Perspectivas sobre a colaboração interprofissional do profissional de educação física na atenção primária à saúde brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bandeira, Rodrigo Ossoda Moura
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-08082022-111153/
Resumo: A institucionalização e a regulamentação da profissão de Educação Física no Brasil se deram de maneira apartada do campo da saúde pública. Este aspecto, dentre outros, contribuiu para retardar a incorporação deste profissional no Sistema Único de Saúde (SUS), com reconhecimento de sua relevância para o desenvolvimento do colaboração interprofissonal, sobretudo no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Com atuação restrita ao componente escolar, área do esporte e lazer, somente a partir dos anos 2000, quando são instituídas políticas que implementam as práticas corporais/atividades físicas (PC/AF), o Profissional de Educação Física (PEF) ganha relevo para o trabalho em equipe na APS brasileira. Nesta compreensão, esta pesquisa objetivou analisar a inserção do PEF nos serviços de APS na perspectiva da colaboração interprofissional. Para isso, realizou-se um estudo de natureza exploratória e descritiva, com delineamento de pesquisa de campo e bibliográfica, e abordagem qualitativa e quantitativa, com profissionais da APS e gestores do SUS de dois municípios pertencentes ao Departamento Regional de Saúde XIII do estado de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de pesquisa bibliográfica sobre aspectos críticos da incorporação do PEF nas equipes de APS brasileira; entrevistas semiestruturadas on-line com os gestores do SUS; e aplicação da Escala Jefferson de Atitudes Relacionadas à Colaboração Interprofissional (EJARCI) aos PEF e profissionais de saúde. A análise dos dados fundamentou-se, majoritariamente, pelo referencial teórico-metodológico da Educação e da Colaboração Interprofissional em Saúde associada ao arcabouço normativo do SUS. Da bibliografia disponível, constam apenas poucas publicações, dispersas e formuladas sob pretextos teóricos e objetivos muito diversos sobre a incorporação desse profissional no SUS, notadamente na APS. As entrevistas indicaram que há reconhecimento da importância do PEF como membro de equipe da saúde, porém obstáculos vinculados à frágil relação interprofissional, à precária infraestrutura e condições de trabalho, somado ao baixo financiamento e à formação inadequada limitam a sua atuação na saúde. A análise da EJARCI demonstrou que todas os participantes apresentam atitudes a favor da colaboração interprofissional, com diferenças estatísticas significantes entre a categoria profissional e a escolaridade, indicando que profissionais de enfermagem e de nível superior apresentam maior inclinação para a colaboração interprofissional, quando comparados ao de nível médio, como os técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde. O menor escore médio foi identificado para o PEF, contudo sem significância estatística. A efetiva inserção deste profissional na APS brasileira, com contribuiçoes para a colaboração interprofissional, poderia ser alcançada a partir de maior investimento em políticas públicas de educação e de saúde de modo a garantir postos de trabalhos suficientes e adequados, acompanhado da reorientação de seu modelo de formação pautado em mecanismos de ensino-aprendizagem que o prepare para atuação em equipe colaborativa no SUS.
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Com atuação restrita ao componente escolar, área do esporte e lazer, somente a partir dos anos 2000, quando são instituídas políticas que implementam as práticas corporais/atividades físicas (PC/AF), o Profissional de Educação Física (PEF) ganha relevo para o trabalho em equipe na APS brasileira. Nesta compreensão, esta pesquisa objetivou analisar a inserção do PEF nos serviços de APS na perspectiva da colaboração interprofissional. Para isso, realizou-se um estudo de natureza exploratória e descritiva, com delineamento de pesquisa de campo e bibliográfica, e abordagem qualitativa e quantitativa, com profissionais da APS e gestores do SUS de dois municípios pertencentes ao Departamento Regional de Saúde XIII do estado de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de pesquisa bibliográfica sobre aspectos críticos da incorporação do PEF nas equipes de APS brasileira; entrevistas semiestruturadas on-line com os gestores do SUS; e aplicação da Escala Jefferson de Atitudes Relacionadas à Colaboração Interprofissional (EJARCI) aos PEF e profissionais de saúde. A análise dos dados fundamentou-se, majoritariamente, pelo referencial teórico-metodológico da Educação e da Colaboração Interprofissional em Saúde associada ao arcabouço normativo do SUS. Da bibliografia disponível, constam apenas poucas publicações, dispersas e formuladas sob pretextos teóricos e objetivos muito diversos sobre a incorporação desse profissional no SUS, notadamente na APS. As entrevistas indicaram que há reconhecimento da importância do PEF como membro de equipe da saúde, porém obstáculos vinculados à frágil relação interprofissional, à precária infraestrutura e condições de trabalho, somado ao baixo financiamento e à formação inadequada limitam a sua atuação na saúde. A análise da EJARCI demonstrou que todas os participantes apresentam atitudes a favor da colaboração interprofissional, com diferenças estatísticas significantes entre a categoria profissional e a escolaridade, indicando que profissionais de enfermagem e de nível superior apresentam maior inclinação para a colaboração interprofissional, quando comparados ao de nível médio, como os técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde. O menor escore médio foi identificado para o PEF, contudo sem significância estatística. A efetiva inserção deste profissional na APS brasileira, com contribuiçoes para a colaboração interprofissional, poderia ser alcançada a partir de maior investimento em políticas públicas de educação e de saúde de modo a garantir postos de trabalhos suficientes e adequados, acompanhado da reorientação de seu modelo de formação pautado em mecanismos de ensino-aprendizagem que o prepare para atuação em equipe colaborativa no SUS.The institutionalization and regulation of the Physical Education profession in Brazil took place separately from the field of public health. This aspect, among others, contributed to delay the incorporation of this professional in the Unified Health System (SUS), with recognition of its relevance for the development of interprofessional collaboration, especially in the scope of Primary Health Care (PHC). With activities restricted to the school component, the area of sports and leisure, only from the 2000s onwards, when policies that implement body practices/physical activities (PC/AF) were instituted, did the Physical Education Professional (PEF) gain prominence in the of teamwork in Brazilian PHC. In this understanding, this research aimed to analyze the insertion of PEF in PHC services from the perspective of interprofessional collaboration. For this, an exploratory and descriptive study was carried out, with a field and bibliographic research design, and a qualitative and quantitative approach, with PHC professionals and SUS managers from two municipalities belonging to the Regional Health Department XIII of the state of Sao Paulo. Data were collected through bibliographic research on critical aspects of PEF incorporation in Brazilian PHC teams; semi-structured online interviews with SUS managers; and application of the Jefferson Scale of Attitudes Related to Interprofessional Collaboration (EJARCI) to PEF and health professionals. Data analysis was mainly based on the theoretical-methodological framework of Education and Interprofessional Collaboration in Health associated with the normative framework of the SUS. From the available bibliography, there are only a few publications, scattered and formulated under very different theoretical pretexts and objectives on the incorporation of this professional in the SUS, notably in the PHC. The interviews indicated that there is recognition of the importance of the PEF as a member of the health team, but obstacles linked to the fragile interprofessional relationship, the precarious infrastructure and working conditions, added to the low funding and inadequate training limit its performance in health. The EJARCI analysis showed that all participants showed attitudes in favor of interprofessional collaboration, with statistically significant differences between professional category and schooling, indicating that nursing and higher education professionals are more inclined to interprofessional collaboration when compared to medium level, such as nursing technicians and Community Health Agents. The lowest average score was identified for the PEF, however without statistical significance. The effective insertion of this professional in Brazilian PHC, with contributions to interprofessional collaboration, could be achieved through greater investment in public education and health policies in order to guarantee sufficient and adequate jobs, accompanied by the reorientation of its model of training based on teaching-learning mechanisms that prepare them to work in a collaborative team in the SUS.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFreire Filho, José RodriguesBandeira, Rodrigo Ossoda Moura2022-05-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-08082022-111153/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-02T23:22:02Zoai:teses.usp.br:tde-08082022-111153Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-02T23:22:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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