Hipoplasia maxilar primária do paciente com fissura labiopalatina transforame unilateral: correlação com dados clínicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5177/tde-21022024-153711/ |
Resumo: | Introdução: fissura labiopalatina (FLP) é o defeito facial congênito mais comum. O impacto negativo da cirurgia corretiva no desenvolvimento facial desses pacientes é comprovado. Porém, é de questionamento atual se a assimetria facial presente, associada à hipoplasia maxilar do lado acometido, não seria um fator independente para um pior resultado cirúrgico a longo prazo. Entretanto, a correta identificação da deficiência maxilar é ainda difícil, pela sua complexa anatomia. Estudos em imagens 2D, apesar de essenciais, não permitem uma representação integral de sua deformidade. Apesar do avanço crescente de softwares que possibilitam a reconstrução 3D, estudos publicados atualmente não apresentam padronização e possuem resultados conflitantes. A análise acurada dessas imagens poderia trazer uma maior compreensão da interferência de fatores intrínsecos no crescimento facial do paciente fissurado. Objetivos: estudo da diferença volumétrica primária da hemimaxila fissurada e não fissurada do paciente com FLP transforame unilateral nos tempos pré e pós-enxerto ósseo alveolar (EOA) secundário. Método: Correlacionar com a diferença volumétrica dos seios maxilares, índice oclusal e amplitude da fenda no pré-operatório do grupo estudado e com o índice volumétrico das hemimaxilas e seios maxilares de uma população sem alterações. Trabalho retrospectivo, composto por 15 pacientes com FLP transforame unilateral, que foram submetidos à queiloplastia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) no período de 2008 a 2012 (operados por uma mesma técnica, integralmente no serviço e sem outras desordens congênitas ou craniofaciais), em idade de EOA secundário. O grupo controle consistiu de 24 tomografias de crianças com a mesma faixa etária e sem alterações craniofaciais. Foram realizadas análises tomográficas dos grupos. Os exames foram reconstruídos tridimensionalmente e foi avaliada a volumetria das hemimaxilas e dos seios maxilares. Pelos mesmos exames, foram constatados a presença ou ausência de incisivos laterais. Modelos de gesso foram escaneados tridimensionalmente e classificados de acordo com o escore de Goslon-Yardstick. Por fim, os valores obtidos por meio do estudo tridimensional, amplitude da fenda, índice oclusal e agenesias dentárias foram correlacionados entre si. Os índices volumétricos hemimaxilares foram também correlacionados com um grupo controle. Resultados: a razão volumétrica da maxila do grupo estudado, tanto no tempo pré-EOA, quanto no pós-EOA, foi menor do que no grupo controle (p < 0,01). A razão volumétrica da maxila no tempo pré-EOA foi progressivamente menor quanto pior o escore de Goslon-Yardstick (p = 0,03). Já, em relação à agenesia dentária, 83,33% dos pacientes com dentes ausentes apresentaram fenda ampla no pré-operatório (p = 0,056). Não houve significância estatística nas demais correlações estudadas. Conclusão: A hemimaxila fissurada é hipoplásica em todos os pacientes avaliados, tanto no tempo pré quanto pós EOA. O índice volumétrico do paciente estudado é menor do que o grupo controle. A razão volumétrica maxilar é menor quanto pior o escore oclusal. Há um aumento do índice volumétrico maxilar no tempo pós EOA quando comparado ao pré EOA |
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Hipoplasia maxilar primária do paciente com fissura labiopalatina transforame unilateral: correlação com dados clínicosPrimary maxillary hypoplasia in complete unilateral cleft lip and palate patients: Correlation with clinical dataAssimetria facialBone TransplantationCleft lipCleft PalateDesenvolvimento maxilofacialFacial asymmetryFacial bonesFenda labialFissura palatinaMaxillofacial developmentOssos faciaisTransplante ósseoIntrodução: fissura labiopalatina (FLP) é o defeito facial congênito mais comum. O impacto negativo da cirurgia corretiva no desenvolvimento facial desses pacientes é comprovado. Porém, é de questionamento atual se a assimetria facial presente, associada à hipoplasia maxilar do lado acometido, não seria um fator independente para um pior resultado cirúrgico a longo prazo. Entretanto, a correta identificação da deficiência maxilar é ainda difícil, pela sua complexa anatomia. Estudos em imagens 2D, apesar de essenciais, não permitem uma representação integral de sua deformidade. Apesar do avanço crescente de softwares que possibilitam a reconstrução 3D, estudos publicados atualmente não apresentam padronização e possuem resultados conflitantes. A análise acurada dessas imagens poderia trazer uma maior compreensão da interferência de fatores intrínsecos no crescimento facial do paciente fissurado. Objetivos: estudo da diferença volumétrica primária da hemimaxila fissurada e não fissurada do paciente com FLP transforame unilateral nos tempos pré e pós-enxerto ósseo alveolar (EOA) secundário. Método: Correlacionar com a diferença volumétrica dos seios maxilares, índice oclusal e amplitude da fenda no pré-operatório do grupo estudado e com o índice volumétrico das hemimaxilas e seios maxilares de uma população sem alterações. Trabalho retrospectivo, composto por 15 pacientes com FLP transforame unilateral, que foram submetidos à queiloplastia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) no período de 2008 a 2012 (operados por uma mesma técnica, integralmente no serviço e sem outras desordens congênitas ou craniofaciais), em idade de EOA secundário. O grupo controle consistiu de 24 tomografias de crianças com a mesma faixa etária e sem alterações craniofaciais. Foram realizadas análises tomográficas dos grupos. Os exames foram reconstruídos tridimensionalmente e foi avaliada a volumetria das hemimaxilas e dos seios maxilares. Pelos mesmos exames, foram constatados a presença ou ausência de incisivos laterais. Modelos de gesso foram escaneados tridimensionalmente e classificados de acordo com o escore de Goslon-Yardstick. Por fim, os valores obtidos por meio do estudo tridimensional, amplitude da fenda, índice oclusal e agenesias dentárias foram correlacionados entre si. Os índices volumétricos hemimaxilares foram também correlacionados com um grupo controle. Resultados: a razão volumétrica da maxila do grupo estudado, tanto no tempo pré-EOA, quanto no pós-EOA, foi menor do que no grupo controle (p < 0,01). A razão volumétrica da maxila no tempo pré-EOA foi progressivamente menor quanto pior o escore de Goslon-Yardstick (p = 0,03). Já, em relação à agenesia dentária, 83,33% dos pacientes com dentes ausentes apresentaram fenda ampla no pré-operatório (p = 0,056). Não houve significância estatística nas demais correlações estudadas. Conclusão: A hemimaxila fissurada é hipoplásica em todos os pacientes avaliados, tanto no tempo pré quanto pós EOA. O índice volumétrico do paciente estudado é menor do que o grupo controle. A razão volumétrica maxilar é menor quanto pior o escore oclusal. Há um aumento do índice volumétrico maxilar no tempo pós EOA quando comparado ao pré EOAIntroduction: cleft lip and palate (CLP) is the most common congenital facial anomaly. There is evidence of the adverse effects of corrective surgery on CLP patients facial growth. However, it is currently a matter of debate whether facial asymmetry associated with maxillary hypoplasia on the affected side could be an independent factor for a worsened surgical outcome in the long run. Besides, it is still hard to accurately identify maxillary malformation due to its complex anatomy. Although they are fundamental, 2D-image studies do not allow a thorough representation of this malformation, whereas the rising development of 3D imaging software has not resulted in standardized, non-conflicting results yet. An accurate review of these images can bring a better understanding of how intrinsic factors interfere with complete unilateral CLP patients face growth. Objectives: examine the primary volumetric difference between cleft and non-cleft hemimaxillae in complete unilateral CLP patients both before and after secondary alveolar bone grafting (ABG). Method: Correlate the results with maxillary sinus volumetric difference, occlusal index, and cleft width during the research groups preoperative period, and with hemimaxillae and maxillary sinus volumetric index of a group with no malformation. This retrospective study assessed 15 complete unilateral CLP patients who underwent cheiloplasty at the University of São Paulo Medical School Hospital in 2008-2012 (they underwent the same surgical procedure fully performed at the selected hospital and had no further congenital or craniofacial disorders). All patients were in the prescribed age group for secondary ABG. The control group comprised 24 tomographies of children in the same age group and no craniofacial disorders. Tomographic assessment was performed for the groups. The exams were transcribed into 3D models to evaluate hemimaxillae and maxillary sinuses volumetrics. The same exams were used to check for present or missing lateral incisors. Cast models were submitted to 3D scanning and classified according to the Goslon-Yardstick score. Results from the 3D study, cleft width, occlusal index, and dental agenesis were then correlated with one another. Hemimaxillae volumetric indexes were also correlated with those of a control group. Results: the maxillary volumetric rate of the study group both before and after ABG was lower than the rate observed in the control group (p < 0.01). Maxillary volumetric rate prior to ABG was progressively lower as the Goslon-Yardstick grew worse (p = 0.03). As regards dental agenesis, 83.33% of the patients with missing teeth showed a wide cleft in the preoperative period (p = 0.056). There was no statistically significant outcome in the other investigated correlations. Conclusion: Cleft hemimaxilla is hypoplastic in all evaluated patients, both in the pre-EOA and post-EOA time. The volumetric index of the studied patient is lower than the control group. The maxillary volumetric ratio is lower as the occlusal score worsens. There is an increase in the maxillary volumetric index in the post-EOA time compared to the pre-EOA timeBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlonso, NivaldoScarpa, Marcela Benetti2023-10-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5177/tde-21022024-153711/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-23T12:30:02Zoai:teses.usp.br:tde-21022024-153711Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-23T12:30:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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