Instituições e empreendedorismo: diferentes regras para o mesmo jogo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moron, Caroline Raiz
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-09112015-105712/
Resumo: Pesquisas sobre instituições sustentam que estas influenciam a natureza da atividade econômica. A argumentação é que um ambiente institucional favorável, com regras bem definidas, é benéfico ao empreendedorismo. Todavia, a literatura disponível é muito focada no que ocorre nos países desenvolvidos, e sabe-se que a atividade empreendedora também ocorre nos países não desenvolvidos, que costumam ser mais instáveis social e economicamente. A partir de tal dilema, a pergunta de pesquisa do trabalho como um todo foi: Qual a relação entre instituições e empreendedorismo de acordo com o nível de desenvolvimento do país? O objetivo geral foi esclarecer como as características institucionais formais e informais dos países afetam o ingresso e a sobrevivência de empreendedores em diferentes mercados. A pesquisa foi dividida em duas etapas: (1) teórica, focando em conhecer a literatura que aborda instituições e empreendedorismo a partir de um estudo bibliométrico com o software CiteSpace e (2) empírica, com o intuito de confirmar que o empreendedorismo dos países desenvolvidos é diferente dos países não desenvolvidos e de apontar quais são algumas das diferenças a partir de dois estudos de caso. Nos estudo teórico encontrou-se que, em relação à rede de citações e cocitações formada, há duas correntes principais de pesquisa: (1) autores neo-institucionalistas com foco econômico, tendo North (1990) como um autor representativo, ligados aos schumpeterianos no empreendedorismo, e (2) autores neo-institucionalistas com foco sociológico, evidenciados principalmente pelo trabalho de DiMaggio e Powell (1983), mais próximos da corrente kirzneriana do empreendedorismo. No estudo empírico, a parte quantitativa confirmou, com base nos dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que existe diferença estatisticamente significativa entre o empreendedorismo, tanto o estabelecido como o nascente, dos países desenvolvidos e o dos não desenvolvidos. A parte qualitativa do estudo empírico, baseada em dois estudos de caso, mostrou que, para o início da atividade empreendedora, as instituições formais são mais relevantes nos países desenvolvidos, caso da Rede de Churrascarias Brasileira nos Estados Unidos, enquanto as instituições informais são mais valiosas nos países não desenvolvidos, caso do Grupo Pinesso no Sudão. A principal conclusão da dissertação é que, nos países não desenvolvidos \'o jogo não é para todos\', é necessário que o empreendedor esteja inserido no ambiente social e possua relações interpessoais pertinentes para que possa iniciar e prosperar em um negócio. Por outro lado, nos países desenvolvidos é mais importante que o empreendedor conheça e cumpra as regras formais para começar e continuar seu empreendimento. Vale ressaltar que os dois tipos de instituições atuam no processo empreendedor em ambos os grupos de países.
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O objetivo geral foi esclarecer como as características institucionais formais e informais dos países afetam o ingresso e a sobrevivência de empreendedores em diferentes mercados. A pesquisa foi dividida em duas etapas: (1) teórica, focando em conhecer a literatura que aborda instituições e empreendedorismo a partir de um estudo bibliométrico com o software CiteSpace e (2) empírica, com o intuito de confirmar que o empreendedorismo dos países desenvolvidos é diferente dos países não desenvolvidos e de apontar quais são algumas das diferenças a partir de dois estudos de caso. Nos estudo teórico encontrou-se que, em relação à rede de citações e cocitações formada, há duas correntes principais de pesquisa: (1) autores neo-institucionalistas com foco econômico, tendo North (1990) como um autor representativo, ligados aos schumpeterianos no empreendedorismo, e (2) autores neo-institucionalistas com foco sociológico, evidenciados principalmente pelo trabalho de DiMaggio e Powell (1983), mais próximos da corrente kirzneriana do empreendedorismo. No estudo empírico, a parte quantitativa confirmou, com base nos dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que existe diferença estatisticamente significativa entre o empreendedorismo, tanto o estabelecido como o nascente, dos países desenvolvidos e o dos não desenvolvidos. A parte qualitativa do estudo empírico, baseada em dois estudos de caso, mostrou que, para o início da atividade empreendedora, as instituições formais são mais relevantes nos países desenvolvidos, caso da Rede de Churrascarias Brasileira nos Estados Unidos, enquanto as instituições informais são mais valiosas nos países não desenvolvidos, caso do Grupo Pinesso no Sudão. A principal conclusão da dissertação é que, nos países não desenvolvidos \'o jogo não é para todos\', é necessário que o empreendedor esteja inserido no ambiente social e possua relações interpessoais pertinentes para que possa iniciar e prosperar em um negócio. Por outro lado, nos países desenvolvidos é mais importante que o empreendedor conheça e cumpra as regras formais para começar e continuar seu empreendimento. Vale ressaltar que os dois tipos de instituições atuam no processo empreendedor em ambos os grupos de países.Researchs on institutions maintain that they influence the nature of the economic activity. The argument is that a favorable institutional environment, with well-defined rules, is beneficial to entrepreneurship. However, the literature available is focused on what happens at developed countries, and it is known that the entrepreneurial activity also occurs at undeveloped countries, which tend to be more socially and economically unstable. From this dilema, the research question of the thesis as a whole was: What is the relation between institutions and entrepreneurship according with the country\'s level of development? The general objective was to clarify how the institutional characteristics, formal and informal ones, of the countries affect the entry and the survival of entrepreneurs in different markets. The research was divided into two parts: (1) theoretical, focusing on knowing the literature that deals with institutions and entrepreneurship from a bibliometric study with CiteSpace software and (2) empirical, in order to confirm that entrepreneurship in developed countries is different from the not developed countries and pointing wich are some of the differences from two case studies. In the theoretical study it was found that, in relation to the citation and cocitation network constructed, there are two main streams of research: (1) neo-institutionalist authors with economic focus, with North (1990) as a representative author, linked to the Schumpeterians on entrepreneurship, and (2) neo-institutionalist authors with sociological focus, evidenced primarily by the paper of DiMaggio and Powell (1983), closer to the Kirzner way of think about entrepreneurship. In the empirical study, the quantitative part confirmed, based on the Global Entrepreneurship Monitor (GEM) data, that there is statiscally significant difference between entrepreneurship, both established and nascent, of developed and undeveloped countries. The qualitative part of the empirical study, based on two case studies, revealed that for the beginning of entrepreneurial activity, formal institutions are more relevant in developed countries, like Brazilian Steakhouses Chain case in the United States shows, while informal institutions are more valuable in undeveloped countries, like Pinesso Group case in Sudan. The main conclusion of the thesis is that, in undeveloped countries \'the game is not for everyone\', it is necessary that the entrepreneur is inserted in the social environment and have the relevant interpersonal relationships to be possible to start and prosper in a business. On the other hand, in the developed countries is more important that the entrepreneur know and comply with the formal rules in order to start and continue your business. It is noteworthy that the two types of institutions operate in the entrepreneurial process in both groups of countries.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSaes, Maria Sylvia MacchioneMoron, Caroline Raiz2015-09-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-09112015-105712/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-09112015-105712Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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