Representação política e opinião pública na filosofia política de Hegel (1802-1821): o problema da mediação entre o social e o político
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-24052021-191042/ |
Resumo: | O objeto geral dessa tese é uma análise dos conceitos hegelianos de representação política e opinião pública tal como eles aparecem nos escritos de Hegel entre a redação do texto chamado A Constituição Alemã, onde o filósofo exorta a necessidade de um sistema de representação política moderno em contraposição ao modelo feudal de representação baseado na \"Vertretung\", e a Filosofia do Direito de 1821. Como procuramos mostrar em nossa tese, a necessidade levantada por Hegel n\'A Constituição Alemã pede um modelo de mediação entre o social e o político cujos marcos metodológicos com que Hegel trabalhava nos anos imediatos à redação desse texto não conseguem oferecer. É apenas a partir de 1806, com a transição para uma filosofia da consciência, que Hegel pode começar um movimento de repatriação desses conceitos de representação política e opinião pública em seus escritos sistemáticos, porquanto a referida transição é acompanhada de uma mudança na concepção hegeliana de \"espírito de corporação\", a qual não mais se contrapõe à \"disposição de ânimo política\". Paralelamente a isso, Hegel investe contra o modelo de representação política liberado pela Revolução Francesa; como mostra-nos no capítulo \"A liberdade absoluta e o terror\" da Fenomenologia do Espírito, o modelo de representação política que o filósofo tem em mente, embora ainda não o exponha, será uma alternativa que resguardará os princípios da Revolução sem adotar seu modelo de representação política ligado à representação da \"vontade abstrata dos indivíduos\". O modelo de representação política que Hegel engendrará em seus cursos sobre filosofia do direito entre 1817 e o aparecimento da Filosofia do Direito de 1821, enquanto ingressa no debate político da época acerca da função dos estamentos, nascerá sob a égide de uma concepção das assembleias estamentais como um \"órgão de mediação\" entre o povo e o governo, onde uma representação de interesses socialmente organizados pode ter curso. |
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Representação política e opinião pública na filosofia política de Hegel (1802-1821): o problema da mediação entre o social e o políticoPolitical representation and public opinion in Hegel\'s political philosophy (1802-1821): the problem of mediation between the social and the politicalEstamentosEstatesHegelHegelOpinião públicaPolitical representationPublic opinionPublicidadePublicityRepresentação políticaO objeto geral dessa tese é uma análise dos conceitos hegelianos de representação política e opinião pública tal como eles aparecem nos escritos de Hegel entre a redação do texto chamado A Constituição Alemã, onde o filósofo exorta a necessidade de um sistema de representação política moderno em contraposição ao modelo feudal de representação baseado na \"Vertretung\", e a Filosofia do Direito de 1821. Como procuramos mostrar em nossa tese, a necessidade levantada por Hegel n\'A Constituição Alemã pede um modelo de mediação entre o social e o político cujos marcos metodológicos com que Hegel trabalhava nos anos imediatos à redação desse texto não conseguem oferecer. É apenas a partir de 1806, com a transição para uma filosofia da consciência, que Hegel pode começar um movimento de repatriação desses conceitos de representação política e opinião pública em seus escritos sistemáticos, porquanto a referida transição é acompanhada de uma mudança na concepção hegeliana de \"espírito de corporação\", a qual não mais se contrapõe à \"disposição de ânimo política\". Paralelamente a isso, Hegel investe contra o modelo de representação política liberado pela Revolução Francesa; como mostra-nos no capítulo \"A liberdade absoluta e o terror\" da Fenomenologia do Espírito, o modelo de representação política que o filósofo tem em mente, embora ainda não o exponha, será uma alternativa que resguardará os princípios da Revolução sem adotar seu modelo de representação política ligado à representação da \"vontade abstrata dos indivíduos\". O modelo de representação política que Hegel engendrará em seus cursos sobre filosofia do direito entre 1817 e o aparecimento da Filosofia do Direito de 1821, enquanto ingressa no debate político da época acerca da função dos estamentos, nascerá sob a égide de uma concepção das assembleias estamentais como um \"órgão de mediação\" entre o povo e o governo, onde uma representação de interesses socialmente organizados pode ter curso.The general subject of this thesis is the analysis of the Hegelian concepts of public representation and public opinion, such as they are appear in Hegel\'s works between the writing of his German Constitution, in which the philosopher promotes the necessity of a modern system of political representation in contrast with the feudal model based in the \"Vertretung\", and the Philosophy of Right of 1821. As we aim to show in our thesis, the necessity introduced by Hegel in the German Constitution requires a model of mediation between the social and the political, which the methodological ideas with which Hegel worked in the years immediately prior to the writing of this text couldn\'t provide. It is only after 1806, with his transition to a philosophy of consciousness, that Hegel can begin to move towards the repatriation of these concepts of political representation and public opinion into his systematic writings, since this transition is accompanied by a change in the Hegelian conceptualization of \"corporation spirit\" which doesn\'t clash with the \"political state of mind\". Concomitantly to this, Hegel advances against the model of liberated political representation from the French Revolution; as he shows us in the chapter \"The absolute freedom and the terror\" of the Phenomenology of Spirit, the inchoate model of political representation the philosopher has in mind will be an alternative for saving the principles of the Revolution without adopting the model of political representation associated with the representation of the \"abstract will of the individuals\". The model of political representation that Hegel will develop in his courses on the philosophy of right between 1817 and the appearance of his Philosophy of Right in 1821, when he joins the political debate of the time on the functions of the estates, is born under the umbrella of a conception of estate assemblies as \"organs of mediation\" between the people and the government, in which a representation of socially organized interests can take place.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTerra, Ricardo RibeiroRosa, Bruno Ferreira da2021-02-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-24052021-191042/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-05-25T02:52:02Zoai:teses.usp.br:tde-24052021-191042Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-05-25T02:52:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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