O fonoaudiólogo frente à fala sintomática de crianças
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-17012023-121938/ |
Resumo: | Esse trabalho discute a posição assumida pelo fonoaudiólogo frente à fala sintomática de crianças e, para isso, põe em questão a natureza da interpretação vigente na clínica de linguagem. A razão que justifica o direcionamento dado ao trabalho reside no fato de que uma teoria sobre a prática, capaz de explicar seja um sucesso, seja um fracasso terapêutico, não poderá ser alcançada antes de um levantamento prévio de questões decorrentes dessa clínica. A forte presença da noção de comunicação, em uma clínica oficializada como de linguagem, será ponto inicial de questionamento, uma vez que com a vigência de tal noção, a linguagem é reduzida a instrumento de troca e de expressão de realidades internas. Diante disso, pretende-se contrapor uma concepção de linguagem como funcionamento, a partir da reflexão de autores que, por admitirem a existência da ordem própria da língua, introduzem uma via alternativa para se pensar a comunicação e a produção de sentidos. Na discussão dos segmentos de sessão de terapia, atenção será dada ao fato de o fonoaudiólogo não se deixar afetar pelo jogo significante que compõe o todo da fala da criança, à medida que, frente a essa fala, a posição assumida por ele é identificada ou com a de \"senhor do sentido\", ou com a posição de professor. Por outro lado, serão assinaladas aquelas ocorrências em que, ao abandonar a posição de saber, o fonoaudiólogo escuta a densidade significante da fala da criança. Diferentemente dos anteriores, esses casos promovem a relação da criança com a própria fala e, por esse motivo, indicam uma possível direção para se pensar uma interpretação fonoaudiológica. Deve-se dizer que o Interacionismo, cujas bases foram assentadas por Cláudia de ) Lemos, é mantido em posição de alteridade, uma vez que a articulação língua-fala-sujeito, que constitui o cerne dessa teoria, permite tirar conseqüências sobre a posição do outro-terapeuta na clínica de linguagem |
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