Consumo alimentar e adequação da dieta em lactentes de Ribeirão Preto, SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Renata Aparecida de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-29032017-170200/
Resumo: Objetivo: Avaliar a adequação da dieta de crianças de 12 a 32 meses em relação ao consumo de porções dos grupos alimentares e de energia, macro e micronutrientes. Métodos: estudo descritivo, com uma amostra de conveniência com crianças de 12 a 32 meses de Ribeirão Preto, SP, participantes de um amplo projeto temático denominado Projeto Brisa. Para a avaliação dietética foi utilizado o recordatório alimentar de 24 horas, os alimentos e preparações consumidos pelas crianças foram inseridos no software Virtual Nutri Plus para cálculo nutricional e transformados em porções relacionadas aos oito grupos da Pirâmide Alimentar Infantil. A variabilidade intrapessoal da dieta foi corrigida com a replicação de três R24h, em dias aleatórios, em uma subamostra de 20% da população do estudo. Esses dados foram submetidos ao Multiple Source Method (MSM) e obtida a dieta usual que foi analisada de acordo com a Estimated Average Requirement (EAR) e Tolerable Upper Intake Level (UL) das Dietary Reference Intake (DRIs) e expressa em proporção de crianças com ingestão de nutrientes abaixo ou acima dessas recomendações. As porções alimentares foram analisadas por meio dos guias alimentares infantis brasileiros. A associação entre os valores consumidos de energia, macro e micronutrientes e porções alimentares com as variáveis de interesse foi avaliada por meio do teste de qui-quadrado. Resultados: A amostra de 491 crianças foi estratificada em três faixas etárias, com predomínio de crianças entre 18 a 23 meses (52%), meninas (52,5%) eutróficas (92,9%), cujas mães tinham 9 a 11 anos de estudo (57,4%) e referiram cor da pele branca (55,2%); os prematuros representaram 22% da amostra estudada. Apenas 7,4% pertenciam a classes econômicas menos favorecidas. A alimentação das crianças apresentou consumo insuficiente de carboidrato e gordura, 38,5% e 29,5%, adequado de energia e excessivo de proteínas (79,8%). Entre os micronutrientes, Ferro, vitamina C e vitamina B12 tiveram os maiores percentuais de consumo adequado (98,6%, 97,0% e 94,9%, respectivamente), enquanto cálcio (27,3%), folato (74,8%) e vitamina E (37,7%) apresentaram maiores frequências de consumo insuficiente. A ingestão acima de UL foi mais expressiva em vitamina A (43,6%) e zinco (33,6%). O consumo de porções alimentares nas crianças mais novas, até 23 meses, foi insuficiente de carnes e ovos (42,7%), leites, queijos e iogurtes (47,7%) e excessivo dos grupos de cereais, pães e tubérculos, frutas e óleos e gorduras. Nas maiores de 24 meses o consumo insuficiente foi mais elevado no grupo dos cereais, pães e tubérculos (56,1%) e frutas (75,8%). O alto consumo insuficiente de verduras e legumes e excessivo de açúcares e doces foi encontrado em todas as crianças. Conclusão: A alimentação das crianças foi marcada por inadequações na ingestão de nutrientes, consumo insuficiente de verduras e legumes e excessivo de alimentos fontes de açúcares e doces. No entanto, a ingestão de ferro e vitamina A, micronutrientes mais deficientes no Brasil, apresentaram baixas taxas de consumo inadequado. O excesso de peso foi observado em apenas 35 (7,1%) e esteve associado ao maior consumo excedente de energia.
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A variabilidade intrapessoal da dieta foi corrigida com a replicação de três R24h, em dias aleatórios, em uma subamostra de 20% da população do estudo. Esses dados foram submetidos ao Multiple Source Method (MSM) e obtida a dieta usual que foi analisada de acordo com a Estimated Average Requirement (EAR) e Tolerable Upper Intake Level (UL) das Dietary Reference Intake (DRIs) e expressa em proporção de crianças com ingestão de nutrientes abaixo ou acima dessas recomendações. As porções alimentares foram analisadas por meio dos guias alimentares infantis brasileiros. A associação entre os valores consumidos de energia, macro e micronutrientes e porções alimentares com as variáveis de interesse foi avaliada por meio do teste de qui-quadrado. Resultados: A amostra de 491 crianças foi estratificada em três faixas etárias, com predomínio de crianças entre 18 a 23 meses (52%), meninas (52,5%) eutróficas (92,9%), cujas mães tinham 9 a 11 anos de estudo (57,4%) e referiram cor da pele branca (55,2%); os prematuros representaram 22% da amostra estudada. Apenas 7,4% pertenciam a classes econômicas menos favorecidas. A alimentação das crianças apresentou consumo insuficiente de carboidrato e gordura, 38,5% e 29,5%, adequado de energia e excessivo de proteínas (79,8%). Entre os micronutrientes, Ferro, vitamina C e vitamina B12 tiveram os maiores percentuais de consumo adequado (98,6%, 97,0% e 94,9%, respectivamente), enquanto cálcio (27,3%), folato (74,8%) e vitamina E (37,7%) apresentaram maiores frequências de consumo insuficiente. A ingestão acima de UL foi mais expressiva em vitamina A (43,6%) e zinco (33,6%). O consumo de porções alimentares nas crianças mais novas, até 23 meses, foi insuficiente de carnes e ovos (42,7%), leites, queijos e iogurtes (47,7%) e excessivo dos grupos de cereais, pães e tubérculos, frutas e óleos e gorduras. Nas maiores de 24 meses o consumo insuficiente foi mais elevado no grupo dos cereais, pães e tubérculos (56,1%) e frutas (75,8%). O alto consumo insuficiente de verduras e legumes e excessivo de açúcares e doces foi encontrado em todas as crianças. Conclusão: A alimentação das crianças foi marcada por inadequações na ingestão de nutrientes, consumo insuficiente de verduras e legumes e excessivo de alimentos fontes de açúcares e doces. No entanto, a ingestão de ferro e vitamina A, micronutrientes mais deficientes no Brasil, apresentaram baixas taxas de consumo inadequado. O excesso de peso foi observado em apenas 35 (7,1%) e esteve associado ao maior consumo excedente de energia.Objective: To assess dietary adequacy in 12-t0-32-month old children regarding the intake of portions of food groups and energy and of macro- and micronutrients. Methods: A descriptive study of a convenience sample of 12-to-32-month-old children from Ribeirão Preto, SP, participating in an ample thematic project denoted BRISA Project. The 24 hour food recall was used for assessment and the foods and preparations consumed by the children were inserted in the Virtual Nutri Plus software for nutritional calculation and transformed into portions related to the eight groups of the Infant Food Pyramid. Intrapersonal dietary variability was corrected with three R24h replication on random days in a 20% subsample of the study population. The data were submitted to the Multiple Source Method (MSM) and the usual diet was obtained and analyzed according to the Estimated Average Requirement (EAR) and the Tolerable Upper Intake Level (UL) from the Dietary Reference Intake (DRIs) and expressed as the proportion of children with nutrient intake below or above these recommendations. The food portions were analyzed using Brazilian infant food guides. The association of the energy, macro- and micronutrient values consumed and food portions with the variables of interest was determined by the chi-square test. Results: The sample of 491 children was stratified into three age ranges, with a predominance of children aged 18 to 23 months (52%), of normal weight (92.9%) girls (52.5%) whose mothers had 9 to 11 years of schooling (57.4%) and who reported white skin color (55.2%). Preterm babies represented 22% of the study sample. Only 7.4% belonged to less privileged economic classes. The children\'s diet showed insufficient carbohydrate and fat intake, 38.5% and 29.5%, adequate energy intake and excessive protein intake (79.8%). Among the micronutrients, iron, vitamin C and vitamin B12 showed the highest percentages of adequate intake (98.6%, 97.0% and 94.9%, respectively), whereas calcium (27.3%), folate (74.8%) and vitamin E (37.7%) showed higher frequencies of insufficient intake. Intake above UL was more expressive for vitamin A (43.6%) and zinc (33.6%). Among younger infants (up to 23 months of age), food portion intake was insufficient regarding meat and eggs (42.7%), milk, cheese and yogurt (47.7%), and excessive regarding cereals, breads and tubercles, fruits, oils and fats. Among children older than 24 months, insufficient intake was more marked regarding cereals, breads and tubercles (56.1%) and fruits (75.8%). A markedly insufficient intake of vegetables and legumes and excessive intake of sugars and sweets was observed in all children. Conclusion: The diet of the children studied was marked by inadequate nutrient intake, insufficient vegetable and legume intake and excessive intake of foods containing sugars and sweets. However, low rates of inadequate intake were observed for iron and vitamin A, the micronutrients more deficient in Brazil. Excess weight was observed in only 35 children (7.1%) and was associated with excessive energy intake.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBettiol, HeloisaOliveira, Renata Aparecida de2016-11-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-29032017-170200/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-29032017-170200Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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