Oficina Temática ?Solos?: uma possibilidade para o ensino de Química para os alunos do Ensino Médio

• Autor(a) principal: Simoda, Debora Naomi
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81132/tde-13122021-141546/
• topic: chemistry teaching; contextualização; contextualization; ensino de química; oficinas temáticas; soils; solos; thematic workshops

Na maioria das escolas, a seleção, sequenciação e profundidade dos conceitos químicos são feitas com foco predominantemente em abordagens abstratas e os conteúdos são tratados um tanto fragmentadamente. Parece haver uma suposição que o aluno, memorizando tais conteúdos passivamente, adquira o conhecimento acumulado, principalmente a partir da transmissão de informações, com valorização excessiva de regras e fórmulas, restrita a baixos níveis cognitivos e desvinculados da realidade e vivência dos alunos. Isso dificulta o processo de ensino-aprendizagem, pois se observa que o aluno, geralmente, perde o interesse e a motivação pelas aulas, o que, por sua vez, acaba contribuindo para aumentar o nível de rejeição aos estudos de Química. Tratar a Química em associação com o cotidiano tem sido um dos desafios atuais do ensino de Química, sendo o ponto de partida de muitas pesquisas nessa área. Nessa perspectiva, as oficinas temáticas têm se configurado em uma metodologia que aborda o conhecimento de forma inter-relacionada e contextualizada, onde aluno é convidado a refletir sobre problemas relativos ao tema abordado, permitindo não apenas a construção de conceitos, mas também a reconstrução de seus próprios conhecimentos e de uma reflexão que possa contribuir para a tomada de decisões além possibilitar uma visão mais global do mundo. Nesta pesquisa investigou-se como o ensino a partir de oficinas temáticas, pode contribuir para a construção do conhecimento por parte dos alunos e influenciar em suas ações no cotidiano. Foi aplicada uma oficina, centrada no tema solos, em uma escola da rede pública do município de Barueri, com turmas da 3ª série do Ensino Médio. O tema foi escolhido por ser abrangente, pois é possível relacionar vários conceitos científicos com diferentes áreas do conhecimento, além de ter sido uma sugestão dos próprios alunos. O desenvolvimento da oficina se baseia na metodologia dos Três Momentos Pedagógicos. Como instrumento de coleta de dados, aplicou-se um questionário diagnóstico baseado na Teoria do Comportamento Planejado, o que contribuiu para traçar um perfil de cada aluno e para o planejamento de ações focado em suprir suas necessidades. Na sequência, foi aplicado um instrumento que apresentava um questionário investigativo, com quatro perguntas abertas e um questionário fechado, constituído de 19 afirmativas. A intenção foi investigar a bagagem cultural e científica dos alunos sobre a temática e fazer com que percebessem que suas concepções prévias eram insuficientes para os problemas apresentados. No decorrer da oficina, foram utilizados vários tipos de instrumentos, estruturados de acordo com os três momentos pedagógicos, como: questionários investigativos, experimentos, atividades descritivas, ilustrativas, produções textuais e elaboração de mapas conceituais, de modo que o professor pudesse desenvolver a conceituação fundamental para uma compreensão científica das situações problematizadas, possibilitando também uma análise do avanço dos conhecimentos científicos adquiridos pelos estudantes relacionados à temática. Após a aplicação da oficina, percebeu-se que a visão dos alunos relacionada disciplina mudou, possivelmente porque puderam associar a Química com o seu cotidiano, sendo capazes de participar e refletir sobre as atividades propostas. Nesse sentido, podemos afirmar que o ensino de Química é favorecido com a utilização de temáticas e de metodologias de ensino diferenciadas, que propiciem a sua contextualização, a problematização e o desenvolvimento de atividades investigativas e de discussões com os alunos, colocando-os como protagonistas no processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, promovendo a construção e reconstrução do seu próprio conhecimento.