Petrologia, geoquímica e geocronologia dos diques máficos da região de Crixás-Goiás, porção Centro-Oeste do Estado de Goiás

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Paulo Cesar Correa da
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-08012016-150743/
Resumo: Na região centro-oeste do Estado de Goiás ocorrem um dos mais expressivos enxames de diques máficos pré-cambrianos do Brasil. Estes diques afloram nos terrenos granito-gnáissicos do Maciço de Goiás em duas direções principais de intrusões (NE e NW). Em função dos aspectos petrográficos os diques foram divididos em três grupos: diabásios, metabasitos e anfibolitos. Os diabásios exibem texturas ofíticas a subofíticas e intercrescimentos granofíricos. Os metabasitos têm texturas sobofíticas a ofíticas. Os anfibolitos apresentam texturas granonematoblásticas. Em alguns diques mais espessos (~100 metros) nota-se clara variação textural, variando de ofítica a subofítica no centro a granonematoblástica nas bordas. Tal fato, aliado à semelhança geoquímica entre os diversos litotipos, levou-nos a considerá-los como de mesma idade de cristalização. Em linhas gerais, os diques máficos possuem afinidades toleíticas e composição basáltica. Apenas os diabásios apresentam uma ligeira variação composicional para andesitos basálticos. Estes diques mostram diferenças importantes nas suas composições químicas e foram divididos com base nos seus conteúdos de Ti\'O IND.2\' em: 1 - diques de alto Ti\'O IND.2\' (para teores de Ti\'O IND.2\' > 1,5%) e 2 - diques de baixo Ti\'O IND.2\' (para teores de Ti\'O IND. 2\' < 1,5%). De modo geral, os diques de alto Ti\'O IND.2\' ocorrem predominantemente na porção sul da área investigada, enquanto, que os diques de baixo Ti\'O IND.2\' ocorrem tanto na porção norte como na porção sul. Nos diques de baixo Ti\'O IND.2\' o índice de diferenciação mg# varia de 0,49 a 0,31. No grupo de alto Ti\'O IND.2\' esse valor varia de 0,33 a 0,18. Em ambos os casos com a diminuição de mg# ocorre um aumento de \'Fe IND.2\'\'O IND.3\'T, \'P IND.2\'\'O IND.5\', \'K IND.2\'O, \'Na IND.2\'O, Zr, Y, La, Nb, Ba, Zn e Ce, e diminuição de \'Al IND.2\'\'O IND.3\', CaO, Cr e Ni. O Sr é praticamente constante. Os diques de alto e baixo Ti\'O IND.2\' diferem no conteúdo de elementos incompatíveis principalmente dos grupos LILE (K, Rb e Ba) e elementos terras raras leves (La e Ce). Tais elementos são sempre mais abundantes no grupo de alto Ti\'O IND.2\'. Análises pelo método Rb-Sr em rocha total e Ar-Ar em anfibólios mostram que os terrenos granito-gnáissicos do Maciço de Goiás, foram seccionados por uma geração de diques máficos de aproximadamente 2.400 Ma. As razões iniciais de \'87 ANTPOT Sr\'/\'86 ANTPOT Sr\' e \'143 ANTPOT Nd\'/\'144 ANTPOT Nd\', e valores de \'épsilon\'(Sr) e \'épsilon\'(Nd) para a época de formação destas rochas (2.400 Ma), mostraram que grande parte das amostras situam-se próximas à \"Terra Global\". Para avaliar a interrelação entre os grupos de diques de alto e baixo Ti\'O IND.2\', foram testados quatro mecanismos teoricamente possíveis: cristalização fracionada, contaminação crustal, diferentes graus de fusão a partir de fonte homogênea e fonte heterogênea. O resultado desses estudos indicam a presença de fonte mantélica heterogênea. As semelhanças geoquímicas e isotópicas com diques das regiões de Uauá no Cráton São Francisco e Carajás no Cráton Amazônico indicam que a colocação dos diques de Goiás ocorreu num ambiente continental intracratônico.
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Tal fato, aliado à semelhança geoquímica entre os diversos litotipos, levou-nos a considerá-los como de mesma idade de cristalização. Em linhas gerais, os diques máficos possuem afinidades toleíticas e composição basáltica. Apenas os diabásios apresentam uma ligeira variação composicional para andesitos basálticos. Estes diques mostram diferenças importantes nas suas composições químicas e foram divididos com base nos seus conteúdos de Ti\'O IND.2\' em: 1 - diques de alto Ti\'O IND.2\' (para teores de Ti\'O IND.2\' > 1,5%) e 2 - diques de baixo Ti\'O IND.2\' (para teores de Ti\'O IND. 2\' < 1,5%). De modo geral, os diques de alto Ti\'O IND.2\' ocorrem predominantemente na porção sul da área investigada, enquanto, que os diques de baixo Ti\'O IND.2\' ocorrem tanto na porção norte como na porção sul. Nos diques de baixo Ti\'O IND.2\' o índice de diferenciação mg# varia de 0,49 a 0,31. No grupo de alto Ti\'O IND.2\' esse valor varia de 0,33 a 0,18. 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Para avaliar a interrelação entre os grupos de diques de alto e baixo Ti\'O IND.2\', foram testados quatro mecanismos teoricamente possíveis: cristalização fracionada, contaminação crustal, diferentes graus de fusão a partir de fonte homogênea e fonte heterogênea. O resultado desses estudos indicam a presença de fonte mantélica heterogênea. As semelhanças geoquímicas e isotópicas com diques das regiões de Uauá no Cráton São Francisco e Carajás no Cráton Amazônico indicam que a colocação dos diques de Goiás ocorreu num ambiente continental intracratônico.Precambrian mafic dyke swarms occur in the center-western region of Goiás State, Brazil. These dykes intrude granite-gneiss terrains of the Goiás Massif along two main trends (NE and NW). The dykes were subdivided in three groups based on their petrographic aspects: diabases, metabasites and amphibolites. The diabases are caracterized by ophitic to subophitic textures and granophyric intergrowths. Metabasites present subophitic to ophitic textures. Amphibolites show granonematoblastic textures. ln some of the thicker dykes (~100 meters) a clear textural variation from ophitic to subophitic at the centre to granonematoblastic at the rims is observed. Such a fact, together with the similarity of geochemical characteristics between the lithotypes, lead to the conclusion that these dykes have the same crystallization age. The mafic dykes have tholeiitic affinities and basaltic composition. Only diabases have a slight composicional variation to basaltic andesite. These dykes show important chemical differences and were divided into two rock-types by their TiO2 contents: 1 - high TiO2 > 1,5%) and; 2 - low TiO2 (TiO2 < 1,5%). ln general, the high TiO2 type occurs predominantly in the southern portion of the investigated area, while the low TiO2 type occurs in both northern and southern portions. The low TiO2 type has mg# values that range from 0,49 to 0,31. ln the high TiO2 type the mg# value ranges from 0,33 to 0,18. ln both cases, with decreasing mg# occur increases of Fe2O3T, P2O5, K2O, Na2O, Zr, Y, La, Nb, Ba,Zn, Ce and decrease of Al2O3, CaO, Cr and Ni. Sr is often constant. The high and low TiO2 dykes differ in the contents of incompatible elements mostly of the LILE (K, Rb and Ba) and light rare earth element (La and Ce) groups. Such elements are always more abundant in the high TiO2 group. Rb-Sr whole-rock and Ar-Ar (amphibole) analyses show that the granite-gneiss terrains of the Goiás Massif, are crosscut by mafic dykes of 24OO Ma. The \'ANTPOT.87Sr\'/ \'ANTPOT.86Sr\' and \'ANTPOT. 143Nd\'/ \'ANTPOT.144Nd\' initial ratios, and values of \'épsilon\'(Sr) and \'épsilon\'(Nd) calculated to 2400 Ma, show that most of the samples plot near to the Bulk Earth composition. To evaluate the relationship among high and low TiO2 dyke groups, four theoretically possible mechanisms were tested: fractional crystallization, crustal contamination, variable degrees of melting of homogeneous source, and heterogeneous source. The result of these studies indicate the presence of an heterogeneous mantle source. The geochemical and isotopic similarities with São Francisco and Amazonia Craton dykes show that the emplacement of the Goiás dykes occurred in an intracratonic continental environment.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGirardi, Vicente Antonio VitorioCosta, Paulo Cesar Correa da2003-11-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-08012016-150743/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-08012016-150743Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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