Estudo com ressonância magnética funcional de encéfalo em estado de repouso e tensor de difusão em pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina em comparação a pacientes portadores de esquizofrenia sem uso de clozapina e controles saudáveis
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-03012023-124734/ |
Resumo: | Pacientes portadores de esquizofrenia resistente ao tratamento apresentam piores desfechos clínicos com redução da funcionalidade e qualidade de vida, apesar do uso da clozapina. A prescrição de clozapina, única medicação comprovadamente eficaz no tratamento da esquizofrenia resistente, baseia-se na falha de resposta após a administração de dois ou mais antipsicóticos em tempo e dose adequados, garantida a adesão medicamentosa. Portanto, a definição atual de resistência obedece a critérios clínicos. Definir biomarcadores para identificar precocemente esses pacientes tornou-se fundamental para promover melhores desfechos. A teoria da desconectividade baseia-se na ideia de que a doença surgiria da interação de diferentes regiões cerebrais e não de estruturas específicas. Com o desenvolvimento e aplicabilidade das técnicas de neuroimagem funcional e estrutural tornou-se possível testar essa hipótese. Achados de desconectividade funcional e estrutural têm sido descritos em pacientes portadores de esquizofrenia resistente. Entretanto, a quantidade limitada de estudos, amostras pequenas, diferentes metodologias de análise de neuroimagem, ausência da administração de clozapina e da aplicação simultânea de técnicas funcionais e estruturais apresentam-se como limitações aos resultados encontrados. Portanto, o presente estudo teve como objetivo descrever o padrão de conectividade funcional e estrutural e identificar regiões potencialmente específicas dos pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina. A conectividade funcional foi avaliada através da obtenção e processamento de imagens de ressonância magnética funcional no estado de repouso utilizando a ferramenta CONN. A conectividade estrutural foi avaliada através da obtenção de imagens por tensor de difusão e tractografia utilizando a ferramenta TRACULA. Foram incluídos 35 pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina, 27 pacientes portadores de esquizofrenia sem uso de clozapina e 24 controles saudáveis. Os resultados mostraram um padrão de redução da conectividade funcional em regiões fronto-temporais e aumento da conectividade fronto-occipital em ambos os grupos de pacientes em comparação com controles saudáveis. Os pacientes em uso de clozapina apresentaram um padrão difuso de desconectividade funcional e estrutural. Evidenciou-se o aumento da conectividade funcional no grupo em uso de clozapina entre a rede sensório-motora e cerebelo em comparação com controles saudáveis. Nos achados estruturais observou-se predomínio do aumento das medidas de difusividade axial e média entre pacientes em uso de clozapina e controles saudáveis. Destacou-se a diferença entre pacientes com e sem uso de clozapina no trato corticoespinhal e fascículo longitudinal inferior. No nosso estudo, o trato cingulado infracalosal apresentou alterações da difusividade axial, radial, média e anisotrópica que podem estar associadas a administração de antipsicóticos. Os resultados encontrados contribuem para uma melhor compreensão sobre a fisiopatologia da esquizofrenia resistente, o impacto do uso da clozapina no tecido cerebral e auxiliam no direcionamento de estudos futuros. |
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Estudo com ressonância magnética funcional de encéfalo em estado de repouso e tensor de difusão em pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina em comparação a pacientes portadores de esquizofrenia sem uso de clozapina e controles saudáveisResting-state functional resonance and diffusion tensor imaging study with schizophrenia patients taking clozapine compared with other antipsychoticsClozapinaClozapineDiffusion tensor imagingEsquizofrenia resistenteRessonância magnética funcional em estado de repousoResting-stateTensor de difusãoTreatment-resistant schizophreniaPacientes portadores de esquizofrenia resistente ao tratamento apresentam piores desfechos clínicos com redução da funcionalidade e qualidade de vida, apesar do uso da clozapina. A prescrição de clozapina, única medicação comprovadamente eficaz no tratamento da esquizofrenia resistente, baseia-se na falha de resposta após a administração de dois ou mais antipsicóticos em tempo e dose adequados, garantida a adesão medicamentosa. Portanto, a definição atual de resistência obedece a critérios clínicos. Definir biomarcadores para identificar precocemente esses pacientes tornou-se fundamental para promover melhores desfechos. A teoria da desconectividade baseia-se na ideia de que a doença surgiria da interação de diferentes regiões cerebrais e não de estruturas específicas. Com o desenvolvimento e aplicabilidade das técnicas de neuroimagem funcional e estrutural tornou-se possível testar essa hipótese. Achados de desconectividade funcional e estrutural têm sido descritos em pacientes portadores de esquizofrenia resistente. Entretanto, a quantidade limitada de estudos, amostras pequenas, diferentes metodologias de análise de neuroimagem, ausência da administração de clozapina e da aplicação simultânea de técnicas funcionais e estruturais apresentam-se como limitações aos resultados encontrados. Portanto, o presente estudo teve como objetivo descrever o padrão de conectividade funcional e estrutural e identificar regiões potencialmente específicas dos pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina. A conectividade funcional foi avaliada através da obtenção e processamento de imagens de ressonância magnética funcional no estado de repouso utilizando a ferramenta CONN. A conectividade estrutural foi avaliada através da obtenção de imagens por tensor de difusão e tractografia utilizando a ferramenta TRACULA. Foram incluídos 35 pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina, 27 pacientes portadores de esquizofrenia sem uso de clozapina e 24 controles saudáveis. Os resultados mostraram um padrão de redução da conectividade funcional em regiões fronto-temporais e aumento da conectividade fronto-occipital em ambos os grupos de pacientes em comparação com controles saudáveis. Os pacientes em uso de clozapina apresentaram um padrão difuso de desconectividade funcional e estrutural. Evidenciou-se o aumento da conectividade funcional no grupo em uso de clozapina entre a rede sensório-motora e cerebelo em comparação com controles saudáveis. Nos achados estruturais observou-se predomínio do aumento das medidas de difusividade axial e média entre pacientes em uso de clozapina e controles saudáveis. Destacou-se a diferença entre pacientes com e sem uso de clozapina no trato corticoespinhal e fascículo longitudinal inferior. No nosso estudo, o trato cingulado infracalosal apresentou alterações da difusividade axial, radial, média e anisotrópica que podem estar associadas a administração de antipsicóticos. Os resultados encontrados contribuem para uma melhor compreensão sobre a fisiopatologia da esquizofrenia resistente, o impacto do uso da clozapina no tecido cerebral e auxiliam no direcionamento de estudos futuros.Treatment-resistant schizophrenia patients have the worst clinical outcome, poor quality of life and functionality, despite the administration of clozapine. Clozapine, the only antipsychotic with proven efficacy in treatment-resistant schizophrenia, is prescribed after administration of two or more antipsychotics for a period and dosage appropriated, and adherence guaranteed. Thus, nowadays the definition of resistance obeys clinical features. Defining biomarkers to early distingue this group of patients became fundamental to promoting better outcomes. The dysconnectivity theory postulate that pathology urges between interactions from distinct brain areas unless specific regions. Development and applicability of functional and structural neuroimage techniques turned possible to test this idea. Despite that, few studies, small samples, different analysis methods of resting-state, samples without administration of clozapine, and lack of studies with simultaneous functional and structural techniques are present limitations. Therefore, the present study objectives are to describe functional and structural connectivity patterns and potential specific findings in schizophrenia patients taking clozapine. Functional connectivity was evaluated through resting state and CONN toolbox. Structural connectivity through diffusion tensor imaging and tractography with TRACULA toolbox. A total of 35 schizophrenia patients taking clozapine, 27 schizophrenia patients taking other antipsychotics, and 24 healthy volunteers were included. Results showed a reduction in functional connectivity in frontotemporal areas e increased functional connectivity in fronto-occipital between both patient groups and healthy volunteers. Schizophrenia patients taking clozapine showed a spread pattern of functional and structural connectivity. Increased functional connectivity between the sensorimotor network and cerebellum between schizophrenia patients taking clozapine and healthy volunteers stands out. Structural findings were increased axial and median diffusivity between taking clozapine and healthy volunteers. Differences between patients with or without clozapine were observed in the corticospinal tract and inferior longitudinal fasciculus. In our study, the cingulate infracallosal tract showed alterations in axial, median, radial, and anisotropy diffusivity that can be implicated with the administration of antipsychotics. Present findings contribute to a better understanding of the physiopathology of treatment-resistant schizophrenia, the impact of the administration of clozapine in the brain tissue, and provide information for future studies.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHallak, Jaime Eduardo CecilioUeta, Lara Zancaner2022-10-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-03012023-124734/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-20T14:34:02Zoai:teses.usp.br:tde-03012023-124734Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-20T14:34:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Pacientes portadores de esquizofrenia resistente ao tratamento apresentam piores desfechos clínicos com redução da funcionalidade e qualidade de vida, apesar do uso da clozapina. A prescrição de clozapina, única medicação comprovadamente eficaz no tratamento da esquizofrenia resistente, baseia-se na falha de resposta após a administração de dois ou mais antipsicóticos em tempo e dose adequados, garantida a adesão medicamentosa. Portanto, a definição atual de resistência obedece a critérios clínicos. Definir biomarcadores para identificar precocemente esses pacientes tornou-se fundamental para promover melhores desfechos. A teoria da desconectividade baseia-se na ideia de que a doença surgiria da interação de diferentes regiões cerebrais e não de estruturas específicas. Com o desenvolvimento e aplicabilidade das técnicas de neuroimagem funcional e estrutural tornou-se possível testar essa hipótese. Achados de desconectividade funcional e estrutural têm sido descritos em pacientes portadores de esquizofrenia resistente. Entretanto, a quantidade limitada de estudos, amostras pequenas, diferentes metodologias de análise de neuroimagem, ausência da administração de clozapina e da aplicação simultânea de técnicas funcionais e estruturais apresentam-se como limitações aos resultados encontrados. Portanto, o presente estudo teve como objetivo descrever o padrão de conectividade funcional e estrutural e identificar regiões potencialmente específicas dos pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina. A conectividade funcional foi avaliada através da obtenção e processamento de imagens de ressonância magnética funcional no estado de repouso utilizando a ferramenta CONN. A conectividade estrutural foi avaliada através da obtenção de imagens por tensor de difusão e tractografia utilizando a ferramenta TRACULA. Foram incluídos 35 pacientes portadores de esquizofrenia em uso de clozapina, 27 pacientes portadores de esquizofrenia sem uso de clozapina e 24 controles saudáveis. Os resultados mostraram um padrão de redução da conectividade funcional em regiões fronto-temporais e aumento da conectividade fronto-occipital em ambos os grupos de pacientes em comparação com controles saudáveis. Os pacientes em uso de clozapina apresentaram um padrão difuso de desconectividade funcional e estrutural. Evidenciou-se o aumento da conectividade funcional no grupo em uso de clozapina entre a rede sensório-motora e cerebelo em comparação com controles saudáveis. Nos achados estruturais observou-se predomínio do aumento das medidas de difusividade axial e média entre pacientes em uso de clozapina e controles saudáveis. Destacou-se a diferença entre pacientes com e sem uso de clozapina no trato corticoespinhal e fascículo longitudinal inferior. No nosso estudo, o trato cingulado infracalosal apresentou alterações da difusividade axial, radial, média e anisotrópica que podem estar associadas a administração de antipsicóticos. Os resultados encontrados contribuem para uma melhor compreensão sobre a fisiopatologia da esquizofrenia resistente, o impacto do uso da clozapina no tecido cerebral e auxiliam no direcionamento de estudos futuros. |
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