O trade off do consumidor online: benefícios com a personalização versus defesa da sua privacidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Murillo Feitosa Boccia
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.12.2010.tde-30032011-174219
Resumo: Privacidade é um termo de grande amplitude. Uma característica comum às definições é a ênfase dada ao direito individual de revelar-se seletivamente ao mundo. Originalmente, a utilização do termo privacidade relacionava-se a direitos como o corporal e o direito territorial. Com a revolução da informática e, posteriormente, com o surgimento da Internet e o fácil acesso a dados pessoais por parte das empresas e governos, uma nova questão surge: a discussão sobre o direito à privacidade informacional. Por sua vez, as empresas do século XXI e a nova comunicação de Marketing passam por grandes transformações associadas ao desenvolvimento de bancos de dados de consumidores e de novas mídias. O e-mail e as redes sociais tornaram-se formas novas de se comunicar com o consumidor, individualmente. Associadas à informação sobre cada uma das pessoas, essas ferramentas permitem que a comunicação seja mais assertiva e, potencialmente, mais relevante para o consumidor. Isso porque uma de suas características fundamentais é a menor dispersão da mensagem, quando comparadas com mídias como a televisão. Entretanto, quanto mais a comunicação de Marketing procura o alvo, mais tênue fica a linha que separa a relevância da sensação de invasão de privacidade. O presente trabalho buscou compreender como o consumidor, alvo da comunicação, entende o processo de decisão entre defesa da sua privacidade e acesso a serviços personalizados, ou seja, como se dá esse trade off . Há carência de trabalhos nessa área, e a contribuição das pesquisas de Allan Westin (2003), realizadas na área do Direito Público, serviu como arcabouço teórico para o desenvolvimento de um questionário estruturado e para os tipos de análises que foram realizadas. Foram coletados dados de 1.791 internautas, que responderam ao questionário. Esses dados foram analisados com o auxílio de técnicas estatísticas univariadas e multivariadas, como análise de regressão e análise de cluster. O resultado da pesquisa engloba a análise dos dados primários e a revisão da literatura. Uma das conclusões é que o comportamento dos consumidores não é uniforme em relação ao tema. Confirmando as descobertas de Westin, foram identificados grupos de consumidores que valorizam mais a privacidade, e outros que valorizam mais os benefícios da personalização. Outra descoberta sugere que essa escolha não é um processo completamente consciente, e ele se dá, algumas vezes, de forma involuntária e até contraditória. Ao focar os benefícios, o consumidor parece esquecer a privacidade. Ao focar a privacidade, ele parece querer colocar limites à personalização.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis O trade off do consumidor online: benefícios com a personalização versus defesa da sua privacidade The online consumer trade off: privacy versus Personalization 2010-10-26Geraldo Luciano ToledoEdson CrescitelliThelma Valeria RochaMurillo Feitosa BocciaUniversidade de São PauloAdministraçãoUSPBR Comunicação digital Comunicação dirigida Data mining Digital communication Direct marketing Marketing de relacionamento Marketing direto Mineração de dados Personalized communication Privacidade Privacy Relationship marketing Privacidade é um termo de grande amplitude. Uma característica comum às definições é a ênfase dada ao direito individual de revelar-se seletivamente ao mundo. Originalmente, a utilização do termo privacidade relacionava-se a direitos como o corporal e o direito territorial. Com a revolução da informática e, posteriormente, com o surgimento da Internet e o fácil acesso a dados pessoais por parte das empresas e governos, uma nova questão surge: a discussão sobre o direito à privacidade informacional. Por sua vez, as empresas do século XXI e a nova comunicação de Marketing passam por grandes transformações associadas ao desenvolvimento de bancos de dados de consumidores e de novas mídias. O e-mail e as redes sociais tornaram-se formas novas de se comunicar com o consumidor, individualmente. Associadas à informação sobre cada uma das pessoas, essas ferramentas permitem que a comunicação seja mais assertiva e, potencialmente, mais relevante para o consumidor. Isso porque uma de suas características fundamentais é a menor dispersão da mensagem, quando comparadas com mídias como a televisão. Entretanto, quanto mais a comunicação de Marketing procura o alvo, mais tênue fica a linha que separa a relevância da sensação de invasão de privacidade. O presente trabalho buscou compreender como o consumidor, alvo da comunicação, entende o processo de decisão entre defesa da sua privacidade e acesso a serviços personalizados, ou seja, como se dá esse trade off . Há carência de trabalhos nessa área, e a contribuição das pesquisas de Allan Westin (2003), realizadas na área do Direito Público, serviu como arcabouço teórico para o desenvolvimento de um questionário estruturado e para os tipos de análises que foram realizadas. Foram coletados dados de 1.791 internautas, que responderam ao questionário. Esses dados foram analisados com o auxílio de técnicas estatísticas univariadas e multivariadas, como análise de regressão e análise de cluster. O resultado da pesquisa engloba a análise dos dados primários e a revisão da literatura. Uma das conclusões é que o comportamento dos consumidores não é uniforme em relação ao tema. Confirmando as descobertas de Westin, foram identificados grupos de consumidores que valorizam mais a privacidade, e outros que valorizam mais os benefícios da personalização. Outra descoberta sugere que essa escolha não é um processo completamente consciente, e ele se dá, algumas vezes, de forma involuntária e até contraditória. Ao focar os benefícios, o consumidor parece esquecer a privacidade. Ao focar a privacidade, ele parece querer colocar limites à personalização. Privacy is a broad-spectrum word. A common feature among the different definitions of the term is the emphasis placed on the right of the individual to reveal his or her self to the world in a selective way. Originally, the use of the word privacy was related to rights such as bodily rights and territorial rights. With the computer revolution and, later, the advent of the Internet and easy access to personal data by companies and government agencies, a new issue arose: the debate about the right to informational privacy. On the other hand, the companies of the 21th century and the new marketing communication have undergone great changes connected to the development of consumer databases and new medias. E-mail and the social networks have become new ways to establish communication with the consumer on an individual basis. Associated to information about each individual, such tools can make communication more assertive and, potentially, more relevant for the consumer. The reason is that one of its fundamental traits is the small degree of message dispersion, in comparison with medias such as television. However, the more Marketing communication seeks its target, the thinner is the line that separates relevance from the feeling of privacy invasion. The purpose of the present study is to verify how the consumer, the target of communication, understands the decision-making process involving the protection of his/her privacy versus the access to customized services, in other words, how such trade-off takes place. There are insufficient studies in this area; the research conducted by Allan Westin (2003) in the field of Public Law was the theoretical framework for the preparation of a structured survey and for the type of analysis carried out in this project. Data from 1,791 Internet-users was collected based on their answers to the survey. Such data was analyzed using uni- and multi-varied statistical techniques, such as regression analysis and cluster analysis. The result of the said survey comprises the analysis of primary data and a review of the corresponding literature. One of the conclusions is that the consumers behavior is not uniform in relation to this topic. In confirmation of Westin´s findings, there are groups of consumers who value their privacy more and others who prefer the benefits of customization. Another finding suggests that such choice is not completely conscious, and sometimes happens in an involuntary and even contradictory form. When the focus is on benefits, the consumer seems to forget his/her privacy. When the focus is on privacy, the consumer apparently wants to set some limits to customization. https://doi.org/10.11606/D.12.2010.tde-30032011-174219info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:25:39Zoai:teses.usp.br:tde-30032011-174219Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:31:19.843388Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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