Padrões de comportamentos de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis na população adulta e infantil do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-17022021-161513/ |
Resumo: | Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública e causam milhões de óbitos no mundo todos os anos. Frequentemente observadas entre adultos, essas doenças podem iniciar ainda na adolescência ou na infância, ou estão relacionados aos comportamentos adquiridos em fases iniciais da vida. Em geral, a avaliação dos fatores de risco e de proteção associados às DCNT é realizada de forma isolada, no entanto, sabe-se que o comportamento é multideterminado e uma avaliação individual de cada fator pode não refletir o risco real dos indivíduos. Objetivo: Analisar padrões comportamentais de fatores de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis na população adulta e infantil no Brasil. Métodos: Estudo transversal, de base populacional domiciliar, que utiliza dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. A coleta de dados ocorreu no período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014, em uma amostra representativa da população brasileira de moradores com 18 anos ou mais de idade e de crianças menores de dois anos. Um total de 60.202 adultos e de 3.646 crianças entre seis e 23 meses de idade foi avaliado. Foram utilizadas informações sobre alimentação, atividade física, tabagismo, consumo de álcool, características sociodemográficas e de utilização de serviços de saúde. Em ambos os grupos, foi realizada análise fatorial por componentes principais para identificar os padrões comportamentais, sendo que nas crianças foram avaliados padrões alimentares, e nos adultos foram estudados padrões a partir de uma lista de fatores de risco e proteção para DCNT (alimentação, atividade física, consumo de álcool e tabagismo). A associação entre os padrões encontrados e as características de cada grupo etário foi avaliada usando modelos de regressão linear. Resultados: Em crianças, dois padrões alimentares foram observados, onde o primeiro foi caracterizado pelo consumo de alimentos in natura ou minimamente processado e o segundo marcado somente pelo consumo de alimentos ultraprocessados. De forma geral, características como raça/cor, renda familiar per capita, área de residência, região do País e utilização de serviços de saúde podem determinar a maior adesão ao tipo de padrão alimentar da criança. Em adultos, foram identificados dois padrões comportamentais: um \"padrão de proteção\", caracterizado por marcadores de uma alimentação saudável e prática recomendada de atividade física durante o tempo de lazer, e um \"padrão de risco\" formado pelo consumo de alimentos não saudáveis, ingestão abusiva de bebidas alcoólicas e tabagismo. A adesão ao padrão de proteção esteve associada às mulheres, brancas, mais velhas, com maior escolaridade, economicamente ativas e que residiam nas zonas urbanas do país. O padrão de risco se associou com homens, mais jovens e economicamente ativos das zonas urbanas do país. Conclusão: Padrões comportamentais opostos, determinados por fatores saudáveis e não saudáveis, foram identificados em dois grupos etários da população brasileira e apresentaram diferenças segundo as características sociodemográficas e de utilização de serviços de saúde. Espera-se que esses achados contribuam para melhor direcionar a promoção da saúde e a prevenção de DCNT nesses grupos. |
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Padrões de comportamentos de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis na população adulta e infantil do BrasilPatterns of risk and protective behaviors for chronic non-communicable diseases in the adult and child population of BrazilAnálise do Componente PrincipalChronic DiseaseDoença CrônicaEpidemiologiaEpidemiologyFatores de RiscoPrincipal Component AnalysisRisk FactorsIntrodução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública e causam milhões de óbitos no mundo todos os anos. Frequentemente observadas entre adultos, essas doenças podem iniciar ainda na adolescência ou na infância, ou estão relacionados aos comportamentos adquiridos em fases iniciais da vida. Em geral, a avaliação dos fatores de risco e de proteção associados às DCNT é realizada de forma isolada, no entanto, sabe-se que o comportamento é multideterminado e uma avaliação individual de cada fator pode não refletir o risco real dos indivíduos. Objetivo: Analisar padrões comportamentais de fatores de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis na população adulta e infantil no Brasil. Métodos: Estudo transversal, de base populacional domiciliar, que utiliza dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. A coleta de dados ocorreu no período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014, em uma amostra representativa da população brasileira de moradores com 18 anos ou mais de idade e de crianças menores de dois anos. Um total de 60.202 adultos e de 3.646 crianças entre seis e 23 meses de idade foi avaliado. Foram utilizadas informações sobre alimentação, atividade física, tabagismo, consumo de álcool, características sociodemográficas e de utilização de serviços de saúde. Em ambos os grupos, foi realizada análise fatorial por componentes principais para identificar os padrões comportamentais, sendo que nas crianças foram avaliados padrões alimentares, e nos adultos foram estudados padrões a partir de uma lista de fatores de risco e proteção para DCNT (alimentação, atividade física, consumo de álcool e tabagismo). A associação entre os padrões encontrados e as características de cada grupo etário foi avaliada usando modelos de regressão linear. Resultados: Em crianças, dois padrões alimentares foram observados, onde o primeiro foi caracterizado pelo consumo de alimentos in natura ou minimamente processado e o segundo marcado somente pelo consumo de alimentos ultraprocessados. De forma geral, características como raça/cor, renda familiar per capita, área de residência, região do País e utilização de serviços de saúde podem determinar a maior adesão ao tipo de padrão alimentar da criança. Em adultos, foram identificados dois padrões comportamentais: um \"padrão de proteção\", caracterizado por marcadores de uma alimentação saudável e prática recomendada de atividade física durante o tempo de lazer, e um \"padrão de risco\" formado pelo consumo de alimentos não saudáveis, ingestão abusiva de bebidas alcoólicas e tabagismo. A adesão ao padrão de proteção esteve associada às mulheres, brancas, mais velhas, com maior escolaridade, economicamente ativas e que residiam nas zonas urbanas do país. O padrão de risco se associou com homens, mais jovens e economicamente ativos das zonas urbanas do país. Conclusão: Padrões comportamentais opostos, determinados por fatores saudáveis e não saudáveis, foram identificados em dois grupos etários da população brasileira e apresentaram diferenças segundo as características sociodemográficas e de utilização de serviços de saúde. Espera-se que esses achados contribuam para melhor direcionar a promoção da saúde e a prevenção de DCNT nesses grupos.Introduction: Chronic non-communicable diseases (NCDs) are one of the biggest public health problems and cause millions of deaths in the world every year. Often observed among adults, these diseases can start still in adolescence or childhood, or are related to behaviors acquired in early life. In general, the assessment of risk and protective factors associated with NCDs is carried out in isolation, however, it is known that the behavior is multidetermined and an individual assessment of each factor may not reflect the real risk of individuals. Objective: Analyze behavioral patterns of risk and protective factors for chronic non-communicable diseases in the adult and child population in Brazil. Methods: Cross-sectional, populationbased study, that uses secondary data from the National Health Survey (PNS), conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) in partnership with the Ministry of Health. Data collection took place from August 2013 to February 2014, in a representative sample of the Brazilian population of residents aged 18 and over and of children under two years. A total of 60,202 adults and 3,646 children between six and 23 months of age were assessed. Information on diet, physical activity, smoking, alcohol consumption, sociodemographic characteristics and the use of health services were used. In both groups, factor analysis by main components was carried out to identify behavioral patterns, being that in children, dietary patterns were evaluated, and in adults, patterns were studied from a list of risk and protective factors for NCDs (diet, physical activity, alcohol consumption and smoking). The association between the patterns found and the characteristics of each age group was assessed using linear regression models. Results: In children, two eating patterns were observed, where the first was characterized by the consumption of natural or minimally processed foods and the second marked only by the consumption of ultra-processed foods. In general, characteristics such as race/color, family income per capita, area of residence, region of the country and use of health services can determine the greater adherence to the type of child\'s eating pattern. In adults, two behavioral patterns were identified: a \"protection standard\", characterized by healthy eating markers and recommended physical activity during leisure time, and a \"risk pattern\" formed by the consumption of unhealthy foods, abusive intake of alcoholic beverages and smoking. Adherence to the standard of protection was associated with women, white, older, more educated, economically active and living in urban areas of the country. The risk pattern was associated with men, younger and economically active in urban areas of the country. Conclusion: Opposite behavioral patterns, determined by healthy and unhealthy factors, were identified in two age groups of the Brazilian population and showed differences according to sociodemographic characteristics and use of health services. These findings are expected to contribute to better targeting health promotion and the prevention of CNCD in these groups.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLevy, Renata BertazziCarvalho, Rumão Batista Nunes de2020-09-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-17022021-161513/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-02-17T21:21:02Zoai:teses.usp.br:tde-17022021-161513Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-02-17T21:21:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública e causam milhões de óbitos no mundo todos os anos. Frequentemente observadas entre adultos, essas doenças podem iniciar ainda na adolescência ou na infância, ou estão relacionados aos comportamentos adquiridos em fases iniciais da vida. Em geral, a avaliação dos fatores de risco e de proteção associados às DCNT é realizada de forma isolada, no entanto, sabe-se que o comportamento é multideterminado e uma avaliação individual de cada fator pode não refletir o risco real dos indivíduos. Objetivo: Analisar padrões comportamentais de fatores de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis na população adulta e infantil no Brasil. Métodos: Estudo transversal, de base populacional domiciliar, que utiliza dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. A coleta de dados ocorreu no período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014, em uma amostra representativa da população brasileira de moradores com 18 anos ou mais de idade e de crianças menores de dois anos. Um total de 60.202 adultos e de 3.646 crianças entre seis e 23 meses de idade foi avaliado. Foram utilizadas informações sobre alimentação, atividade física, tabagismo, consumo de álcool, características sociodemográficas e de utilização de serviços de saúde. Em ambos os grupos, foi realizada análise fatorial por componentes principais para identificar os padrões comportamentais, sendo que nas crianças foram avaliados padrões alimentares, e nos adultos foram estudados padrões a partir de uma lista de fatores de risco e proteção para DCNT (alimentação, atividade física, consumo de álcool e tabagismo). A associação entre os padrões encontrados e as características de cada grupo etário foi avaliada usando modelos de regressão linear. Resultados: Em crianças, dois padrões alimentares foram observados, onde o primeiro foi caracterizado pelo consumo de alimentos in natura ou minimamente processado e o segundo marcado somente pelo consumo de alimentos ultraprocessados. De forma geral, características como raça/cor, renda familiar per capita, área de residência, região do País e utilização de serviços de saúde podem determinar a maior adesão ao tipo de padrão alimentar da criança. Em adultos, foram identificados dois padrões comportamentais: um \"padrão de proteção\", caracterizado por marcadores de uma alimentação saudável e prática recomendada de atividade física durante o tempo de lazer, e um \"padrão de risco\" formado pelo consumo de alimentos não saudáveis, ingestão abusiva de bebidas alcoólicas e tabagismo. A adesão ao padrão de proteção esteve associada às mulheres, brancas, mais velhas, com maior escolaridade, economicamente ativas e que residiam nas zonas urbanas do país. O padrão de risco se associou com homens, mais jovens e economicamente ativos das zonas urbanas do país. Conclusão: Padrões comportamentais opostos, determinados por fatores saudáveis e não saudáveis, foram identificados em dois grupos etários da população brasileira e apresentaram diferenças segundo as características sociodemográficas e de utilização de serviços de saúde. Espera-se que esses achados contribuam para melhor direcionar a promoção da saúde e a prevenção de DCNT nesses grupos. |
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