Características e perfil metabólico dos pacientes com diabetes mellitus atendidos em um centro de referência de endocrinologia da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto - SP, em 2012 e 2017
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-03012023-124541/ |
Resumo: | Objetivo: trata-se de um estudo descritivo do tipo levantamento com o objetivo de avaliar o controle metabólico de todos os pacientes adultos com diabetes mellitus (DM) atendidos em um ambulatório público secundário da especialidade de Endocrinologia nos anos de 2012 e 2017, na cidade de Ribeirão Preto - SP. Casuística e Métodos: foram utilizados dados obtidos em prontuário eletrônico e físico e esses foram analisados nos softwares R e SAS 9.4 por meio de estatística descritiva, teste do Qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 0,05 e modelo de regressão Poisson com variância robusta e função de ligação logarítmica com cálculo de razão de prevalência e intervalos de confiança de 95%. A casuística foi de 1034 participantes em 2012 e 1177 participantes em 2017, sendo que aproximadamente um terço foi examinado nos 2 anos avaliados. Resultados: tanto em 2012 como em 2017 a maioria era do sexo feminino (61% e 57,8%), idosa (60,1% e 65,2%) e com obesidade (56,9% e 57,3%). A frequência dos tipos de DM foi semelhante entre os anos, sendo em 2012 e 2017 respectivamente de 96,5% e 95,8% de DM tipo 2, 2,8% e 3,2% de DM tipo 1 e 0,7% e 1,0% de outros tipos, bem como a de dislipidemia (85,3% e 86,4%). A frequência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em 2017 foi maior que em 2012 (83% vs. 73%, p<0,01). Em 2017, houve redução no uso de metformina (63,9% vs. 71,9%, p<0,01), manutenção no uso de sulfonilureias (42,1% vs. 40,6%, p=0,71) e aumento no uso de insulina (67,4% vs. 51,2%, p<0,01) em relação a 2012. Observou-se uma redução da monoterapia ou associação de antidiabéticos orais (ADO) e aumento do uso de insulina, isolada ou associada aos ADO, em 2017 (p<0,01). Houve maior registro de avaliação de complicações crônicas microvasculares em 2017 em relação a 2012: avaliação de retinopatia (67,5% vs. 39,8%, p<0,01), avaliação de microalbuminúria (69,4% vs. 56,1%, p<0,01) e avaliação de neuropatia (9,9% vs. 2%, p<0,01). Em relação às complicações crônicas do diabetes, em 2017 houve maior frequência de excreção elevada de albumina (43,6% vs. 6%, p<0,01) e de complicações cardiovasculares (21% vs. 9,6%, p<0,01) do que em 2012. A frequência de controle pressórico foi maior em 2017 do que em 2012 (27,3% vs. 16,7%, p<0,01), bem como do controle do LDL (65% vs. 55%, p<0,01). Quanto ao controle glicêmico pela glicemia de jejum não houve diferença com significância estatística entre os anos, mas quanto à hemoglobina glicada (HbA1c), em 2012, o controle glicêmico foi 2,2 vezes maior que em 2017 (69% vs. 30,8%, p<0,01), provavelmente decorrente de uma mudança no perfil dos pacientes no último ano, que apresentavam maior frequência de usuários de insulina, associações de medicamentos e maior número de complicações do diabetes. Conclusão: o estudo evidencia a necessidade de incentivar a avaliação sistemática e rotineira de complicações crônicas do diabetes, bem como a necessidade de uma abordagem não apenas centrada no médico, mas também com envolvimento de equipe multiprofissional de saúde e do próprio paciente, para melhorar o controle metabólico. |
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Características e perfil metabólico dos pacientes com diabetes mellitus atendidos em um centro de referência de endocrinologia da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto - SP, em 2012 e 2017Characteristics and metabolic profile of patients with diabetes mellitus treated at an endocrinology reference center of the Municipal Department of Health, Ribeirão Preto - SP, in 2012 and 2017Blood pressure controlComplicações crônicas do diabetesControle glicêmicoControle lipídicoControle metabólicoControle pressóricoDiabetes mellitusDiabetes mellitusDiabetic chronic complicationsGlycemic controlLipid controlMetabolic controlObjetivo: trata-se de um estudo descritivo do tipo levantamento com o objetivo de avaliar o controle metabólico de todos os pacientes adultos com diabetes mellitus (DM) atendidos em um ambulatório público secundário da especialidade de Endocrinologia nos anos de 2012 e 2017, na cidade de Ribeirão Preto - SP. Casuística e Métodos: foram utilizados dados obtidos em prontuário eletrônico e físico e esses foram analisados nos softwares R e SAS 9.4 por meio de estatística descritiva, teste do Qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 0,05 e modelo de regressão Poisson com variância robusta e função de ligação logarítmica com cálculo de razão de prevalência e intervalos de confiança de 95%. A casuística foi de 1034 participantes em 2012 e 1177 participantes em 2017, sendo que aproximadamente um terço foi examinado nos 2 anos avaliados. Resultados: tanto em 2012 como em 2017 a maioria era do sexo feminino (61% e 57,8%), idosa (60,1% e 65,2%) e com obesidade (56,9% e 57,3%). A frequência dos tipos de DM foi semelhante entre os anos, sendo em 2012 e 2017 respectivamente de 96,5% e 95,8% de DM tipo 2, 2,8% e 3,2% de DM tipo 1 e 0,7% e 1,0% de outros tipos, bem como a de dislipidemia (85,3% e 86,4%). A frequência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em 2017 foi maior que em 2012 (83% vs. 73%, p<0,01). Em 2017, houve redução no uso de metformina (63,9% vs. 71,9%, p<0,01), manutenção no uso de sulfonilureias (42,1% vs. 40,6%, p=0,71) e aumento no uso de insulina (67,4% vs. 51,2%, p<0,01) em relação a 2012. Observou-se uma redução da monoterapia ou associação de antidiabéticos orais (ADO) e aumento do uso de insulina, isolada ou associada aos ADO, em 2017 (p<0,01). Houve maior registro de avaliação de complicações crônicas microvasculares em 2017 em relação a 2012: avaliação de retinopatia (67,5% vs. 39,8%, p<0,01), avaliação de microalbuminúria (69,4% vs. 56,1%, p<0,01) e avaliação de neuropatia (9,9% vs. 2%, p<0,01). Em relação às complicações crônicas do diabetes, em 2017 houve maior frequência de excreção elevada de albumina (43,6% vs. 6%, p<0,01) e de complicações cardiovasculares (21% vs. 9,6%, p<0,01) do que em 2012. A frequência de controle pressórico foi maior em 2017 do que em 2012 (27,3% vs. 16,7%, p<0,01), bem como do controle do LDL (65% vs. 55%, p<0,01). Quanto ao controle glicêmico pela glicemia de jejum não houve diferença com significância estatística entre os anos, mas quanto à hemoglobina glicada (HbA1c), em 2012, o controle glicêmico foi 2,2 vezes maior que em 2017 (69% vs. 30,8%, p<0,01), provavelmente decorrente de uma mudança no perfil dos pacientes no último ano, que apresentavam maior frequência de usuários de insulina, associações de medicamentos e maior número de complicações do diabetes. Conclusão: o estudo evidencia a necessidade de incentivar a avaliação sistemática e rotineira de complicações crônicas do diabetes, bem como a necessidade de uma abordagem não apenas centrada no médico, mas também com envolvimento de equipe multiprofissional de saúde e do próprio paciente, para melhorar o controle metabólico.Objective: this is a descriptive survey to evaluate the metabolic control of all adult patients with diabetes mellitus (DM) treated at a secondary public outpatient clinic of the Endocrinology specialty in the years 2012 and 2017, in the city of Ribeirão Preto - SP. Material and Methods: data obtained from electronic and physical medical records were used and these were analyzed using R and SAS 9.4 software using descriptive statistics, Pearson\'s Chi-square test, with a significance level of 0.05, and Poisson regression model with robust variance and logarithmic linkage function with the calculation of prevalence ratio and 95% confidence intervals. The survey included consisted of 1034 participants in 2012 and 1177 in 2017, with approximately one third being examined in the 2 years evaluated. Results: In both years, 2012 and 2017, most participants were female (61% and 57.8%), elderly (60.1% and 65.2%) and obese (56.9% and 57.3%). The frequency of types of DM was similar between the years, being in 2012 and 2017 respectively, 96.5% and 95.8% for Type 2 DM, 2.8% and 3.2% for Type 1 DM and 0.7% and 1.0% for other types, as well as dyslipidemia (85.3% and 86.4%). The frequency of hypertension in 2017 was higher than in 2012 (83% vs. 73%, p<0.01). In 2017, there was a reduction in the use of metformin (63.9% vs. 71.9%, p<0.01), maintenance of the use of sulfonylureas (42.1% vs. 40.6%, p=0.71) and an increase in the use of insulin (67.4% vs. 51.2%, p<0.01) compared to 2012. There was a reduction in the use of monotherapy or combination of oral antidiabetics and an increase in the use of insulin, isolated or associated with oral antidiabetics, in 2017 (p<0.01). There was a higher record of assessment of chronic microvascular complications in 2017 compared to 2012: retinopathy (67.5% vs. 39.8%, p<0.01), urinary albumin (69.4% vs. 56.1%, p<0.01) and neuropathy (9.9% vs. 2%, p<0.01). Regarding chronic complications of diabetes, in 2017 there was a higher frequency of high albumin excretion (43.6% vs. 6%, p<0.01) and cardiovascular complications (21% vs. 9.6%, p<0.01) than in 2012. The frequency of blood pressure control was higher in 2017 than in 2012 (27.3% vs. 16.7%, p<0.01), as well as LDL control (65% vs. 55%, p<0.01). Regarding glycemic control by fasting glucose, there was no statistically significant difference between the years, but regarding glycated hemoglobin (HbA1c), in 2012, glycemic control was 2.2 times higher than in 2017 (69% vs. 30.8 %, p<0.01), probably due to a change in the profile of patients in the last year, who had a higher frequency of insulin users, drug associations and a greater number of diabetes complications. Conclusion: the study highlights the need to encourage the systematic and routinely assessment of diabetic chronic complications, as well as the need for an approach not centered in the physician, but also with the involvement of the multiprofessional health team and the patient himself, to improve the metabolic control.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFranco, Laercio JoelFerlin, Gustavo Zanelatto2022-10-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-03012023-124541/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-02T19:28:02Zoai:teses.usp.br:tde-03012023-124541Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-02T19:28:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Objetivo: trata-se de um estudo descritivo do tipo levantamento com o objetivo de avaliar o controle metabólico de todos os pacientes adultos com diabetes mellitus (DM) atendidos em um ambulatório público secundário da especialidade de Endocrinologia nos anos de 2012 e 2017, na cidade de Ribeirão Preto - SP. Casuística e Métodos: foram utilizados dados obtidos em prontuário eletrônico e físico e esses foram analisados nos softwares R e SAS 9.4 por meio de estatística descritiva, teste do Qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 0,05 e modelo de regressão Poisson com variância robusta e função de ligação logarítmica com cálculo de razão de prevalência e intervalos de confiança de 95%. A casuística foi de 1034 participantes em 2012 e 1177 participantes em 2017, sendo que aproximadamente um terço foi examinado nos 2 anos avaliados. Resultados: tanto em 2012 como em 2017 a maioria era do sexo feminino (61% e 57,8%), idosa (60,1% e 65,2%) e com obesidade (56,9% e 57,3%). A frequência dos tipos de DM foi semelhante entre os anos, sendo em 2012 e 2017 respectivamente de 96,5% e 95,8% de DM tipo 2, 2,8% e 3,2% de DM tipo 1 e 0,7% e 1,0% de outros tipos, bem como a de dislipidemia (85,3% e 86,4%). A frequência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em 2017 foi maior que em 2012 (83% vs. 73%, p<0,01). Em 2017, houve redução no uso de metformina (63,9% vs. 71,9%, p<0,01), manutenção no uso de sulfonilureias (42,1% vs. 40,6%, p=0,71) e aumento no uso de insulina (67,4% vs. 51,2%, p<0,01) em relação a 2012. Observou-se uma redução da monoterapia ou associação de antidiabéticos orais (ADO) e aumento do uso de insulina, isolada ou associada aos ADO, em 2017 (p<0,01). Houve maior registro de avaliação de complicações crônicas microvasculares em 2017 em relação a 2012: avaliação de retinopatia (67,5% vs. 39,8%, p<0,01), avaliação de microalbuminúria (69,4% vs. 56,1%, p<0,01) e avaliação de neuropatia (9,9% vs. 2%, p<0,01). Em relação às complicações crônicas do diabetes, em 2017 houve maior frequência de excreção elevada de albumina (43,6% vs. 6%, p<0,01) e de complicações cardiovasculares (21% vs. 9,6%, p<0,01) do que em 2012. A frequência de controle pressórico foi maior em 2017 do que em 2012 (27,3% vs. 16,7%, p<0,01), bem como do controle do LDL (65% vs. 55%, p<0,01). Quanto ao controle glicêmico pela glicemia de jejum não houve diferença com significância estatística entre os anos, mas quanto à hemoglobina glicada (HbA1c), em 2012, o controle glicêmico foi 2,2 vezes maior que em 2017 (69% vs. 30,8%, p<0,01), provavelmente decorrente de uma mudança no perfil dos pacientes no último ano, que apresentavam maior frequência de usuários de insulina, associações de medicamentos e maior número de complicações do diabetes. Conclusão: o estudo evidencia a necessidade de incentivar a avaliação sistemática e rotineira de complicações crônicas do diabetes, bem como a necessidade de uma abordagem não apenas centrada no médico, mas também com envolvimento de equipe multiprofissional de saúde e do próprio paciente, para melhorar o controle metabólico. |
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