Caracterização fenotípica e molecular de cepas Klebsiella pneumoniae obtidas de amostras clínicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quesada, Regina Mariuza Borsato
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-13042023-115526/
Resumo: Klebsiella pneumoniae, na condição de patógeno oportunista, causa infecções principalmente em recém-nascidos, idosos e pacientes imunocomprometidos por doenças crônicas como diabetes, etilismo, neoplasias, e tem exercido papel relevante nas infecções hospitalares. Pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva e os submetidos a procedimentos invasivos ou à terapia com antimicrobianos beta-lactâmicos, estão mais predispostos a processos infecciosos por K.pneumoniae. Os tratos urinário e respiratório são mais acometidos por este microrganismo, embora apresente, com freqüência, infecções relacionadas ao uso de cateter e sepses. Com o objetivo de caracterizar, fenotípica e molecularmente, 75 isolados de K.pneumoniae obtidos de diferentes materiais clínicos, foram analisados quanto ao perfil de suscetibilidade e produção de ESBL, bem como quanto à presença de fatores de virulência. Para tanto, foram estudados 25 isolados provenientes de pacientes hospitalizados portadores de infecções, 25 isolados de pacientes internados e colonizados por K.pneumoniae, 25 isolados procedentes de indivíduos saudáveis da comunidade extra-hospitalar. Entre os isolados hospitalares observou-se a produção de K.pneumoniae predominantemente com fenótipo mucóide, embora o gene kpsII, que codifica para cápsula do sorotipo K2 de Klebsiella, tenha sido encontrado em 8% desses isolados e em nenhuma amostra da comunidade. As cepas de K.pneumoniae investigadas, apresentaram elevada prevalência de ESBL (72%) entre os isolados hospitalares. A totalidade dos isolados comunitários mostrou perfil de sensibilidade acentuado e nenhuma produção de ESBL. As seqüências gênicas blaTEM e blaCTX-M foram predominantes entre os produtores de ESBL. Os genes fimA e fimH, que codificam fímbria tipo 1, tiveram distribuição eqüitativa (60%, 52% e 48%, respectivamente), entre os grupos, enquanto que os isolados de K.pneumoniae obtidos de infecção, mostraram maior prevalência do gene iutA , codificador do receptor para aerobactina. Da mesma forma, os genes mrkA e mrkD, que codificam para pilina e adesina da fímbria tipo 3 de Klebsiella, respectivamente, foram observados em maior prevalência entre os isolados hospitalares (84%). Conclui-se que isolados infecciosos de K.pneumoniae apresentaram maior número de genes envolvidos na patogenicidade, sugerindo que este microrganismo está capacitado a romper as barreiras naturais de defesa do hospedeiro.
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Os tratos urinário e respiratório são mais acometidos por este microrganismo, embora apresente, com freqüência, infecções relacionadas ao uso de cateter e sepses. Com o objetivo de caracterizar, fenotípica e molecularmente, 75 isolados de K.pneumoniae obtidos de diferentes materiais clínicos, foram analisados quanto ao perfil de suscetibilidade e produção de ESBL, bem como quanto à presença de fatores de virulência. Para tanto, foram estudados 25 isolados provenientes de pacientes hospitalizados portadores de infecções, 25 isolados de pacientes internados e colonizados por K.pneumoniae, 25 isolados procedentes de indivíduos saudáveis da comunidade extra-hospitalar. Entre os isolados hospitalares observou-se a produção de K.pneumoniae predominantemente com fenótipo mucóide, embora o gene kpsII, que codifica para cápsula do sorotipo K2 de Klebsiella, tenha sido encontrado em 8% desses isolados e em nenhuma amostra da comunidade. As cepas de K.pneumoniae investigadas, apresentaram elevada prevalência de ESBL (72%) entre os isolados hospitalares. A totalidade dos isolados comunitários mostrou perfil de sensibilidade acentuado e nenhuma produção de ESBL. As seqüências gênicas blaTEM e blaCTX-M foram predominantes entre os produtores de ESBL. Os genes fimA e fimH, que codificam fímbria tipo 1, tiveram distribuição eqüitativa (60%, 52% e 48%, respectivamente), entre os grupos, enquanto que os isolados de K.pneumoniae obtidos de infecção, mostraram maior prevalência do gene iutA , codificador do receptor para aerobactina. Da mesma forma, os genes mrkA e mrkD, que codificam para pilina e adesina da fímbria tipo 3 de Klebsiella, respectivamente, foram observados em maior prevalência entre os isolados hospitalares (84%). Conclui-se que isolados infecciosos de K.pneumoniae apresentaram maior número de genes envolvidos na patogenicidade, sugerindo que este microrganismo está capacitado a romper as barreiras naturais de defesa do hospedeiro.Klebsiella is well known to most clinicians as a cause of community-acquired bacterial pneumonia, ocurring particularly in chronic alcoholics. The majority of Klebsiella infections, however, are nosocomial. As opportunistic pathogens, Klebsiella ssp. primarily affect immunocompromised individuals who are hospitalized and suffrer from severe underlying diseases such as diabetes mellitus or chronic pulmonary obstruction. Nosocomial Klebsiella infections are largely caused by K.pneumoniae. The urinary tract is the most common site of infections. Klebsiella is the secon cause of nosocomial Gram-negative bacteremia. ln pediatric wards, nosocomial Klebsiella infections are especially troublesome, particularly in premature infants and intensive care unit patients. The aim of this study was to investigate the antibiotic-resistant strains, extended-spectrum beta-lactamase (ESBL) producing strains, and virulence genes among 75 strains of K.pneumoniae isolated from nosocomial infections (25), hospitalized patients without infections (25), and from comity carriers outside of the hospital (25). Among the K.pneumoniae isolates obtained in the hospital there was a predominance of strains with a mucoid phenotype, even though the kpsII gene, which codes for the capsule found in the K2 Klebsiella serotype, was found only in 8% of these isolates, and in none of the samples obtained in the community. The K.pneumoniae nosocomial strains studied presented a high prevalence of ESBL production (72%). AII of the community obtained isolates presented a highly susceptible profile and none produces ESBL. Among ESBL producing strains, the blaTEM and the blaCTX-M genes were predominant. The fimA and fimH genes, that code for type 1 fimbriae showed an equitative distribtion between the groups, however, the nosocomial K.pneumoniae isolates presented a greater prevalence of the iutA gene, which codes for the aerobactin receptor. Likewise, the mrkA and mrkD genes that code for the type 3 Klebsiella fimbriae pilin and adhesin, respectively, were observed with a higher prevalence among nosocomial isolates. It can be concluded that K.pneumoniae clinicai infection isolates present a higher number of genes involved in pathogenicity, which suggests that this kind of isolate is able to break the natural defense barriers of the host organism.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMartinez, Marina BaquerizoQuesada, Regina Mariuza Borsato2003-10-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-13042023-115526/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-04-13T15:06:20Zoai:teses.usp.br:tde-13042023-115526Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-04-13T15:06:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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