Efeito do Reiki na redução da ansiedade, sucesso gestacional e estresse em mulheres inférteis na reprodução assistida: ensaio clínico controlado, aleatorizado e mascarado

• Autor(a) principal: Borges, Mariana Lopes
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-25062024-104425/
• topic: Ansiedade; Anxiety; Assisted reproduction techniques; Estresse; Infertile women; Mulheres inférteis; Reiki; Reiki; Stress; Técnicas de reprodução assistida

Objetivo primário: Avaliar o efeito do Reiki sobre o estresse e a ansiedade de mulheres inférteis durante o ciclo da Reprodução Assistida (RA). Objetivo secundário: Avaliar a taxa de gestação em mulheres submetidas ao Reiki, na RA. Método: ensaio clínico controlado, aleatorizado, mascarado e experimental, com a questão de pesquisa \"O Reiki tem algum impacto/efeito sobre o estresse, ansiedade e taxa gestacional de mulheres inférteis na Reprodução Assistida?\". Participaram 40 mulheres entre 29 e 42 anos, sendo a maioria profissional liberal, casada, branca, ensino universitário completo, renda familiar maior que três salários mínimos, católica, com diagnóstico de infertilidade em tratamento no Centro de Reprodução Humana de um hospital público. Foram aleatorizadas em três grupos - Reiki (G1), Placebo (G2) e Controle (G3). A coleta de dados e aleatorização ocorreram entre 2021 e 2023, utilizando o gerenciador virtual de dados RedCap. Foram aplicadas escalas psicométricas, validadas no Brasil, nos três grupos, avaliando estresse (Inventário de Problemas de Fertilidade - IPF), ansiedade (Escala de Medida de Ansiedade e Depressão Hospitalar-HAD-A) e um questionário contendo dados sociodemográficos, clínicos e conhecimento sobre práticas integrativas e Reiki aplicados no início - Tempo 1 (T1) e final do tratamento - Tempo 2 (T2) para todos os grupos. A intervenção clínica Reiki e um placebo foram aplicados nos grupos G1 e G2, respectivamente, em três momentos do tratamento - estimulação ovariana (T1), transferência dos embriões e fase lútea média (T2). A análise foi processada nos programas IBM® SPSS® Statistics versão 25 e R i386 v.3.4.0 por estatística analítica e descritiva. Todos os preceitos éticos foram respeitados. Resultados: Houve diferença estatística nos grupos G1 (p=0,02) e G2 (p=0,01) em relação aos escores da HAD-A. Os escores médios de G1 no T1 vs T2 foram 7,71 vs 5,64 e medianos foram 7,5 vs 4,0. Para G2 os escores médios no T1 vs T2 foram 7,61 vs 4,46 e medianos foram 7,0 vs 4,0. Estes valores confirmam que as participantes destes grupos, submetidas às intervenções Reiki e placebo, no ciclo de RA, tiveram uma redução da ansiedade. Para o G3, não houve diferença estatística significante (p-valor=0,16). Sobre o estresse, não houve diferença estatística significante entre os tempos T1 e T2 para o G1 (p=0,42), G2 (p=0,31) e G3 (p=0,89) contudo, observou-se relevância clínica, pois os escores médios e medianos apresentaram variação entre os tempos com menor nível de estresse a partir dos escores fatoriais da IPF. A taxa de gestação foi maior nas mulheres do G1 (42,9%), em relação ao G2 (38,5%) e ao G3 (15,4%), contudo não houve diferença estatística significante. Conclusão: O Reiki se mostrou uma terapia eficaz para redução da ansiedade de mulheres na RA e provavelmente contribuiu para a taxa de sucesso gestacional. Não houve diferença estatística significante dos níveis de estresse entre os grupos, entretanto, há evidências importantes, de relevância clínica no contexto da RA. Estudos futuros, com amostragem ampliada e melhor delineamento do método devem ser estimulados, pois o Reiki se mostrou promissor e impactou positivamente no tratamento da infertilidade das mulheres na RA.