought over other world projects involving the countryside and the city. It is expected to contribute to the history of landscape architecture within the history of built spaces, which includes architecture, urbanism and landscape.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCymbalista, RenatoSilva, Tania Knapp da2020-06-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-26032021-171739/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-04-08T17:51:02Zoai:teses.usp.br:tde-26032021-171739Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-04-08T17:51:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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