Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-17012023-130945/ |
Resumo: | Propõe-se um estudo da relação entre a pessoa presa e a figura do líder dentro das prisões brasileiras, sobretudo nas prisões do estado de São Paulo. Os líderes são nomeados para serem os responsáveis organizadores e os normatizadores da comunidade carcerária. Eles são escolhidos entre as pessoas presas ou por grupos organizados, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), nas prisões de São Paulo e de outros estados do país que são dominadas por essa organização. Essa figura é reconhecida pelos homens presos como uma presença necessária para a organização e para o bom convívio entre os detentos. Diante dessa realidade, a presente investigação, de caráter qualitativo, tem como propósito a exploração aprofundada de entrevistas semiestruturadas com egressos do sistema prisional brasileiro, a fim de estudar/explorar fatores intersubjetivos presentes nas relações entre os internos e esses líderes. Foram realizadas quinze entrevistas com homens egressos do sistema prisional brasileiro que estavam alojados em casas de acolhimento localizadas na cidade de São Paulo. Todos os entrevistados tiveram mais de seis meses ou várias passagens por instituições prisionais, seja por sentença ou apenas para esperar julgamento. Conclui-se que líderes têm fortes discursos de verdades e princípios, que possibilitam relações de poder carregadas de afetos e emoções positivas. Tais discursos de união e solidariedade atingem, em maior ou menor grau, os indivíduos que compõem a comunidade carcerária e, como consequência, muitos presos veêm nas lideranças um exemplo a ser seguido. Todavia, cada um dos indivíduos subjetiva as ordens e princípios de acordo com sua história, contexto de vida e seus interesses pessoais. Por fim, mesmo com a diversidade de percepções sobre as lideranças, se o Primeiro Comando da Capital ordenasse outras megarrebeliões, não há dúvidas que toda a comunidade carcerária seguiria sua ordem novamente. |
id |
USP_28da6a5419f8f6b0cc1f8296b901ba9d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-17012023-130945 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosasNot informedCriminal organizationsImprisonedIntersubjective elementsIntersubjetividadeOrganização criminosaPower relationsPresosPrison systemRelações de poderSistema prisionalPropõe-se um estudo da relação entre a pessoa presa e a figura do líder dentro das prisões brasileiras, sobretudo nas prisões do estado de São Paulo. Os líderes são nomeados para serem os responsáveis organizadores e os normatizadores da comunidade carcerária. Eles são escolhidos entre as pessoas presas ou por grupos organizados, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), nas prisões de São Paulo e de outros estados do país que são dominadas por essa organização. Essa figura é reconhecida pelos homens presos como uma presença necessária para a organização e para o bom convívio entre os detentos. Diante dessa realidade, a presente investigação, de caráter qualitativo, tem como propósito a exploração aprofundada de entrevistas semiestruturadas com egressos do sistema prisional brasileiro, a fim de estudar/explorar fatores intersubjetivos presentes nas relações entre os internos e esses líderes. Foram realizadas quinze entrevistas com homens egressos do sistema prisional brasileiro que estavam alojados em casas de acolhimento localizadas na cidade de São Paulo. Todos os entrevistados tiveram mais de seis meses ou várias passagens por instituições prisionais, seja por sentença ou apenas para esperar julgamento. Conclui-se que líderes têm fortes discursos de verdades e princípios, que possibilitam relações de poder carregadas de afetos e emoções positivas. Tais discursos de união e solidariedade atingem, em maior ou menor grau, os indivíduos que compõem a comunidade carcerária e, como consequência, muitos presos veêm nas lideranças um exemplo a ser seguido. Todavia, cada um dos indivíduos subjetiva as ordens e princípios de acordo com sua história, contexto de vida e seus interesses pessoais. Por fim, mesmo com a diversidade de percepções sobre as lideranças, se o Primeiro Comando da Capital ordenasse outras megarrebeliões, não há dúvidas que toda a comunidade carcerária seguiria sua ordem novamente.We propose a study of the relationship between the imprisoned person and the figure of the leader inside Brazilian prisons, especially in prisons in the state of São Paulo. The leaders are appointed to be the responsible organizers and regulators of the prison community. They are chosen among the inmates or by organized groups, such as the First Command of the Capital (PCC), in the prisons of São Paulo and other states in the country that are dominated by this organization. This figure is recognized by the male prisoners as a necessary presence for the organization and for the good coexistence among the inmates. In view of this reality, this qualitative research aims to explore in depth semi-structured interviews with former inmates of the Brazilian prison system in order to study/explore intersubjective factors present in the relationships between inmates and these leaders. Fifteen interviews were conducted with men egresses from the Brazilian prison system who were housed in foster homes located in the city of São Paulo. All of the interviewees had more than six months or several passages in prison institutions, either by sentence or just to await trial. The conclusion is that leaders have strong discourses of truth and principles, which enable power relations loaded with affection and positive emotions. Such speeches of unity and solidarity reach, to a greater or lesser extent, the individuals that make up the prison community and, as a consequence, many prisoners see the leaders as an example to be followed. However, each one of the individuals subjective the orders and principles according to their history, life context, and personal interests. Finally, even with the diversity of perceptions about the leadership, if the First Command of the Capital ordered another mega riot, there is no doubt that the entire prison community would follow their order again.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMassola, Gustavo MartineliMarques, Renata da Silva2022-10-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-17012023-130945/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-01-26T14:15:21Zoai:teses.usp.br:tde-17012023-130945Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-01-26T14:15:21Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas Not informed |
title |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas |
spellingShingle |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas Marques, Renata da Silva Criminal organizations Imprisoned Intersubjective elements Intersubjetividade Organização criminosa Power relations Presos Prison system Relações de poder Sistema prisional |
title_short |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas |
title_full |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas |
title_fullStr |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas |
title_full_unstemmed |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas |
title_sort |
Relações de poder entre o \"disciplina\" e os encarcerados no contexto da expansão das facções criminosas |
author |
Marques, Renata da Silva |
author_facet |
Marques, Renata da Silva |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Massola, Gustavo Martineli |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Marques, Renata da Silva |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Criminal organizations Imprisoned Intersubjective elements Intersubjetividade Organização criminosa Power relations Presos Prison system Relações de poder Sistema prisional |
topic |
Criminal organizations Imprisoned Intersubjective elements Intersubjetividade Organização criminosa Power relations Presos Prison system Relações de poder Sistema prisional |
description |
Propõe-se um estudo da relação entre a pessoa presa e a figura do líder dentro das prisões brasileiras, sobretudo nas prisões do estado de São Paulo. Os líderes são nomeados para serem os responsáveis organizadores e os normatizadores da comunidade carcerária. Eles são escolhidos entre as pessoas presas ou por grupos organizados, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), nas prisões de São Paulo e de outros estados do país que são dominadas por essa organização. Essa figura é reconhecida pelos homens presos como uma presença necessária para a organização e para o bom convívio entre os detentos. Diante dessa realidade, a presente investigação, de caráter qualitativo, tem como propósito a exploração aprofundada de entrevistas semiestruturadas com egressos do sistema prisional brasileiro, a fim de estudar/explorar fatores intersubjetivos presentes nas relações entre os internos e esses líderes. Foram realizadas quinze entrevistas com homens egressos do sistema prisional brasileiro que estavam alojados em casas de acolhimento localizadas na cidade de São Paulo. Todos os entrevistados tiveram mais de seis meses ou várias passagens por instituições prisionais, seja por sentença ou apenas para esperar julgamento. Conclui-se que líderes têm fortes discursos de verdades e princípios, que possibilitam relações de poder carregadas de afetos e emoções positivas. Tais discursos de união e solidariedade atingem, em maior ou menor grau, os indivíduos que compõem a comunidade carcerária e, como consequência, muitos presos veêm nas lideranças um exemplo a ser seguido. Todavia, cada um dos indivíduos subjetiva as ordens e princípios de acordo com sua história, contexto de vida e seus interesses pessoais. Por fim, mesmo com a diversidade de percepções sobre as lideranças, se o Primeiro Comando da Capital ordenasse outras megarrebeliões, não há dúvidas que toda a comunidade carcerária seguiria sua ordem novamente. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-10-25 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-17012023-130945/ |
url |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-17012023-130945/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1815257089831862272 |