Avaliação do metabolismo de quilomícrons artificiais em pacientes obesas e não obesas, portadoras da síndrome dos ovários policísticos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-11032008-161037/ |
Resumo: | Este estudo teve como objetivos avaliar o metabolismo de quilomícrons utilizando a metodologia da cinética plasmática de uma emulsão de quilomícrons artificiais em pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP), assim como o impacto da obesidade nesta cinética. Foram estudadas 43 mulheres adultas jovens, subdivididas em 4 grupos, sendo 8 pacientes com SOP e índice de massa corporal normal [SOP-N (IMC = 22,7 ± 1,9 Kg/m2)], e 15 com IMC >=30 kg/m2 [SOP-O (IMC = 33,8 ± 3,3 kg/m2)], pareadas com 20 mulheres controles, sendo 10 com IMC normal [Controle-N (IMC = 21 ± 1,76 kg/m2)] e 10 com IMC obeso [Controle-O (IMC = 33,7± 3,1 kg/m2)]. Quando os grupos foram comparados entre si, com relação às características antropométricas, perfil lipídico e apolipoproteínas; detectou-se diferença estatisticamente significante entre IMC (P < 0,001), circunferência abdominal (CA) (P < 0,001), colesterol total (P = 0,042), HDL-colesterol (P < 0,001), LDL-colesterol (P = 0,009), triglicérides (TG) (P < 0,001) e apolipoproteína B (P < 0,001). As médias destas variáveis foram maiores nos grupos Controle- O e SOP-O, não havendo diferenças entre eles. Com relação à apolipoproteína A1 e ácidos graxos livres não houve diferença entre os grupos. A média da apolipoproteína E foi significativamente maior no grupo Controle-N, não havendo diferença ao compararmos os outros três grupos entre si. Com relação à concentração dos hormônios, as pacientes com SOP tiveram médias significativamente maiores para a testosterona total e testosterona livre (TL) (P < 0,001, P = 0,001), respectivamente. O estradiol foi menor nas pacientes com SOP (P = 0,039), não havendo o impacto da obesidade nestas variáveis hormonais. A média da globulina ligadora dos esteróides (SHBG) foi significativamente maior no grupo Controle-N, não havendo diferença ao compararmos os outros três grupos entre si. Com relação ao modelo homeostático de resistência à insulina (HOMA-IR), houve um impacto significativo da obesidade e da SOP. A média do HOMA-IR foi significativamente maior nas mulheres obesas (Controle e SOP), e nas pacientes com SOP, ao compararmos com as controles pareadas para o IMC. Com relação à cinética plasmática de emulsão de quilomícrons artificiais, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, da taxa fracional de remoção plasmática de 3H-triglicérides (TFR-TG), que avalia indiretamente a lipólise das partículas de triglicérides dos quilomícrons pela lipase lipoprotéica. Com relação à média da taxa fracional de remoção plasmática de 14C- éster de colesterol (TFR-EC), houve diferenças estatisticamente significantes, sendo as médias das pacientes com SOP menores que as médias das mulheres controles (P = 0,004), sem impacto da obesidade nesta variável. Após a análise de regressão multivariada, não se observou influência de nenhuma das variáveis estudadas na TFR-EC das pacientes com SOP. Na análise de Correlação de Pearson, observamos nas pacientes com SOP, uma correlação direta entre IMC e TG (r = 0,480; P = 0,020), IMC e HOMA-IR (r = 0,687; P < 0,001), CA e TG (r = 0,574; P = 0,004), CA e HOMA-IR (r = 0,634; P = 0,001), HDL e SHBG (r = 0,481; P = 0,020), e correlação inversa entre IMC e SHBG (r = - 0,581; P = 0,004), CA e SHBG (r = - 0,629; P = 0,001), CA e HDL (r = - 0,464; P = 0,016), SHBG e TG (r = - 0,414; P = 0,050), SHBG e HOMA-IR (r = - 0.528; P = 0,010), TL e SHBG (r = - 0.510; P = 0,013). A diminuição da recaptação de remanescentes de quilomícrons, demonstrada através da diminuição da TFR-EC, é compatível com níveis circulantes maiores destes remanescentes, assim como um tempo de permanência maior na circulação, facilitando e progredindo o processo de aterosclerose. A diminuição da TFR-EC está presente na SOP, independentemente do IMC, sendo mais um fator de risco cardiovascular nas portadoras desta síndrome. |
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Avaliação do metabolismo de quilomícrons artificiais em pacientes obesas e não obesas, portadoras da síndrome dos ovários policísticosEvaluation of artificial chylomicrons metabolism in obese and nonobese patients with polycystic ovary syndromeAteroscleroseAtherosclerosisChylomicrons/metabolismObesidadeObesityPolycystic ovary syndromeQuilomícrons/metabolismoSíndrome do ovário policísticoEste estudo teve como objetivos avaliar o metabolismo de quilomícrons utilizando a metodologia da cinética plasmática de uma emulsão de quilomícrons artificiais em pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP), assim como o impacto da obesidade nesta cinética. Foram estudadas 43 mulheres adultas jovens, subdivididas em 4 grupos, sendo 8 pacientes com SOP e índice de massa corporal normal [SOP-N (IMC = 22,7 ± 1,9 Kg/m2)], e 15 com IMC >=30 kg/m2 [SOP-O (IMC = 33,8 ± 3,3 kg/m2)], pareadas com 20 mulheres controles, sendo 10 com IMC normal [Controle-N (IMC = 21 ± 1,76 kg/m2)] e 10 com IMC obeso [Controle-O (IMC = 33,7± 3,1 kg/m2)]. Quando os grupos foram comparados entre si, com relação às características antropométricas, perfil lipídico e apolipoproteínas; detectou-se diferença estatisticamente significante entre IMC (P < 0,001), circunferência abdominal (CA) (P < 0,001), colesterol total (P = 0,042), HDL-colesterol (P < 0,001), LDL-colesterol (P = 0,009), triglicérides (TG) (P < 0,001) e apolipoproteína B (P < 0,001). As médias destas variáveis foram maiores nos grupos Controle- O e SOP-O, não havendo diferenças entre eles. Com relação à apolipoproteína A1 e ácidos graxos livres não houve diferença entre os grupos. A média da apolipoproteína E foi significativamente maior no grupo Controle-N, não havendo diferença ao compararmos os outros três grupos entre si. Com relação à concentração dos hormônios, as pacientes com SOP tiveram médias significativamente maiores para a testosterona total e testosterona livre (TL) (P < 0,001, P = 0,001), respectivamente. O estradiol foi menor nas pacientes com SOP (P = 0,039), não havendo o impacto da obesidade nestas variáveis hormonais. A média da globulina ligadora dos esteróides (SHBG) foi significativamente maior no grupo Controle-N, não havendo diferença ao compararmos os outros três grupos entre si. Com relação ao modelo homeostático de resistência à insulina (HOMA-IR), houve um impacto significativo da obesidade e da SOP. A média do HOMA-IR foi significativamente maior nas mulheres obesas (Controle e SOP), e nas pacientes com SOP, ao compararmos com as controles pareadas para o IMC. Com relação à cinética plasmática de emulsão de quilomícrons artificiais, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, da taxa fracional de remoção plasmática de 3H-triglicérides (TFR-TG), que avalia indiretamente a lipólise das partículas de triglicérides dos quilomícrons pela lipase lipoprotéica. Com relação à média da taxa fracional de remoção plasmática de 14C- éster de colesterol (TFR-EC), houve diferenças estatisticamente significantes, sendo as médias das pacientes com SOP menores que as médias das mulheres controles (P = 0,004), sem impacto da obesidade nesta variável. Após a análise de regressão multivariada, não se observou influência de nenhuma das variáveis estudadas na TFR-EC das pacientes com SOP. Na análise de Correlação de Pearson, observamos nas pacientes com SOP, uma correlação direta entre IMC e TG (r = 0,480; P = 0,020), IMC e HOMA-IR (r = 0,687; P < 0,001), CA e TG (r = 0,574; P = 0,004), CA e HOMA-IR (r = 0,634; P = 0,001), HDL e SHBG (r = 0,481; P = 0,020), e correlação inversa entre IMC e SHBG (r = - 0,581; P = 0,004), CA e SHBG (r = - 0,629; P = 0,001), CA e HDL (r = - 0,464; P = 0,016), SHBG e TG (r = - 0,414; P = 0,050), SHBG e HOMA-IR (r = - 0.528; P = 0,010), TL e SHBG (r = - 0.510; P = 0,013). A diminuição da recaptação de remanescentes de quilomícrons, demonstrada através da diminuição da TFR-EC, é compatível com níveis circulantes maiores destes remanescentes, assim como um tempo de permanência maior na circulação, facilitando e progredindo o processo de aterosclerose. A diminuição da TFR-EC está presente na SOP, independentemente do IMC, sendo mais um fator de risco cardiovascular nas portadoras desta síndrome.The aims of this study were to evaluate the chylomicrons metabolism using the method of plasma kinetics of an emulsion of artificial chylomicrons in patients with polycystic ovary syndrome (PCOS), as well as the impact of obesity in this kinetics. Forty-three young adult women were studied , subdivided into 4 groups: 8 of them, with PCOS and normal body mass index [ PCOS-N (BMI = 22.7 ± 1.9 kg/m2)], and 15 with BMI >=30 kg/m2 [PCOS-O (BMI = 33.8 ± 3.3 kg/m2 )] , pairwise matched with 20 controls, being 10 with normal BMI [ Control-N (BMI =21 ± 1.76 kg/m2 )] and 10 with obese BMI [Control-O (BMI = 33.7 ± 3.1 kg/m2 )]. When the groups were compared among themselves, in relation to the antropometric features, lipid profile and apolipoproteins; it was detected a statistically significant difference among BMI (P < 0.001), waist circunference (WC) (P < 0.001), total cholesterol (P = 0.042), HDL-cholesterol (P < 0.001), LDL-cholesterol (P = 0.009), triglycerides (TG) (P < 0.001) and apolipoprotein B (P < 0.001). The means of these variables were higher in the Control-O and PCOS groups and there were no differences among them. In relation to apolipoprotein A1 and to free fatty acids, there was no difference among the groups. The means of apolipoprotein E was significantly higher in the Control-N group and there was no difference when we compared the other three groups among themselves. In relation to hormone concentration, the PCOS patients had means significantly higher for total testosterone and free testosterone (P < 0.001, P = 0.001), respectively. Estradiol was lower in PCOS patients (P = 0.039), and there was no obesity impact in these hormonal variables. The means of sex hormone-binding globulin (SHBG) was significantly higher in the Control-N group, and there was no difference when we compared the other three groups among themselves. In relation to the homeostasis model assessment of insulin resistance (HOMA-IR), there was a significant impact of obesity and of PCOS. The means of HOMA-IR was significantly higher in obese women (Controls and PCOS), and in PCOS patients when compared with pairwise matched controls for BMI. In relation to the plasma kinetics of artificial chylomicrons emulsion, there was no statistically significant difference among the groups, of the plasma 3H-triglyceride fractional clearance rate (TFR-TG) , which evaluates indirectly the lipolysis of triglycerides particles of chylomicrons by the lipoprotein lipase. In relation to the means of plasma fractional clearance rate of 14C-cholesterol ester (TFR-EC), there were statistically significant differences, being the means of PCOS patients, lower than the means of controls (P = 0.004), without obesity impact in this variable. After the multivariate regression analysis, it was not observed influence of any of the variables studied in TFR-EC of PCOS patients. Using the Pearson\'s Correlation analysis, we observed in PCOS patients, a direct correlation between BMI and TG (r = 0.480; P = 0.020), BMI and HOMA-IR (r = 0.687; P < 0.001), CA and TG (r = 0.574; P = 0.004), CA and HOMA-IR (r = 0.634; P = 0.001); HDL and SHBG (r = 0.481; P = 0.020) and inverse correlation between BMI and SHBG ( r = - 0.581; P = 0.004), CA and SHBG (r = - 0.629; P = 0.001), CA and HDL (r = -0.464; P = 0.016), SHBG and TG ( r = - 0.414; P = 0.050), SHBG and HOMA-IR ( r = - 0.528; P = 0.010), TL and SHBG ( r = - 0.510; P = 0.013). The decrease of the uptake of chylomicrons remnants shown through the decrease of TFR-EC, is compatible with higher circular levels of these remnants, as well as a prolonged duration in the circulation, facilitating and proceeding to the atherosclerosis process. The decrease of TFR-EC is present in PCOS, independently of BMI, and it is one more cardiovascular risk factor for PCOS patients.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarcondes, José Antonio MiguelRocha, Michelle Patrocinio2007-09-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-11032008-161037/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:55Zoai:teses.usp.br:tde-11032008-161037Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este estudo teve como objetivos avaliar o metabolismo de quilomícrons utilizando a metodologia da cinética plasmática de uma emulsão de quilomícrons artificiais em pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP), assim como o impacto da obesidade nesta cinética. Foram estudadas 43 mulheres adultas jovens, subdivididas em 4 grupos, sendo 8 pacientes com SOP e índice de massa corporal normal [SOP-N (IMC = 22,7 ± 1,9 Kg/m2)], e 15 com IMC >=30 kg/m2 [SOP-O (IMC = 33,8 ± 3,3 kg/m2)], pareadas com 20 mulheres controles, sendo 10 com IMC normal [Controle-N (IMC = 21 ± 1,76 kg/m2)] e 10 com IMC obeso [Controle-O (IMC = 33,7± 3,1 kg/m2)]. Quando os grupos foram comparados entre si, com relação às características antropométricas, perfil lipídico e apolipoproteínas; detectou-se diferença estatisticamente significante entre IMC (P < 0,001), circunferência abdominal (CA) (P < 0,001), colesterol total (P = 0,042), HDL-colesterol (P < 0,001), LDL-colesterol (P = 0,009), triglicérides (TG) (P < 0,001) e apolipoproteína B (P < 0,001). As médias destas variáveis foram maiores nos grupos Controle- O e SOP-O, não havendo diferenças entre eles. Com relação à apolipoproteína A1 e ácidos graxos livres não houve diferença entre os grupos. A média da apolipoproteína E foi significativamente maior no grupo Controle-N, não havendo diferença ao compararmos os outros três grupos entre si. Com relação à concentração dos hormônios, as pacientes com SOP tiveram médias significativamente maiores para a testosterona total e testosterona livre (TL) (P < 0,001, P = 0,001), respectivamente. O estradiol foi menor nas pacientes com SOP (P = 0,039), não havendo o impacto da obesidade nestas variáveis hormonais. A média da globulina ligadora dos esteróides (SHBG) foi significativamente maior no grupo Controle-N, não havendo diferença ao compararmos os outros três grupos entre si. Com relação ao modelo homeostático de resistência à insulina (HOMA-IR), houve um impacto significativo da obesidade e da SOP. A média do HOMA-IR foi significativamente maior nas mulheres obesas (Controle e SOP), e nas pacientes com SOP, ao compararmos com as controles pareadas para o IMC. Com relação à cinética plasmática de emulsão de quilomícrons artificiais, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, da taxa fracional de remoção plasmática de 3H-triglicérides (TFR-TG), que avalia indiretamente a lipólise das partículas de triglicérides dos quilomícrons pela lipase lipoprotéica. Com relação à média da taxa fracional de remoção plasmática de 14C- éster de colesterol (TFR-EC), houve diferenças estatisticamente significantes, sendo as médias das pacientes com SOP menores que as médias das mulheres controles (P = 0,004), sem impacto da obesidade nesta variável. Após a análise de regressão multivariada, não se observou influência de nenhuma das variáveis estudadas na TFR-EC das pacientes com SOP. Na análise de Correlação de Pearson, observamos nas pacientes com SOP, uma correlação direta entre IMC e TG (r = 0,480; P = 0,020), IMC e HOMA-IR (r = 0,687; P < 0,001), CA e TG (r = 0,574; P = 0,004), CA e HOMA-IR (r = 0,634; P = 0,001), HDL e SHBG (r = 0,481; P = 0,020), e correlação inversa entre IMC e SHBG (r = - 0,581; P = 0,004), CA e SHBG (r = - 0,629; P = 0,001), CA e HDL (r = - 0,464; P = 0,016), SHBG e TG (r = - 0,414; P = 0,050), SHBG e HOMA-IR (r = - 0.528; P = 0,010), TL e SHBG (r = - 0.510; P = 0,013). A diminuição da recaptação de remanescentes de quilomícrons, demonstrada através da diminuição da TFR-EC, é compatível com níveis circulantes maiores destes remanescentes, assim como um tempo de permanência maior na circulação, facilitando e progredindo o processo de aterosclerose. A diminuição da TFR-EC está presente na SOP, independentemente do IMC, sendo mais um fator de risco cardiovascular nas portadoras desta síndrome. |
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