O Jardim Ângela e as infâncias: reinventando currículos a partir das culturas periféricas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-24022023-115938/ |
Resumo: | A Rede Municipal de Ensino de São Paulo, com base nas reivindicações de movimentos sociais, políticos e acadêmicos, vem repensando seu currículo a partir das questões da diversidade, inclusão e qualidade de acesso. Dessa forma, esta investigação analisa como o documento curricular oficial impacta no cotidiano das instituições de educação infantil do distrito de Jardim Ângela, e de que maneira ele incentiva o diálogo com os diversos saberes presentes no território. Para tal, o trabalho parte de uma metodologia qualitativa, com o estudo de caso de duas instituições localizadas dentro do distrito em contextos geográficos diferentes, e que serão identificadas neste trabalho como intituições A e B. A instituição \"A\" trata-se de uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), localizada no chamado \"Fundão\" do Jardim Ângela, próxima ao final da Estrada do M\'Boi Mirim, atende cerca de 280 crianças de 4 a 5 anos de idade e possui um total de 25 funcionários; já a instituição \"B\" consiste em um Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), localizado no maior centro comercial do distrito, é uma unidade educacional híbrida que atende cerca de 220 crianças entre 0 e 3 anos e 477 crianças entre 4 e 5 anos de idade com um total de 87 funcionários. Estudos críticos, tais como os produzidos por Arroyo (2018) e Sarmento (2002), concebem as culturas da infância a partir de narrativas em que a criança é um sujeito histórico, participante ativa da construção da realidade social, produto e produtora de cultura, criadora de conhecimentos e saberes. Os autores alertam que não existe uma única produção de infância, tal qual não há apenas uma forma de humanidade. As teorias do currículo compreendem que território é sempre um espaço de disputa de poder, seja para colonizar ou para contestar subordinações e processos de colonização. O desempenho crítico dos educadores que atuam com as infâncias demanda uma agenda de formação que efetivamente compreenda os territórios periféricos como um espaço social em que forças econômicas, políticas e culturais estão em permanente tensão e disputa. Imbricados, os conceitos operatórios de território (SANTOS, 2000), cultura (QUIJANO, 2014; MIGNOLO, 2008) e educação (FREIRE, 1987; WALSH, 2013) configuram grande importância quando se reflete sobre a educação de bebês e crianças pequenas. A partir desses autores, é possivel pensar territórios como cartografias decoloniais em que os sujeitos possam ver o mundo com um novo olhar, ampliando suas percepções e questionando as relações de poder e dominação. |
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O Jardim Ângela e as infâncias: reinventando currículos a partir das culturas periféricasJardim Ângela and childhoods: reinventing curricula from peripheral culturesChildhood EducationCulturas PeriféricasCurrículoCurriculumEducação InfantilFormação docenteJardim AngelaJardim ÂngelaTeacher trainingA Rede Municipal de Ensino de São Paulo, com base nas reivindicações de movimentos sociais, políticos e acadêmicos, vem repensando seu currículo a partir das questões da diversidade, inclusão e qualidade de acesso. Dessa forma, esta investigação analisa como o documento curricular oficial impacta no cotidiano das instituições de educação infantil do distrito de Jardim Ângela, e de que maneira ele incentiva o diálogo com os diversos saberes presentes no território. Para tal, o trabalho parte de uma metodologia qualitativa, com o estudo de caso de duas instituições localizadas dentro do distrito em contextos geográficos diferentes, e que serão identificadas neste trabalho como intituições A e B. A instituição \"A\" trata-se de uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), localizada no chamado \"Fundão\" do Jardim Ângela, próxima ao final da Estrada do M\'Boi Mirim, atende cerca de 280 crianças de 4 a 5 anos de idade e possui um total de 25 funcionários; já a instituição \"B\" consiste em um Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), localizado no maior centro comercial do distrito, é uma unidade educacional híbrida que atende cerca de 220 crianças entre 0 e 3 anos e 477 crianças entre 4 e 5 anos de idade com um total de 87 funcionários. Estudos críticos, tais como os produzidos por Arroyo (2018) e Sarmento (2002), concebem as culturas da infância a partir de narrativas em que a criança é um sujeito histórico, participante ativa da construção da realidade social, produto e produtora de cultura, criadora de conhecimentos e saberes. Os autores alertam que não existe uma única produção de infância, tal qual não há apenas uma forma de humanidade. As teorias do currículo compreendem que território é sempre um espaço de disputa de poder, seja para colonizar ou para contestar subordinações e processos de colonização. O desempenho crítico dos educadores que atuam com as infâncias demanda uma agenda de formação que efetivamente compreenda os territórios periféricos como um espaço social em que forças econômicas, políticas e culturais estão em permanente tensão e disputa. Imbricados, os conceitos operatórios de território (SANTOS, 2000), cultura (QUIJANO, 2014; MIGNOLO, 2008) e educação (FREIRE, 1987; WALSH, 2013) configuram grande importância quando se reflete sobre a educação de bebês e crianças pequenas. A partir desses autores, é possivel pensar territórios como cartografias decoloniais em que os sujeitos possam ver o mundo com um novo olhar, ampliando suas percepções e questionando as relações de poder e dominação.The Municipality of São Paulo\'s Educational Network, based on the claims of social, political and academic movements, has been rethinking its curriculum from questions about diversity, inclusion and quality of access. Therefore, this investigation analyzes the impact of the official curricular document on the daily life of the Jardim Angela district\'s childhood educational institutions, and in which way it encourages the conversation with the many knowledges present in the territory. Aiming this, this paper stems from a qualitative methodology, with the case study of two institutions located at the district in different geographic contexts, which are named in this paper as A and B institutions. Institution A, a Childhood Educational Municipal School (CEMS/EMEI), located at a place in Jardim Angela known as \"Fundão\", near to the end of M\'Boi Mirim Road, assists about 280 children from the age of 4 to 5 and has a staff of 87 employees. Institution B is a Childhood Educational Mucipal Center (CEMC/CEMEI), located at the biggest commercial center in the district. It is a hybrid educational unity, which assists about 220 children at the age from 0 to 3, and 477 at the age from 4 to 5, with a staff of 87 employees. Critical studies. Such as the ones produced by Arroyo (2018) and Sarmento (2002), conceive the culture of childhood from narratives in which the child is a historic subject, and participates actively in the formation of social reality, product and producer of culture, creating many knowledges. The authors warn that there is not an only way of producing childhood, as well as there is not an only manner of humanity. The curriculum theory apprehends that territory is always a place of power struggle, be it to colonize, be it to question subordination and processes of colonization. The critical performance of educators who act with children demands a schedule of formation that apprehends effectively peripheral territories as a social place in which economic, political and cultural forces are permanently in tension and dispute. Overlaid, the operational concepts of territory (SANTOS, 2000), culture (QUIJANO, 2014; MIGNOLO, 2008) and education (FREIRE, 1987; WALSH, 2013) constitute an immense importance when it concerns about baby and children education. Based on these authors, it is possible to considerate territories as decolonial cartography in which the subjects can see the world under a new perspective, increasing its perspections and questioning the relations of power and domination.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Francione OliveiraSilva, Elisangela Araújo Siqueira da2022-11-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-24022023-115938/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-02-24T14:05:51Zoai:teses.usp.br:tde-24022023-115938Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-02-24T14:05:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Rede Municipal de Ensino de São Paulo, com base nas reivindicações de movimentos sociais, políticos e acadêmicos, vem repensando seu currículo a partir das questões da diversidade, inclusão e qualidade de acesso. Dessa forma, esta investigação analisa como o documento curricular oficial impacta no cotidiano das instituições de educação infantil do distrito de Jardim Ângela, e de que maneira ele incentiva o diálogo com os diversos saberes presentes no território. Para tal, o trabalho parte de uma metodologia qualitativa, com o estudo de caso de duas instituições localizadas dentro do distrito em contextos geográficos diferentes, e que serão identificadas neste trabalho como intituições A e B. A instituição \"A\" trata-se de uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), localizada no chamado \"Fundão\" do Jardim Ângela, próxima ao final da Estrada do M\'Boi Mirim, atende cerca de 280 crianças de 4 a 5 anos de idade e possui um total de 25 funcionários; já a instituição \"B\" consiste em um Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), localizado no maior centro comercial do distrito, é uma unidade educacional híbrida que atende cerca de 220 crianças entre 0 e 3 anos e 477 crianças entre 4 e 5 anos de idade com um total de 87 funcionários. Estudos críticos, tais como os produzidos por Arroyo (2018) e Sarmento (2002), concebem as culturas da infância a partir de narrativas em que a criança é um sujeito histórico, participante ativa da construção da realidade social, produto e produtora de cultura, criadora de conhecimentos e saberes. Os autores alertam que não existe uma única produção de infância, tal qual não há apenas uma forma de humanidade. As teorias do currículo compreendem que território é sempre um espaço de disputa de poder, seja para colonizar ou para contestar subordinações e processos de colonização. O desempenho crítico dos educadores que atuam com as infâncias demanda uma agenda de formação que efetivamente compreenda os territórios periféricos como um espaço social em que forças econômicas, políticas e culturais estão em permanente tensão e disputa. Imbricados, os conceitos operatórios de território (SANTOS, 2000), cultura (QUIJANO, 2014; MIGNOLO, 2008) e educação (FREIRE, 1987; WALSH, 2013) configuram grande importância quando se reflete sobre a educação de bebês e crianças pequenas. A partir desses autores, é possivel pensar territórios como cartografias decoloniais em que os sujeitos possam ver o mundo com um novo olhar, ampliando suas percepções e questionando as relações de poder e dominação. |
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