Osasco 1968: a greve no feminino e no masculino
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10012013-175034/ |
Resumo: | Esta pesquisa teve como proposta escutar, construir de forma dialógica e analisar as narrativas orais de história de vida de trabalhadores, estudantes e donas de casa que tiveram sua trajetória marcada por uma greve realizada durante regime militar, em 1968, na cidade de Osasco. O acontecimento vivenciado por eles teria sido breve devido à repressão, mas seu significado teria ultrapassado o tempo físico e se prolongado no tempo da memória. Com a redemocratização, na década de 1980, depois do longo silenciamento produzido pelo regime autoritário, as memórias subterrâneas emergiram. Desde 1987, acompanhei a atuação dessa colônia, profundamente marcada por perdas e traumas, e também por projeções políticas e sociais que ainda se delineiam no horizonte futuro. Foi possível perceber nesse espaço identitário, alimentado constantemente pelo grupo, um esforço para romper com estereótipos negativos e lutar contra o esquecimento e certa memória forçada pelo regime autoritário. O consenso nos discursos masculinos mostrou a construção da memória de expressão oral coletiva, de operários e operários-estudantes que se envolveram na greve e em outros movimentos posteriores de combate à repressão. Os relatos revelaram também constantes negociações, licenças, silenciamentos e limites entre eles. O silenciamento percebido nas narrativas não foi aquele apenas relativo ao patrocinado pelo regime autoritário, mas também com relação à quase invisibilidade das mulheres na memória oral dos homens. Nesse sentido, procurei perceber como as relações de gênero se manifestaram na constituição da memória coletiva sobre a greve em Osasco no ano de 1968. Utilizando os pressupostos da história oral testemunhal, busquei atentar para as formas de lembrança, os diferentes significados e os traumas vivenciados por elas e eles em sua condição de gênero, em decorrência da experiência do movimento operário e da repressão da ditadura militar. Em especial, por meio das narrativas, quis dar visibilidade a uma história das mulheres marcada pelo jogo de gênero, no processo de resistência à ditadura ao lado dos homens. |
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Osasco 1968: a greve no feminino e no masculinoOsasco 1968: the strike in feminine and masculineDitadura militarGenderGêneroGreve em OsascoHistória oral testemunhalMemóriaMemoryMilitary dictatorshipOral history testimonyStrike in OsascoEsta pesquisa teve como proposta escutar, construir de forma dialógica e analisar as narrativas orais de história de vida de trabalhadores, estudantes e donas de casa que tiveram sua trajetória marcada por uma greve realizada durante regime militar, em 1968, na cidade de Osasco. O acontecimento vivenciado por eles teria sido breve devido à repressão, mas seu significado teria ultrapassado o tempo físico e se prolongado no tempo da memória. Com a redemocratização, na década de 1980, depois do longo silenciamento produzido pelo regime autoritário, as memórias subterrâneas emergiram. Desde 1987, acompanhei a atuação dessa colônia, profundamente marcada por perdas e traumas, e também por projeções políticas e sociais que ainda se delineiam no horizonte futuro. Foi possível perceber nesse espaço identitário, alimentado constantemente pelo grupo, um esforço para romper com estereótipos negativos e lutar contra o esquecimento e certa memória forçada pelo regime autoritário. O consenso nos discursos masculinos mostrou a construção da memória de expressão oral coletiva, de operários e operários-estudantes que se envolveram na greve e em outros movimentos posteriores de combate à repressão. Os relatos revelaram também constantes negociações, licenças, silenciamentos e limites entre eles. O silenciamento percebido nas narrativas não foi aquele apenas relativo ao patrocinado pelo regime autoritário, mas também com relação à quase invisibilidade das mulheres na memória oral dos homens. Nesse sentido, procurei perceber como as relações de gênero se manifestaram na constituição da memória coletiva sobre a greve em Osasco no ano de 1968. Utilizando os pressupostos da história oral testemunhal, busquei atentar para as formas de lembrança, os diferentes significados e os traumas vivenciados por elas e eles em sua condição de gênero, em decorrência da experiência do movimento operário e da repressão da ditadura militar. Em especial, por meio das narrativas, quis dar visibilidade a uma história das mulheres marcada pelo jogo de gênero, no processo de resistência à ditadura ao lado dos homens.This research project had as its objective to listen to, build in a dialogic way and analyze the oral narratives of the life history of workers, students and housewives who had their careers marred by a strike held in the city of Osasco in 1968, during the military regime. The event promoted by them had been brief because of the repression, but its meaning exceeded the physical time and prolonged itself in the senses of time and memory. With democratization in the 1980s, after the long silence caused by the authoritarian regime, groundwater memories emerged. Since 1987, I have accompanied the performance of this colony, deeply marked by losses and traumas, and also by political and social projections that are still outlined in the future horizon. It could be observed in this area of identity, constantly fed by the group, an effort to break negative stereotypes and fight an oversight forced by the authoritarian regime. The consensus in the male dialogues showed the construction of the collective oral memory of workers, students and workers who were involved in the strikes and other movements subsequent to the fight of repression. The accounts also revealed constant negotiations, licenses, silence and boundaries between them. The perceived silence seen in the accounts was not just that related to that sponsored by the authoritarian regime, but also with respect to the near invisibility of women in the oral memory of men. In this sense, I tried to understand how gender relations are expressed in the formation of the collective memory on the 1968 strike in Osasco. Using the assumptions of oral history testimony, I tried to give attention to the forms of memory, the different meanings and the trauma that remained due to the consequences of the labor movement as experienced by each group as defined by their gender. In particular, through the narratives, I wanted to give visibility to women\'s history marked by the play of gender in the process of resistance to the dictatorship alongside men.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMeihy, Jose Carlos Sebe BomRovai, Marta Gouveia de Oliveira2012-10-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10012013-175034/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:35Zoai:teses.usp.br:tde-10012013-175034Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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