Atividade física e métodos de avaliação do assoalho pélvico: uma revisão sistemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-03052023-152653/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Exercícios físicos são considerados fatores de risco para disfunções no assoalho pélvico. Transtornos como a incontinência urinária são os que mais acometem mulheres atletas ou praticantes de exercícios físicos, apresentando grandes prevalências em diversos esportes. Pesquisadores buscam respostas sobre a relação existente entre estas variáveis, porém ainda não existe um claro entendimento dos mecanismos fisiopatológicos que envolvem esta região durante atividades de impacto ou extenuantes. O objetivo desta revisão foi analisar quais métodos de avaliação do assoalho pélvico existem na literatura para avaliar mulheres atletas ou não, e descrever suas limitações, indicações e aplicabilidades clínicas de acordo com as populações estudadas. MÉTODOS: Nesta revisão sistemática, a busca foi feita nas bases de dados Pubmed, Embase, Cochrane e Lilacs até 17 de agosto de 2022. Os critérios de inclusão foram estudos que citassem o uso de pelo menos um método de avaliação do assoalho pélvico para medir as funções desempenhadas pelos músculos (força, resistência, pressão e contração muscular), a morfologia da região ou pressão intra-abdominal. As participantes eram mulheres fisicamente ativas ou atletas avaliadas de modo estático ou durante atividades físicas, e mulheres sedentárias, mas que foram avaliadas durante a prática de algum exercício. RESULTADOS: Foram incluídos 44 estudos. A palpação vaginal foi o método mais utilizado (20 estudos) para avaliar funções dos músculos do assoalho, principalmente a habilidade de contração. O perineômetro (13 estudos) avaliou a força e a resistência muscular. A eletromiografia (9 estudos) e o biofeedback eletromiográfico (2 estudos) registraram a atividade muscular do assoalho pélvico. Os cateteres (2 estudos) e transdutores intravaginais (14 estudos) mediram a pressão intra-abdominal. A ultrassonografia transabdominal, translabial e perineal analisaram a espessura e movimentações nos músculos e órgãos da região (4 estudos). Alguns estudos utilizaram um único método parar avaliar o assoalho pélvico, e outros utilizaram mais de um. Onze estudos incluíram mulheres atletas avaliadas de modo estático, sete incluíram mulheres fisicamente ativas avaliadas de modo estático, oito incluíram mulheres fisicamente ativas avaliadas de modo dinâmico, 18 estudos incluíram mulheres sem nível de atividade física descrito, mas avaliadas de modo dinâmico. CONCLUSÕES: Os métodos não são superiores uns aos outros, pois avaliam variáveis distintas. Todos os instrumentos apresentam limitações. A associação de diferentes técnicas pode ser mais eficiente e adequada para o entendimento da função dos músculos do assoalho pélvico, da pressão intra-abdominal e atividade dos músculos acessórios durante exercícios. Estudos com mulheres atletas devem ser executados não apenas em repouso, mas durante práticas esportivas, além de ser importante a inclusão de mulheres sedentárias como grupo comparador |
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Atividade física e métodos de avaliação do assoalho pélvico: uma revisão sistemáticaPhysical activity and pelvic floor assessment methods: a systematic reviewAssoalho pélvicoAthletesAtletasExercício físicoIncontinência urináriaPelvic floorPhysical exerciseUrinary incontinenceINTRODUÇÃO: Exercícios físicos são considerados fatores de risco para disfunções no assoalho pélvico. Transtornos como a incontinência urinária são os que mais acometem mulheres atletas ou praticantes de exercícios físicos, apresentando grandes prevalências em diversos esportes. Pesquisadores buscam respostas sobre a relação existente entre estas variáveis, porém ainda não existe um claro entendimento dos mecanismos fisiopatológicos que envolvem esta região durante atividades de impacto ou extenuantes. O objetivo desta revisão foi analisar quais métodos de avaliação do assoalho pélvico existem na literatura para avaliar mulheres atletas ou não, e descrever suas limitações, indicações e aplicabilidades clínicas de acordo com as populações estudadas. MÉTODOS: Nesta revisão sistemática, a busca foi feita nas bases de dados Pubmed, Embase, Cochrane e Lilacs até 17 de agosto de 2022. Os critérios de inclusão foram estudos que citassem o uso de pelo menos um método de avaliação do assoalho pélvico para medir as funções desempenhadas pelos músculos (força, resistência, pressão e contração muscular), a morfologia da região ou pressão intra-abdominal. As participantes eram mulheres fisicamente ativas ou atletas avaliadas de modo estático ou durante atividades físicas, e mulheres sedentárias, mas que foram avaliadas durante a prática de algum exercício. RESULTADOS: Foram incluídos 44 estudos. A palpação vaginal foi o método mais utilizado (20 estudos) para avaliar funções dos músculos do assoalho, principalmente a habilidade de contração. O perineômetro (13 estudos) avaliou a força e a resistência muscular. A eletromiografia (9 estudos) e o biofeedback eletromiográfico (2 estudos) registraram a atividade muscular do assoalho pélvico. Os cateteres (2 estudos) e transdutores intravaginais (14 estudos) mediram a pressão intra-abdominal. A ultrassonografia transabdominal, translabial e perineal analisaram a espessura e movimentações nos músculos e órgãos da região (4 estudos). Alguns estudos utilizaram um único método parar avaliar o assoalho pélvico, e outros utilizaram mais de um. Onze estudos incluíram mulheres atletas avaliadas de modo estático, sete incluíram mulheres fisicamente ativas avaliadas de modo estático, oito incluíram mulheres fisicamente ativas avaliadas de modo dinâmico, 18 estudos incluíram mulheres sem nível de atividade física descrito, mas avaliadas de modo dinâmico. CONCLUSÕES: Os métodos não são superiores uns aos outros, pois avaliam variáveis distintas. Todos os instrumentos apresentam limitações. A associação de diferentes técnicas pode ser mais eficiente e adequada para o entendimento da função dos músculos do assoalho pélvico, da pressão intra-abdominal e atividade dos músculos acessórios durante exercícios. Estudos com mulheres atletas devem ser executados não apenas em repouso, mas durante práticas esportivas, além de ser importante a inclusão de mulheres sedentárias como grupo comparadorINTRODUCTION: Physical exercises are considered risk factors for pelvic floor disorders. Dysfunctions such as urinary incontinence are the ones that most affect female athletes or practitioners of physical exercises, with high prevalence in several sports. Researchers are looking for answers about the relationship between these variables, but there is still no clear understanding of the pathophysiological mechanisms that involve this region during impact or strenuous activities. We aimed to analyze in this review which pelvic floor evaluation methods exist in the literature to evaluate female athletes or not and to describe their limitations, indications, and clinical applicability according to the studied populations. METHODS: In this systematic review, the search was carried out in the Pubmed, Embase, Cochrane, and Lilacs databases until August 17, 2022. Inclusion criteria were studies that used at least one pelvic floor assessment method to measure the functions performed by the muscles (strength, resistance, pressure, and muscle contraction), the morphology of the region, or intra-abdominal pressure. The participants were physically active women or athletes evaluated statically or during physical activities and sedentary women evaluated during exercises. RESULTS: The review included 44 studies. Vaginal palpation was the most used method (20 studies) to assess pelvic floor muscle functions, especially the ability to contract. The perineometer (13 studies) assessed muscle strength and endurance. Electromyography (9 studies) and electromyographic biofeedback (2 studies) recorded pelvic floor muscle activity. Catheters (2 studies) and intravaginal transducers (14 studies) measured intra-abdominal pressure. Transabdominal, translabial and perineal ultrasound (4 studies) analyzed the thickness and movements in the muscles and organs of the region. Some studies used one method to assess the pelvic floor, and others used more than one. Eleven studies included female athletes assessed statically, seven included physically active females assessed statically, eight included physically active females assessed dynamically, and 18 studies included women with no physical activity level described but assessed dynamically. CONCLUSIONS: The methods are not superior to each other, as they evaluate different variables. All instruments have limitations. The association of different techniques may be more efficient and adequate for understanding the pelvic floor muscle function, intra-abdominal pressure, and activity of accessory muscles during exercise. Studies with female athletes should be carried out not only at rest, but also during sports practices, in addition to being important to include sedentary women as a comparator groupBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGreve, Julia Maria D AndreaSantoro, Carolina Miqueleto2023-01-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-03052023-152653/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-05-10T16:17:58Zoai:teses.usp.br:tde-03052023-152653Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-05-10T16:17:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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