Mapeamento da vulnerabilidade das águas subterrâneas nos Municípios de Salesópolis e Embu Guaçu
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-09092024-092219/ |
Resumo: | O estudo da vulnerabilidade à poluição é uma importante ferramenta de proteção das águas subterrâneas. Existem poucos estudos com essa temática focado na Região Metropolitana de São Paulo-RMSP, embora este seja o maior aglomerado urbano da América do Sul e o responsável por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Aproximadamente 72% da RMSP está inserida na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê-BAT, que apresenta uma das situações mais críticas do estado, em relação à demanda por água e a disponibilidade hídrica natural. Para suprir a demanda de água da população que vive na BAT, a agência pública de abastecimento depende de transferências de águas de outras bacias hidrográficas e de poços de águas subterrâneas (18%). Esse cenário mostra que as águas subterrâneas é uma potencial solução para o abastecimento dos municípios da BAT e por isso a sua vulnerabilidade à poluição deve ser estudada. Com o intuito de se avaliar os dados disponíveis em relação às ferramentas mais utilizadas para o cálculo de vulnerabilidade, e como diferenças entre municípios possam influenciar no mapeamento dessa vulnerabilidade, foram escolhidos dois municípios da BAT, Salesópolis e Embu-Guaçu. O primeiro está localizado na cabeceira, onde existe a nascente do Rio Tietê e segundo está mais próximo à área do exultório da bacia hidrográfica. São também municípios com situações contrárias de disponibilidade hídrica, pois Salesópolis está acima do recomendado (>2500 m3/hab./ano), enquanto Embu-Guaçu está em situação considerada crítica (<1500 m3/hab./ano). Salesópolis apresentou uma tendência muito maior de diminuição (inclinação de -76,3) da disponibilidade hídrica, ao longo dos anos de 2015 a 2021. Foram aplicados os métodos DRASTIC e GOD, utilizando o software ARCGIS. O DRASTIC utiliza os parâmetros: profundidade do NA, recarga, meio aquífero, tipo de solo, topografia, impacto da Zona Vadosa e Condutividade hidráulica. O GOD utiliza o grau de confinamento, tipo de cobertura rochosa e profundidade do NA. Os parâmetros utilizados foram compostos por dados do cadastro de outorga do DAEE e dados de outros estudos, já que o cadastro não apresentava boa parte dos dados necessários para a composição e execução do mapeamento por ambos os métodos. No município de Salesópolis só ocorre o Sistema Aquífero Cristalino (SAC), enquanto em Embu Guaçu ocorre também o Sistema Aquífero Sedimentar (SAS), mas em menor área do que o SAC. Os dados disponibilizados pelas agências reguladores não são suficientes para uma adequada avaliação da vulnerabilidade, sendo necessário realizar generalizações com base em dados bibliográficos. O método DRASTIC se apresentou mais diversos do que o GOD nos dois municípios, considerando mais áreas em risco mais alto do que o GOD. As maiores vulnerabilidades foram obtidas no município de Embu-Guaçu, que também possui menor disponibilidade hídrica, em relação à Salesópolis. Há fatores que podem influenciar a vulnerabilidade que não são considerados nesses métodos, como o crescimento populacional de uma região e a falta de integração de dados de águas superficiais com as subterrâneas e entre os municípios. Dessa forma, os mapas gerados neste estudo desempenham um papel preliminar para os municípios de Salesópolis e Embu Guaçu entenderem suas vulnerabilidades e se prepararem para cenários futuros piores do que os atuais. |
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Mapeamento da vulnerabilidade das águas subterrâneas nos Municípios de Salesópolis e Embu GuaçuMapping the vulnerability of groundwater in the municipalities of Salesópolis and Embu GuaçuDRASTIC and GOD MethodsGroundwater protectionMétodos DRASTIC e GODProteção das águas subterrâneasVulnerabilidadeVulnerabilityO estudo da vulnerabilidade à poluição é uma importante ferramenta de proteção das águas subterrâneas. Existem poucos estudos com essa temática focado na Região Metropolitana de São Paulo-RMSP, embora este seja o maior aglomerado urbano da América do Sul e o responsável por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Aproximadamente 72% da RMSP está inserida na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê-BAT, que apresenta uma das situações mais críticas do estado, em relação à demanda por água e a disponibilidade hídrica natural. Para suprir a demanda de água da população que vive na BAT, a agência pública de abastecimento depende de transferências de águas de outras bacias hidrográficas e de poços de águas subterrâneas (18%). Esse cenário mostra que as águas subterrâneas é uma potencial solução para o abastecimento dos municípios da BAT e por isso a sua vulnerabilidade à poluição deve ser estudada. Com o intuito de se avaliar os dados disponíveis em relação às ferramentas mais utilizadas para o cálculo de vulnerabilidade, e como diferenças entre municípios possam influenciar no mapeamento dessa vulnerabilidade, foram escolhidos dois municípios da BAT, Salesópolis e Embu-Guaçu. O primeiro está localizado na cabeceira, onde existe a nascente do Rio Tietê e segundo está mais próximo à área do exultório da bacia hidrográfica. São também municípios com situações contrárias de disponibilidade hídrica, pois Salesópolis está acima do recomendado (>2500 m3/hab./ano), enquanto Embu-Guaçu está em situação considerada crítica (<1500 m3/hab./ano). Salesópolis apresentou uma tendência muito maior de diminuição (inclinação de -76,3) da disponibilidade hídrica, ao longo dos anos de 2015 a 2021. Foram aplicados os métodos DRASTIC e GOD, utilizando o software ARCGIS. O DRASTIC utiliza os parâmetros: profundidade do NA, recarga, meio aquífero, tipo de solo, topografia, impacto da Zona Vadosa e Condutividade hidráulica. O GOD utiliza o grau de confinamento, tipo de cobertura rochosa e profundidade do NA. Os parâmetros utilizados foram compostos por dados do cadastro de outorga do DAEE e dados de outros estudos, já que o cadastro não apresentava boa parte dos dados necessários para a composição e execução do mapeamento por ambos os métodos. No município de Salesópolis só ocorre o Sistema Aquífero Cristalino (SAC), enquanto em Embu Guaçu ocorre também o Sistema Aquífero Sedimentar (SAS), mas em menor área do que o SAC. Os dados disponibilizados pelas agências reguladores não são suficientes para uma adequada avaliação da vulnerabilidade, sendo necessário realizar generalizações com base em dados bibliográficos. O método DRASTIC se apresentou mais diversos do que o GOD nos dois municípios, considerando mais áreas em risco mais alto do que o GOD. As maiores vulnerabilidades foram obtidas no município de Embu-Guaçu, que também possui menor disponibilidade hídrica, em relação à Salesópolis. Há fatores que podem influenciar a vulnerabilidade que não são considerados nesses métodos, como o crescimento populacional de uma região e a falta de integração de dados de águas superficiais com as subterrâneas e entre os municípios. Dessa forma, os mapas gerados neste estudo desempenham um papel preliminar para os municípios de Salesópolis e Embu Guaçu entenderem suas vulnerabilidades e se prepararem para cenários futuros piores do que os atuais.The study of vulnerability to pollution is an important tool for protecting groundwater. There are few studies with this theme focused on the São Paulo Metropolitan Region (RMSP), despite it being the largest urban agglomeration in South America and responsible for 15% of the Brazilian Gross Domestic Product (GDP). Approximately 72% of the RMSP is located within the Alto Tietê Basin (BAT), which presents one of the most critical situations in the state in terms of water demand and natural water availability. To meet the water demand of the population living in the BAT, the public supply agency depends on water transfers from other hydrographic basins and groundwater wells (18%). This scenario shows that groundwater is a potential solution for supplying the municipalities of the BAT, and therefore its vulnerability to pollution must be studied. To evaluate the available data regarding the most commonly used tools for vulnerability assessment and how differences between municipalities may influence the mapping of this vulnerability, two municipalities from the BAT, Salesópolis and Embu-Guaçu, were chosen. The former is located at the headwaters, where the Tietê River originates, while the latter is closer to the outlet area of the hydrographic basin. These are also municipalities with contrasting situations of water availability, as Salesópolis is above the recommended threshold (>2500 m3/inhab/year), while Embu-Guaçu is in a considered critical situation (<1500 m3/inhab/year). Salesópolis showed a much greater trend of decrease (slope of -76.3) in water availability over the years from 2015 to 2021. The DRASTIC and GOD methods were applied using ARCGIS software. DRASTIC utilizes the parameters: depth to water table, recharge, aquifer media, soil type, topography, vadose zone impact, and hydraulic conductivity. GOD utilizes the degree of confinement, type of rock cover, and depth to water table. The parameters used were composed of data from the DAEE\'s authorization registry and data from other studies, as the registry did not contain a significant portion of the necessary data for the composition and execution of mapping by both methods. In the municipality of Salesópolis, only the Crystalline Aquifer System (SAC) occurs, while in Embu Guaçu, the Sedimentary Aquifer System (SAS) also occurs, but in a smaller area than SAC. The data provided by regulatory agencies are not sufficient for an adequate vulnerability assessment, requiring generalizations based on bibliographic data. The DRASTIC method was more diverse than the GOD in both municipalities, considering more areas at higher risk than GOD. The greatest vulnerabilities were obtained in the municipality of Embu-Guaçu, which also has lower water availability compared to Salesópolis. Some factors may influence vulnerability that are not considered in these methods, such as the population growth of a region and the lack of integration of surface water data with groundwater and among municipalities. Thus, the maps generated in this study play a preliminary role for the municipalities of Salesópolis and Embu Guaçu to understand their vulnerabilities and be prepared for future scenarios worse than the current ones.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMartins, Veridiana Teixeira de SouzaAraujo, Paula Suelem Santos de2024-06-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-09092024-092219/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-09-09T13:17:02Zoai:teses.usp.br:tde-09092024-092219Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-09-09T13:17:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O estudo da vulnerabilidade à poluição é uma importante ferramenta de proteção das águas subterrâneas. Existem poucos estudos com essa temática focado na Região Metropolitana de São Paulo-RMSP, embora este seja o maior aglomerado urbano da América do Sul e o responsável por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Aproximadamente 72% da RMSP está inserida na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê-BAT, que apresenta uma das situações mais críticas do estado, em relação à demanda por água e a disponibilidade hídrica natural. Para suprir a demanda de água da população que vive na BAT, a agência pública de abastecimento depende de transferências de águas de outras bacias hidrográficas e de poços de águas subterrâneas (18%). Esse cenário mostra que as águas subterrâneas é uma potencial solução para o abastecimento dos municípios da BAT e por isso a sua vulnerabilidade à poluição deve ser estudada. Com o intuito de se avaliar os dados disponíveis em relação às ferramentas mais utilizadas para o cálculo de vulnerabilidade, e como diferenças entre municípios possam influenciar no mapeamento dessa vulnerabilidade, foram escolhidos dois municípios da BAT, Salesópolis e Embu-Guaçu. O primeiro está localizado na cabeceira, onde existe a nascente do Rio Tietê e segundo está mais próximo à área do exultório da bacia hidrográfica. São também municípios com situações contrárias de disponibilidade hídrica, pois Salesópolis está acima do recomendado (>2500 m3/hab./ano), enquanto Embu-Guaçu está em situação considerada crítica (<1500 m3/hab./ano). Salesópolis apresentou uma tendência muito maior de diminuição (inclinação de -76,3) da disponibilidade hídrica, ao longo dos anos de 2015 a 2021. Foram aplicados os métodos DRASTIC e GOD, utilizando o software ARCGIS. O DRASTIC utiliza os parâmetros: profundidade do NA, recarga, meio aquífero, tipo de solo, topografia, impacto da Zona Vadosa e Condutividade hidráulica. O GOD utiliza o grau de confinamento, tipo de cobertura rochosa e profundidade do NA. Os parâmetros utilizados foram compostos por dados do cadastro de outorga do DAEE e dados de outros estudos, já que o cadastro não apresentava boa parte dos dados necessários para a composição e execução do mapeamento por ambos os métodos. No município de Salesópolis só ocorre o Sistema Aquífero Cristalino (SAC), enquanto em Embu Guaçu ocorre também o Sistema Aquífero Sedimentar (SAS), mas em menor área do que o SAC. Os dados disponibilizados pelas agências reguladores não são suficientes para uma adequada avaliação da vulnerabilidade, sendo necessário realizar generalizações com base em dados bibliográficos. O método DRASTIC se apresentou mais diversos do que o GOD nos dois municípios, considerando mais áreas em risco mais alto do que o GOD. As maiores vulnerabilidades foram obtidas no município de Embu-Guaçu, que também possui menor disponibilidade hídrica, em relação à Salesópolis. Há fatores que podem influenciar a vulnerabilidade que não são considerados nesses métodos, como o crescimento populacional de uma região e a falta de integração de dados de águas superficiais com as subterrâneas e entre os municípios. Dessa forma, os mapas gerados neste estudo desempenham um papel preliminar para os municípios de Salesópolis e Embu Guaçu entenderem suas vulnerabilidades e se prepararem para cenários futuros piores do que os atuais. |
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