Prognóstico associado à terapêutica de reperfusão em pacientes com síndrome coronariana aguda: avaliação de mortalidade em curto e longo prazo no estudo ERICO (Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-22092021-134431/ |
Resumo: | Introdução: O prognóstico em longo prazo pós-síndrome coronariana aguda (SCA) na atenção secundária não é bem conhecido. A gravidade da doença arterial coronariana (DAC) e a terapia de reperfusão realizada na fase aguda foram avaliadas como preditores de mortalidade em curto e longo prazo nos participantes da coorte prospectiva Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana (ERICO), em andamento no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). Objetivo: Nosso objetivo foi comparar o prognóstico em curto e longo prazo pós-SCA de acordo com a gravidade da doença obstrutiva e a estratégia terapêutica adotada: (1) terapia medicamentosa exclusiva, (2) angioplastia transluminal percutânea coronária (ATPC) e (3) revascularização do miocárdio (RM) na sobrevida de quatro anos em pacientes atendidos do ERICO. Métodos: Foram realizadas análises de sobrevida por curvas de Kaplan-Meier e modelos de riscos proporcionais de Cox [razão de risco (RR) com respectivo intervalo de confiança (IC) de 95% para avaliar mortalidade por todas as causas, por doença cardiovascular (DCV) e por doença arterial coronariana (DAC) de acordo com a obstrução coronariana 50%: sem obstrução (grupo de referência), 1 vaso, 2 vasos ou múltiplos vasos ( 3 vasos obstruídos)]. A mortalidade em longo prazo também foi avaliada de acordo com três estratégias terapêuticas adotadas pós-SCA (terapia medicamentosa exclusiva, ATPC ou RM) em 800 adultos durante quatro anos de acompanhamento. As RR são apresentadas sem ajuste e ajustadas para possíveis fatores de confusão em 180 dias, um, dois, três e quatro anos de acompanhamento após SCA. Resultados: Taxas de sobrevida mais baixas foram detectadas entre indivíduos com obstrução de múltiplos vasos (todas as causas, DCV e DAC, p Log-rank < 0,0001). Após ajustes multivariados, indivíduos com obstrução de múltiplos vasos [RR; 2,33 (IC 95%; 1,10-4,95)] e obstrução de 1 vaso [RR; 2,44 (IC 95%; 1,11-5,34)] apresentaram os maiores riscos de mortalidade por todas as causas em quatro anos de acompanhamento quando comparados àqueles sem obstrução. Em relação à terapêutica adotada, taxas de sobrevida mais baixas foram detectadas entre os indivíduos submetidos à RM (todas as causas e DCV, p Log-rank < 0,0001). A RM foi relacionada à mortalidade por DAC após ajuste por idade e sexo [RR: 2,19 (IC 95%: 1,05- 4,55)]. No entanto, esse risco perdeu significância no modelo multivariado. A ATPC foi associada à menor probabilidade de eventos fatais durante o acompanhamento de quatro anos: todas as causas [RR multivariado: 0,42 (IC 95%: 0,27-0,65)], DCV [RR: 0,39 (IC 95%: 0,23-0,69)] e DAC [RR multivariado: 0,33 (IC 95%: 0,15-0,72)], respectivamente, em comparação com aqueles submetidos a tratamento medicamentoso exclusivo. Restringimos análises a pacientes apenas com IAMSSST para avaliar a mortalidade em longo prazo para obstrução e estratégia terapêutica. Os resultados não alteraram a direção dos principais achados. Conclusões: Não apenas a obstrução de múltiplos vasos, mas também os pacientes com obstrução de 1 vaso, apresentaram alto risco de mortalidade pós-SCA até quatro anos de seguimento. Esses achados destacam a importância de se ter uma melhor abordagem no tratamento e controle da fatores de risco cardiovascular mesmo em indivíduos aparentemente de baixo risco atendidos em uma atenção secundária. Além disso, no ERICO, a ATPC foi associada a melhor prognóstico, principalmente em relação à mortalidade por DAC após quatro anos do evento índice |
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Prognóstico associado à terapêutica de reperfusão em pacientes com síndrome coronariana aguda: avaliação de mortalidade em curto e longo prazo no estudo ERICO (Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana)Prognosis associated with reperfusion therapy in patients with acute coronary syndrome: evaluation of short- and long-term mortality in the ERICO study (Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome)Acute coronary syndromeAngioplastia coronária com balãoAngioplasty balloon coronaryCoronary artery diseaseDoença da artéria coronarianaMortalidadeMortalityMyocardial revascularizationRevascularização do miocárdioSíndrome coronariana agudaSobrevidaSurvivalIntrodução: O prognóstico em longo prazo pós-síndrome coronariana aguda (SCA) na atenção secundária não é bem conhecido. A gravidade da doença arterial coronariana (DAC) e a terapia de reperfusão realizada na fase aguda foram avaliadas como preditores de mortalidade em curto e longo prazo nos participantes da coorte prospectiva Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana (ERICO), em andamento no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). Objetivo: Nosso objetivo foi comparar o prognóstico em curto e longo prazo pós-SCA de acordo com a gravidade da doença obstrutiva e a estratégia terapêutica adotada: (1) terapia medicamentosa exclusiva, (2) angioplastia transluminal percutânea coronária (ATPC) e (3) revascularização do miocárdio (RM) na sobrevida de quatro anos em pacientes atendidos do ERICO. Métodos: Foram realizadas análises de sobrevida por curvas de Kaplan-Meier e modelos de riscos proporcionais de Cox [razão de risco (RR) com respectivo intervalo de confiança (IC) de 95% para avaliar mortalidade por todas as causas, por doença cardiovascular (DCV) e por doença arterial coronariana (DAC) de acordo com a obstrução coronariana 50%: sem obstrução (grupo de referência), 1 vaso, 2 vasos ou múltiplos vasos ( 3 vasos obstruídos)]. A mortalidade em longo prazo também foi avaliada de acordo com três estratégias terapêuticas adotadas pós-SCA (terapia medicamentosa exclusiva, ATPC ou RM) em 800 adultos durante quatro anos de acompanhamento. As RR são apresentadas sem ajuste e ajustadas para possíveis fatores de confusão em 180 dias, um, dois, três e quatro anos de acompanhamento após SCA. Resultados: Taxas de sobrevida mais baixas foram detectadas entre indivíduos com obstrução de múltiplos vasos (todas as causas, DCV e DAC, p Log-rank < 0,0001). Após ajustes multivariados, indivíduos com obstrução de múltiplos vasos [RR; 2,33 (IC 95%; 1,10-4,95)] e obstrução de 1 vaso [RR; 2,44 (IC 95%; 1,11-5,34)] apresentaram os maiores riscos de mortalidade por todas as causas em quatro anos de acompanhamento quando comparados àqueles sem obstrução. Em relação à terapêutica adotada, taxas de sobrevida mais baixas foram detectadas entre os indivíduos submetidos à RM (todas as causas e DCV, p Log-rank < 0,0001). A RM foi relacionada à mortalidade por DAC após ajuste por idade e sexo [RR: 2,19 (IC 95%: 1,05- 4,55)]. No entanto, esse risco perdeu significância no modelo multivariado. A ATPC foi associada à menor probabilidade de eventos fatais durante o acompanhamento de quatro anos: todas as causas [RR multivariado: 0,42 (IC 95%: 0,27-0,65)], DCV [RR: 0,39 (IC 95%: 0,23-0,69)] e DAC [RR multivariado: 0,33 (IC 95%: 0,15-0,72)], respectivamente, em comparação com aqueles submetidos a tratamento medicamentoso exclusivo. Restringimos análises a pacientes apenas com IAMSSST para avaliar a mortalidade em longo prazo para obstrução e estratégia terapêutica. Os resultados não alteraram a direção dos principais achados. Conclusões: Não apenas a obstrução de múltiplos vasos, mas também os pacientes com obstrução de 1 vaso, apresentaram alto risco de mortalidade pós-SCA até quatro anos de seguimento. Esses achados destacam a importância de se ter uma melhor abordagem no tratamento e controle da fatores de risco cardiovascular mesmo em indivíduos aparentemente de baixo risco atendidos em uma atenção secundária. Além disso, no ERICO, a ATPC foi associada a melhor prognóstico, principalmente em relação à mortalidade por DAC após quatro anos do evento índiceIntroduction: Long-term prognosis post-acute coronary syndrome (ACS) in secondary care is not well-known. The severity of the coronary artery disease (CAD) and the reperfusion therapy employed post-ACS were evaluated as predictors of short and long term mortality of participants in a prospective cohort study, the Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome (ERICO), conducted at the University Hospital of the University of São Paulo (HU-USP). Objective: We aimed to compare short- and long term prognosis post-ACS according to the severity of the obstructive disease and according to three therapeutic strategy adopted: (1) exclusive medical therapy, (2) percutaneous coronary intervention (PCI), and (3) coronary artery bypass grafting (CABG), regarding survival rates in a four-year follow-up of participant patients in the ERICO study. Methods: We performed survival analyses by Kaplan-Meier curves and Cox proportional hazards models [hazard ratios (HR) with respective 95% confidence interval (CI) to evaluate cumulative all-cause, cardiovascular disease (CVD) and CAD mortality according to the coronary artery obstruction 50%: no-obstruction (reference group), 1-vessel, 2-vessel, multivessel ( 3 obstructed vessels)]. Long-term survival was also evaluated for three different therapeutic strategies adopted post-ACS (exclusive medical therapy, PCI, or CABG) among 800 adult patients from the ERICO study during a 4-year-follow-up. HR are presented as crude and further adjusted for potential confounders at 180 days, one, two, three and four years after an ACS event. Results: Poorer survival rates were detected among individuals with multivessel-disease (all cause, CVD and CAD, p-log rank < 0.0001). After multivariate adjustments, individuals with multivessel-disease [HR; 2.33 (CI 95%; 1.10-4.95)] and 1-vessel-disease patients [HR; 2.44 (CI 95%; 1.11-5.34)] had the highest risk for all-cause mortality compared to those with no obstruction at 4-year follow-up. Regarding the different therapeutic strategies, poorest crude survival rates were detected among individuals who underwent CABG (all-cause and CVD, p-log rank < 0.0001). CABG was related to CAD mortality after age and sex adjustments [HR: 2.19 (95% CI: 1.05-4.55)]. However, this risk lost significance in the full model. PCI was associated to lower probability of fatal events during 4-year follow-up: all-cause [multivariate HR: 0.42 (95% CI: 0.27-0.65)], CVD [HR: 0.39 (95% CI: 0.23-0.69)] and CAD [multivariate HR: 0.33 (95% CI: 0.15-0.72)] respectively, compared to those submitted to exclusive medical therapy. We restrict our analysis to non-ST elevation myocardial infarction (NSTEMI) patients to assess the long term survival according to the obstruction and the therapeutic strategy. The results did not change the direction of our findings. Conclusions: Not only multivessel obstruction but also 1-vessel obstruction patients had high long-term mortality risk post-ACS in the four-year follow-up. These findings highlight the importance of having a better approach in the treatment and control of cardiovascular risk factors (CVRF) even for apparently low risk individuals attended in a secondary care. Furthermore, PCI, in the ERICO study, was associated to better prognosis, particularly regarding CAD survival after four years of the index eventBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGoulart, Alessandra CarvalhoBruno, Tatiana Cristina2021-05-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-22092021-134431/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-09-23T16:22:02Zoai:teses.usp.br:tde-22092021-134431Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-09-23T16:22:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: O prognóstico em longo prazo pós-síndrome coronariana aguda (SCA) na atenção secundária não é bem conhecido. A gravidade da doença arterial coronariana (DAC) e a terapia de reperfusão realizada na fase aguda foram avaliadas como preditores de mortalidade em curto e longo prazo nos participantes da coorte prospectiva Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana (ERICO), em andamento no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). Objetivo: Nosso objetivo foi comparar o prognóstico em curto e longo prazo pós-SCA de acordo com a gravidade da doença obstrutiva e a estratégia terapêutica adotada: (1) terapia medicamentosa exclusiva, (2) angioplastia transluminal percutânea coronária (ATPC) e (3) revascularização do miocárdio (RM) na sobrevida de quatro anos em pacientes atendidos do ERICO. Métodos: Foram realizadas análises de sobrevida por curvas de Kaplan-Meier e modelos de riscos proporcionais de Cox [razão de risco (RR) com respectivo intervalo de confiança (IC) de 95% para avaliar mortalidade por todas as causas, por doença cardiovascular (DCV) e por doença arterial coronariana (DAC) de acordo com a obstrução coronariana 50%: sem obstrução (grupo de referência), 1 vaso, 2 vasos ou múltiplos vasos ( 3 vasos obstruídos)]. A mortalidade em longo prazo também foi avaliada de acordo com três estratégias terapêuticas adotadas pós-SCA (terapia medicamentosa exclusiva, ATPC ou RM) em 800 adultos durante quatro anos de acompanhamento. As RR são apresentadas sem ajuste e ajustadas para possíveis fatores de confusão em 180 dias, um, dois, três e quatro anos de acompanhamento após SCA. Resultados: Taxas de sobrevida mais baixas foram detectadas entre indivíduos com obstrução de múltiplos vasos (todas as causas, DCV e DAC, p Log-rank < 0,0001). Após ajustes multivariados, indivíduos com obstrução de múltiplos vasos [RR; 2,33 (IC 95%; 1,10-4,95)] e obstrução de 1 vaso [RR; 2,44 (IC 95%; 1,11-5,34)] apresentaram os maiores riscos de mortalidade por todas as causas em quatro anos de acompanhamento quando comparados àqueles sem obstrução. Em relação à terapêutica adotada, taxas de sobrevida mais baixas foram detectadas entre os indivíduos submetidos à RM (todas as causas e DCV, p Log-rank < 0,0001). A RM foi relacionada à mortalidade por DAC após ajuste por idade e sexo [RR: 2,19 (IC 95%: 1,05- 4,55)]. No entanto, esse risco perdeu significância no modelo multivariado. A ATPC foi associada à menor probabilidade de eventos fatais durante o acompanhamento de quatro anos: todas as causas [RR multivariado: 0,42 (IC 95%: 0,27-0,65)], DCV [RR: 0,39 (IC 95%: 0,23-0,69)] e DAC [RR multivariado: 0,33 (IC 95%: 0,15-0,72)], respectivamente, em comparação com aqueles submetidos a tratamento medicamentoso exclusivo. Restringimos análises a pacientes apenas com IAMSSST para avaliar a mortalidade em longo prazo para obstrução e estratégia terapêutica. Os resultados não alteraram a direção dos principais achados. Conclusões: Não apenas a obstrução de múltiplos vasos, mas também os pacientes com obstrução de 1 vaso, apresentaram alto risco de mortalidade pós-SCA até quatro anos de seguimento. Esses achados destacam a importância de se ter uma melhor abordagem no tratamento e controle da fatores de risco cardiovascular mesmo em indivíduos aparentemente de baixo risco atendidos em uma atenção secundária. Além disso, no ERICO, a ATPC foi associada a melhor prognóstico, principalmente em relação à mortalidade por DAC após quatro anos do evento índice |
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