O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, Maíra Carneiro Bittencourt
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-14092016-112629/
Resumo: O conceito de \"Príncipe\" surgiu com Nicolau Maquiavel, no início do século XVI, para descrever o governante das monarquias e repúblicas. Em Antonio Gramsci, na metade do século XX, o lugar do Príncipe passou a ser ocupado pelo partido político, aparecendo assim o conceito de \"Moderno Príncipe\". Mais tarde, no fim do século XX, o pesquisador brasileiro Octavio Ianni revisita as duas obras e propõe o \"Príncipe Eletrônico\". Ele constatou que os meios de comunicação de massa passaram a exercer as funções sociais de Príncipe. Em Octávio Ianni, o rádio e, principalmente, a televisão são os lugares, por excelência, de poder, hegemonia e liderança, não sozinhos, mas com o suporte e apoio dos grandes grupos econômicos e políticos. O objetivo desta tese é levar adiante a teoria criada por Ianni e explorar a hipótese da existência de um novo Príncipe no século XXI, que chamamos de Príncipe Digital. Sem prejuízo do que foi descrito por Ianni, essa nova figura não é necessariamente um intelectual, não nasce das mídias tradicionais de massa (rádio e TV) e não se alinha direta e necessariamente com os grupos, econômicos e políticos, hegemônicos, mas é tão ou mais influente e eficaz. O conceito de Príncipe Digital, como variante da categoria criada por Ianni, ilumina a forma como, na era das redes digitais, estão estruturadas as categorias: poder, hegemonia e liderança, pilares de todos os modelos teóricos de príncipes existentes até então. Essa compreensão pode nos levar a entender melhor os fenômenos deste tempo, como as grandes manifestações sociais e os tipos de relações existente nas redes sociais. Para chegar a esse modelo teórico, este trabalho usou como aporte metodológico a Grounded Theory (GT). A GT possibilita uma perspectiva mais real sobre o fenômeno, pois a própria população envolvida aponta os dados, por meio de pesquisas empíricas de natureza quantitativa e qualitativa. Para essa parte empírica, esta pesquisa contou com análise de 74 manifestações sociais, 601 entrevistados e observações acerca de 354 Líderes de Opinião. Analisamos, teórica e empiricamente, manifestações populares que ocorreram no Brasil entre os anos de 2013 e 2015. Os questionários foram divididos em duas fases de aplicações, a primeira, na qual ficaram disponíveis entre março e junho de 2015 e, a segunda, no mês de agosto de 2015. Os principais autores que dão sustentação à tese são: Maquiavel, Gramsci e Ianni, pelas razões já expostas. Lazarsfeld e Toro, com reflexões sobre a recepção de ideias e a mobilização social; Glaser, Tarozzi e Charmaz, com o suporte metodológico da GT. Hardt, Negri e Castells, com argumentos teóricos sobre multidão, redes sociais, internet e processos de mobilização online.
id USP_263bdd804649dc1acd4a79cec4aa58e3
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-14092016-112629
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociaisDigital Principe: Structures, leadership and hegemony in social networksDigital PrinceGrounded Theory (GT)Grounded Theory (GT)Líderes de OpiniãoMobilização SocialOpinion leadersPríncipe DigitalRedes sociaisSocial networksSocial mobilizationO conceito de \"Príncipe\" surgiu com Nicolau Maquiavel, no início do século XVI, para descrever o governante das monarquias e repúblicas. Em Antonio Gramsci, na metade do século XX, o lugar do Príncipe passou a ser ocupado pelo partido político, aparecendo assim o conceito de \"Moderno Príncipe\". Mais tarde, no fim do século XX, o pesquisador brasileiro Octavio Ianni revisita as duas obras e propõe o \"Príncipe Eletrônico\". Ele constatou que os meios de comunicação de massa passaram a exercer as funções sociais de Príncipe. Em Octávio Ianni, o rádio e, principalmente, a televisão são os lugares, por excelência, de poder, hegemonia e liderança, não sozinhos, mas com o suporte e apoio dos grandes grupos econômicos e políticos. O objetivo desta tese é levar adiante a teoria criada por Ianni e explorar a hipótese da existência de um novo Príncipe no século XXI, que chamamos de Príncipe Digital. Sem prejuízo do que foi descrito por Ianni, essa nova figura não é necessariamente um intelectual, não nasce das mídias tradicionais de massa (rádio e TV) e não se alinha direta e necessariamente com os grupos, econômicos e políticos, hegemônicos, mas é tão ou mais influente e eficaz. O conceito de Príncipe Digital, como variante da categoria criada por Ianni, ilumina a forma como, na era das redes digitais, estão estruturadas as categorias: poder, hegemonia e liderança, pilares de todos os modelos teóricos de príncipes existentes até então. Essa compreensão pode nos levar a entender melhor os fenômenos deste tempo, como as grandes manifestações sociais e os tipos de relações existente nas redes sociais. Para chegar a esse modelo teórico, este trabalho usou como aporte metodológico a Grounded Theory (GT). A GT possibilita uma perspectiva mais real sobre o fenômeno, pois a própria população envolvida aponta os dados, por meio de pesquisas empíricas de natureza quantitativa e qualitativa. Para essa parte empírica, esta pesquisa contou com análise de 74 manifestações sociais, 601 entrevistados e observações acerca de 354 Líderes de Opinião. Analisamos, teórica e empiricamente, manifestações populares que ocorreram no Brasil entre os anos de 2013 e 2015. Os questionários foram divididos em duas fases de aplicações, a primeira, na qual ficaram disponíveis entre março e junho de 2015 e, a segunda, no mês de agosto de 2015. Os principais autores que dão sustentação à tese são: Maquiavel, Gramsci e Ianni, pelas razões já expostas. Lazarsfeld e Toro, com reflexões sobre a recepção de ideias e a mobilização social; Glaser, Tarozzi e Charmaz, com o suporte metodológico da GT. Hardt, Negri e Castells, com argumentos teóricos sobre multidão, redes sociais, internet e processos de mobilização online.The concept of \"Prince\" came up with Niccolo Machiavelli, in the early sixteenth century to describe the ruler of monarchies and republics. In Antonio Gramsci, the midtwentieth century, the place of the Prince was occupied by political party, thus appearing the concept of \"Modern Prince\". Later, in the late twentieth century, the Brazilian researcher Octavio Ianni revisits the two works and proposes the \"Electronic Prince.\" He found that the mass media took over the social functions of Prince. In Octavio Ianni, radio and especially television are the places par excellence, power, hegemony and leadership, not alone, but with the support and backing of major economic and political groups. The aim of this thesis is to carry forward the theory created by Ianni and explore the hypothesis of a new Prince in the twenty-first century, we call \"Digital Prince.\" Without prejudice to what has been described by Ianni, this new figure is not necessarily an intellectual, not born through the mass traditional media (radio and TV) and does not line up directly and necessarily to the groups, economic and political hegemony, but it is so or more influential and effective. Digital Prince of concept, as a variant of the category created by Ianni, illuminates the way that, in the era of digital networks, the categories are structured: power, hegemony and leadership, pillars of all existing theoretical models of Princes before. This understanding can lead us to better understand the phenomena of this time, as the major social manifestations and types of existing relationships on Social Networks. To get to that theoretical model, this work used as a methodological contribution to Grounded Theory (GT). The GT enables a more realistic perspective on the phenomenon, for the very people involved point data through empirical research of quantitative and qualitative nature. For this empirical part of this research involved analysis of 74 social demonstrations, 601 respondents and observations about 354 leaders of opinion. We analyze, theoretically and empirically, popular demonstrations that took place in Brazil between 2013 and 2015. The questionnaires were divided into two phases of applications, the first, which became available between March and June 2015 and the second, in august of 2015. The main authors that support the thesis are: Machiavelli, Gramsci and Ianni, the reasons given above. Lazarsfeld and Toro, with reflections on the reception of ideas and social mobilization. Glaser, Tarozzi and Charmaz, with the methodological support of the GT. Hardt, Negri and Castells with theoretical arguments about the crowd, social networking, internet and online mobilization processes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBucci, EugênioMaia, Maíra Carneiro Bittencourt2016-03-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-14092016-112629/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:03:47Zoai:teses.usp.br:tde-14092016-112629Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:03:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
Digital Principe: Structures, leadership and hegemony in social networks
title O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
spellingShingle O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
Maia, Maíra Carneiro Bittencourt
Digital Prince
Grounded Theory (GT)
Grounded Theory (GT)
Líderes de Opinião
Mobilização Social
Opinion leaders
Príncipe Digital
Redes sociais
Social networks
Social mobilization
title_short O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
title_full O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
title_fullStr O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
title_full_unstemmed O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
title_sort O príncipe digital: estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais
author Maia, Maíra Carneiro Bittencourt
author_facet Maia, Maíra Carneiro Bittencourt
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Bucci, Eugênio
dc.contributor.author.fl_str_mv Maia, Maíra Carneiro Bittencourt
dc.subject.por.fl_str_mv Digital Prince
Grounded Theory (GT)
Grounded Theory (GT)
Líderes de Opinião
Mobilização Social
Opinion leaders
Príncipe Digital
Redes sociais
Social networks
Social mobilization
topic Digital Prince
Grounded Theory (GT)
Grounded Theory (GT)
Líderes de Opinião
Mobilização Social
Opinion leaders
Príncipe Digital
Redes sociais
Social networks
Social mobilization
description O conceito de \"Príncipe\" surgiu com Nicolau Maquiavel, no início do século XVI, para descrever o governante das monarquias e repúblicas. Em Antonio Gramsci, na metade do século XX, o lugar do Príncipe passou a ser ocupado pelo partido político, aparecendo assim o conceito de \"Moderno Príncipe\". Mais tarde, no fim do século XX, o pesquisador brasileiro Octavio Ianni revisita as duas obras e propõe o \"Príncipe Eletrônico\". Ele constatou que os meios de comunicação de massa passaram a exercer as funções sociais de Príncipe. Em Octávio Ianni, o rádio e, principalmente, a televisão são os lugares, por excelência, de poder, hegemonia e liderança, não sozinhos, mas com o suporte e apoio dos grandes grupos econômicos e políticos. O objetivo desta tese é levar adiante a teoria criada por Ianni e explorar a hipótese da existência de um novo Príncipe no século XXI, que chamamos de Príncipe Digital. Sem prejuízo do que foi descrito por Ianni, essa nova figura não é necessariamente um intelectual, não nasce das mídias tradicionais de massa (rádio e TV) e não se alinha direta e necessariamente com os grupos, econômicos e políticos, hegemônicos, mas é tão ou mais influente e eficaz. O conceito de Príncipe Digital, como variante da categoria criada por Ianni, ilumina a forma como, na era das redes digitais, estão estruturadas as categorias: poder, hegemonia e liderança, pilares de todos os modelos teóricos de príncipes existentes até então. Essa compreensão pode nos levar a entender melhor os fenômenos deste tempo, como as grandes manifestações sociais e os tipos de relações existente nas redes sociais. Para chegar a esse modelo teórico, este trabalho usou como aporte metodológico a Grounded Theory (GT). A GT possibilita uma perspectiva mais real sobre o fenômeno, pois a própria população envolvida aponta os dados, por meio de pesquisas empíricas de natureza quantitativa e qualitativa. Para essa parte empírica, esta pesquisa contou com análise de 74 manifestações sociais, 601 entrevistados e observações acerca de 354 Líderes de Opinião. Analisamos, teórica e empiricamente, manifestações populares que ocorreram no Brasil entre os anos de 2013 e 2015. Os questionários foram divididos em duas fases de aplicações, a primeira, na qual ficaram disponíveis entre março e junho de 2015 e, a segunda, no mês de agosto de 2015. Os principais autores que dão sustentação à tese são: Maquiavel, Gramsci e Ianni, pelas razões já expostas. Lazarsfeld e Toro, com reflexões sobre a recepção de ideias e a mobilização social; Glaser, Tarozzi e Charmaz, com o suporte metodológico da GT. Hardt, Negri e Castells, com argumentos teóricos sobre multidão, redes sociais, internet e processos de mobilização online.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-03-29
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-14092016-112629/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-14092016-112629/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090719748456448