O estudo do lugar sob o enfoque da geografia humanista: um lugar chamado Avenida Paulista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-31052011-143633/ |
Resumo: | O lugar é uma das mais importantes categorias espaciais da Geografia. Assim como a própria concepção de espaço, a de lugar se inscreve no escopo de diferentes análises geográficas; mas, é à Geografia Humanista que a categoria de lugar está fortemente relacionada. O enfoque geográfico humanista coloca o lugar em situação de destaque, ao tratar sobre a relação afetiva do homem com o espaço e a pluralidade das experiências que transformam este espaço em lugar. Entende-se, a partir dessa perspectiva, que o lugar é uma realização essencialmente sentimental e que são as vivências pessoais e as experiências íntimas que lhe atribuem densidade. Nesse aspecto, o geógrafo humanista Yi-Fu Tuan adota o neologismo topofilia, a fim de melhor caracterizar o amor humano pelos lugares. Para o homem, os laços topofílicos fazem transparecer um conjunto de sentimentos entranhados: são memórias, nostalgias, afinidades e valores que subsistem como lembranças do passado, realizações do presente e/ou futuras ações. Para a Geografia, a topofilia é um sopro de Humanismo que está amparado pela concepção do espaço simbólico, relacional e afetivo, e que tem o tempo como categoria intrínseca. A Geografia Humanista reconhece que os lugares dos homens são tão diversos quanto os seus sonhos. Aliás, o ser humano não cessa de sonhar com lugares que dêem espessura e significado à sua existência pessoal. Esses lugares inscrevem-se na intimidade ou na amplidão, pois, assim como os homens, resguardam dentro de si a imensidão e a particularidade. Do mesmo modo que a rua e o bairro são espaços acolhedores e pessoais, uma cidade ou um país também são capazes de comportar tais sentimentos. Por sinal, a urbe engendra apropriadamente a máxima do lugar dos sonhos, porque oferece múltiplas possibilidades de realização pessoal. Os lugares urbanos são espaços de intenso envolvimento, deflagradores de aspirações, conquistas, amores e ódio. Nesse panorama, a Avenida Paulista, um dos lugares-símbolo da cidade de São Paulo, surge como exemplo do quão sentimental pode ser um lugar. Seja por conta de sua importância para a história dessa metrópole, seja por sua relação com a vida dos paulistanos nos dias atuais, a Paulista representa o sonho de um lugar ideal. A Avenida Paulista é um lugar chamado pelo mesmo nome que dá ao povo do estado de São Paulo um sentimento de unidade. Entretanto, não é apenas pelo fato de serem homônimos que se pode dizer que a Paulista é o paulista, e sim porque ambos abrigam um teor de humanidade que lhes é absolutamente análogo. Ora, o lugar, a mais humana das categorias geográficas, reflete toda a diversidade das ações praticadas pelo homem no espaço. De modo que se pode afirmar que lugares são pessoas, porque estas são cada um dos lugares que realizam durante a vida |
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O estudo do lugar sob o enfoque da geografia humanista: um lugar chamado Avenida PaulistaThe study of place under humanistic geography focus: a place called Paulista AvenueAvenida PaulistaCidade de São PauloGeografia humanistaHuman geographyLugarPaulista AvenuePlaceSão PauloTopofiliaTopophiliaO lugar é uma das mais importantes categorias espaciais da Geografia. Assim como a própria concepção de espaço, a de lugar se inscreve no escopo de diferentes análises geográficas; mas, é à Geografia Humanista que a categoria de lugar está fortemente relacionada. O enfoque geográfico humanista coloca o lugar em situação de destaque, ao tratar sobre a relação afetiva do homem com o espaço e a pluralidade das experiências que transformam este espaço em lugar. Entende-se, a partir dessa perspectiva, que o lugar é uma realização essencialmente sentimental e que são as vivências pessoais e as experiências íntimas que lhe atribuem densidade. Nesse aspecto, o geógrafo humanista Yi-Fu Tuan adota o neologismo topofilia, a fim de melhor caracterizar o amor humano pelos lugares. Para o homem, os laços topofílicos fazem transparecer um conjunto de sentimentos entranhados: são memórias, nostalgias, afinidades e valores que subsistem como lembranças do passado, realizações do presente e/ou futuras ações. Para a Geografia, a topofilia é um sopro de Humanismo que está amparado pela concepção do espaço simbólico, relacional e afetivo, e que tem o tempo como categoria intrínseca. A Geografia Humanista reconhece que os lugares dos homens são tão diversos quanto os seus sonhos. Aliás, o ser humano não cessa de sonhar com lugares que dêem espessura e significado à sua existência pessoal. Esses lugares inscrevem-se na intimidade ou na amplidão, pois, assim como os homens, resguardam dentro de si a imensidão e a particularidade. Do mesmo modo que a rua e o bairro são espaços acolhedores e pessoais, uma cidade ou um país também são capazes de comportar tais sentimentos. Por sinal, a urbe engendra apropriadamente a máxima do lugar dos sonhos, porque oferece múltiplas possibilidades de realização pessoal. Os lugares urbanos são espaços de intenso envolvimento, deflagradores de aspirações, conquistas, amores e ódio. Nesse panorama, a Avenida Paulista, um dos lugares-símbolo da cidade de São Paulo, surge como exemplo do quão sentimental pode ser um lugar. Seja por conta de sua importância para a história dessa metrópole, seja por sua relação com a vida dos paulistanos nos dias atuais, a Paulista representa o sonho de um lugar ideal. A Avenida Paulista é um lugar chamado pelo mesmo nome que dá ao povo do estado de São Paulo um sentimento de unidade. Entretanto, não é apenas pelo fato de serem homônimos que se pode dizer que a Paulista é o paulista, e sim porque ambos abrigam um teor de humanidade que lhes é absolutamente análogo. Ora, o lugar, a mais humana das categorias geográficas, reflete toda a diversidade das ações praticadas pelo homem no espaço. De modo que se pode afirmar que lugares são pessoas, porque estas são cada um dos lugares que realizam durante a vidaPlace is one of the most important spatial categories of Geography. As well as the conception of space, the conception of place fits the scope of different geographic analyses; however, the category of place is strongly related to Human Geography. The Human Geographic focus puts place in a prominent situation, by dealing with the affective relationship between man and space and the plurality of experiences which transform this space into place. From this perspective, it can be understood that place is essentially a sentimental realisation and that the personal, intimate experiences are what gives place its density. Thus, human geographer Yi-Fu Tuan adopts the neologism \"topophilia\" in order to better characterize the human love for places. For men, topophiliac ties bring up a set of deep feelings: these are memories, nostalgia, affinity and values which stand as reminders of the past, of achievements of the present, and/or of future actions. For Geography, topophilia is a breath of Humanism that is supported by the conception of symbolic, relational and affective space, having time as an intrinsic category. Human Geography recognizes that mens places are as diverse as their dreams. Moreover, human beings do not cease to dream of places which give consistency and meaning to their personal existence. These places fall into vastness or intimacy, because like men, places preserve both immensity and particularity within. Just as the street and the neighborhood are cozy and personal spaces, a city or a country are also able to carry such feelings.Incidentally, the city properly consists the place of dreams axiom, seeing as it offers many possibilities for personal fulfillment. Urban places are spaces of intense involvement, trigger of aspirations, achievements, love and hate. In this scenario, the Paulista Avenue, one of the symbolic places of the city of São Paulo, emerges as an example of how a place can be sentimental. Whether it is because of its importance to the history of this metropolis, or because of its relationship to the life of the paulistanos nowadays, Paulista Avenue represents the dream of an ideal place. Paulista Avenue is a place called by the same name that gives the people from the state of São Paulo a sense of unity. However, not only is it for the fact that they are homonyms that it can be said that Paulista is the paulista, but also because both convey a quite similar level of humanity. Therefore, the place, the most human of geographic categories, reflects all the diversity of actions taken by man in space. Thus, it would not be an exaggeration to say that places are people, because the latter are each place that they realize throughout life.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRodrigues, Adyr Apparecida BalastreriGonçalves, Leandro Forgiarini de2011-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-31052011-143633/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-31052011-143633Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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