Petrologia do Batóito Muniz Freire, Estado do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mascarenhas, Igor Eduardo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44137/tde-30052019-102249/
Resumo: O Batólito Muniz Freire está situado na porção sul do orógeno Araçuaí, na latitude de Vitória e corresponde a um corpo granítico alongado, com área de exposição de aproximadamente 680 km2. A colocação do batólito foi controlada pela Zona de Cisalhamento Guaçuí, que corresponde ao seu contato noroeste. É constituído de monzogranitos a granodioritos com sienogranitos, tonalitos, dioritos e enclaves máficos subordinados. Possui uma foliação no estado sólido heterogênea, sendo marcada pela orientação/estiramento de cristais de biotita e dos minerais félsicos, rotação de feldspatos e bordas com subgrãos. Preserva em zonas de baixa deformação uma foliação definida por porfiroclastos de feldspatos prismáticos e quartzo alongado, além de biotita indeformada. As rochas são de caráter cálcico-alcalina alto-K e marginalmente peraluminosas. Elementos maiores e traços indicam processos de cristalização fracionada, com enriquecimento em ETR leves. As temperaturas de saturação de zircão e apatita são respectivamente ~725°C a ~825°C e ~875°C a 925°C. A granada tem uma composição não usual para rochas ígneas (rica em grossulária e espessartita), porém semelhante à granada no Batólito Galileia e a outros dois corpos com epídoto magmático e evidências de alta pressão. Epídoto magmático (Ps = 26%-30%) é fase acessória, estável em tonalitos e metaestável em granodioritos, o que sugere uma pressão mínima de colocação de 8 kbar. Plagioclásio pode ser separado em duas famílias, uma com zoneamento normal e outra com zoneamento inverso, podendo a última ser explicada pela formação de anortita a partir da dissolução de epídoto. A forma alongada do batólito, concordante com a Zona de Cisalhamento Guaçuí associada à presença de uma foliação magmática que transiciona nas bordas para uma foliação milonítica, sugere que a colocação do magmatismo foi contemporânea à atividade principal da referida estrutura. Deformação, composição e dados isotópicos indicam compatibilidade com rochas sin-colisionais.
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