A crítica como forma: Argumento, Almanaque e a vida intelectual paulista na década de 1970

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Ivo Paulino
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-29062018-124828/
Resumo: A dissertação é dedicada à análise dos intelectuais que escreveram e protagonizaram as revistas Argumento- Revista Mensal de Cultura (1973-1974) e Almanaque- Cadernos de Literatura e Ensaio (1976-1982) e à análise da conjuntura universitária, política e cultural específica que compõe a história das revistas e desses intelectuais. As revistas foram protagonizadas, sobretudo, por críticos literários que conseguiram se preservar na Universidade de São Paulo durante a Ditadura Militar (1964-1985) e que mantiveram intensa atividade intelectual tanto na academia quanto na imprensa. Entre esses intelectuais, destaca-se Antonio Candido, ele próprio um acadêmico sobrevivente à repressão militar, crítico literário, intelectual engajado, figura aglutinadora de Argumento e presença indireta em Almanaque, em que teve vários de seus alunos escrevendo e lhe oferecendo homenagem. Embora a preocupação desses críticos com o universo da cultura nacional, principalmente o literário, seja o eixo central dessas revistas, as duas publicações expressaram também tendências e orientações diversas que fugiram do escopo tradicionalmente atribuído à crítica, ou seja, preocupações oriundas de uma fração mais abrangente de intelectuais que se desdobrou entre a universidade e o debate público no Brasil na década de 1970, a partir de meios de comunicação permeáveis à conjugação de expressões culturais, políticas e acadêmicas. Pretende-se, portanto, com o estudo de caso dedicado a esse grupo de críticos literários e às suas revistas, compreender um problema de pesquisa maior, que se refere à vida intelectual sedimentada na universidade paulista, que se utilizou das revistas como expressão universitária e como engajamento público na conjuntura brasileira da década de 1970, marcada pelo acirramento da Ditadura Militar.
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