Política pública de suplementação alimentar: caracterização do projeto Vivaleite no município de Santo André - São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viski, Marly Matiko
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-31102023-121930/
Resumo: Objetivo. Verificar se as diretrizes propostas no Projeto Vivaleite, no município de Santo André estão sendo seguidas e avaliar a prevalência de anemia entre os beneficiários. Metodologia. Através de entrevista com os responsáveis por 42 das 43 entidades que distribuem o Vivaleite em Santo André, foram identificados os critérios adotados para inclusão/exclusão das famílias cadastradas. Entre as famílias de 6 instituições selecionadas (amostra não probabilística) e que participaram do estudo (138 de 211 convocadas e há mais de 3 meses no Projeto), identificou-se a situação sócio-econômica (renda, escolaridade e trabalho), a ingestão referida de leite fortificado ou não e a prevalência de anemia. O diagnóstico de anemia foi feito pela dosagem da concentração de hemoglobina com sangue colhido por punção digital, sendo a leitura realizada no Hemocue e valor crítico 11,0 g [Hb]/dL. Resultados e discussão. As entidades credenciadas no Vivaleite, no município de Santo André, seguem critérios próprios para inclusão das crianças beneficiárias. Elas não priorizam as menores de 24 meses de idade, conforme estabelecido no Programa sendo que apenas 12,6% das crianças encontravam-se nesta faixa etária. O critério de renda para ingresso no Projeto Vivaleite (≤ 2 salários-mínimos) não foi atendido por 36,0% das famílias. Quanto à escolaridade 87,3% das mães e 85,8% dos pais não iniciaram o ensino médio sendo que mais de metade deles não passaram da 43 série escolar. Com relação ao trabalho, 24 entrevistados referiram que nenhum dos responsáveis (pai e mãe) estava trabalhando. Entre os pais, 31% estavam desempregados e 53,6% das mães trabalhavam. Nas famílias que referiram renda superior a 2 salários-mínimos, 83% das mães trabalhavam. A prevalência de anemia nas crianças amostradas foi de 55,1%, sendo que, entre as menores de 24 meses esse percentual elevou-se para 72,3%. As associações entre anemia e: idade, renda familiar, trabalho materno e freqüência em creche foram estatisticamente significativas, mas não foi observada a mesma significância entre anemia e escolaridade materna e com o n° total de crianças menores de 5 anos no domicílio. Com relação ao consumo de leite, 80,0% das mães referiram a ingestão, pela criança-alvo, de outro tipo de leite, sendo que, mesmo entre aquelas que referiram o consumo exclusivo do Vivaleite, o volume referido ultrapassava, em muito, aquele distribuído. Apesar da pequena credibilidade que se pode dar às respostas obtidas, observou-se elevado consumo de leite não fortificado (> 500 mL/dia). Destaca-se que as mães não diferenciavam a qualidade do leite fortificado do não fortificado. Para elas, o Vivaleite serve apenas para diminuir os gastos com a aquisição do produto. A baixa eficácia do programa no controle da anemia possivelmente pode ser justificada pela elevada ingestão de leite não fortificado juntamente com a baixa ingestão de leite fortificado. Considerações finais. Sugere-se: análise periódica da quantidade e composição dos nutrientes adicionados ao leite, revisão da forma como a prioridade dada para a idade está apresentada no Edital e como estão sendo operacionalizadas a captação e manutenção dos beneficiários. Além disso, atividades que levem à conscientização da importância do Vivaleite tanto para as entidades quanto para os beneficiários, podem contribuir para a valorização do programa entre os envolvidos e diminuição da prevalência da anemia.
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Entre as famílias de 6 instituições selecionadas (amostra não probabilística) e que participaram do estudo (138 de 211 convocadas e há mais de 3 meses no Projeto), identificou-se a situação sócio-econômica (renda, escolaridade e trabalho), a ingestão referida de leite fortificado ou não e a prevalência de anemia. O diagnóstico de anemia foi feito pela dosagem da concentração de hemoglobina com sangue colhido por punção digital, sendo a leitura realizada no Hemocue e valor crítico 11,0 g [Hb]/dL. Resultados e discussão. As entidades credenciadas no Vivaleite, no município de Santo André, seguem critérios próprios para inclusão das crianças beneficiárias. Elas não priorizam as menores de 24 meses de idade, conforme estabelecido no Programa sendo que apenas 12,6% das crianças encontravam-se nesta faixa etária. O critério de renda para ingresso no Projeto Vivaleite (≤ 2 salários-mínimos) não foi atendido por 36,0% das famílias. Quanto à escolaridade 87,3% das mães e 85,8% dos pais não iniciaram o ensino médio sendo que mais de metade deles não passaram da 43 série escolar. Com relação ao trabalho, 24 entrevistados referiram que nenhum dos responsáveis (pai e mãe) estava trabalhando. Entre os pais, 31% estavam desempregados e 53,6% das mães trabalhavam. Nas famílias que referiram renda superior a 2 salários-mínimos, 83% das mães trabalhavam. A prevalência de anemia nas crianças amostradas foi de 55,1%, sendo que, entre as menores de 24 meses esse percentual elevou-se para 72,3%. As associações entre anemia e: idade, renda familiar, trabalho materno e freqüência em creche foram estatisticamente significativas, mas não foi observada a mesma significância entre anemia e escolaridade materna e com o n° total de crianças menores de 5 anos no domicílio. Com relação ao consumo de leite, 80,0% das mães referiram a ingestão, pela criança-alvo, de outro tipo de leite, sendo que, mesmo entre aquelas que referiram o consumo exclusivo do Vivaleite, o volume referido ultrapassava, em muito, aquele distribuído. Apesar da pequena credibilidade que se pode dar às respostas obtidas, observou-se elevado consumo de leite não fortificado (> 500 mL/dia). Destaca-se que as mães não diferenciavam a qualidade do leite fortificado do não fortificado. Para elas, o Vivaleite serve apenas para diminuir os gastos com a aquisição do produto. A baixa eficácia do programa no controle da anemia possivelmente pode ser justificada pela elevada ingestão de leite não fortificado juntamente com a baixa ingestão de leite fortificado. Considerações finais. Sugere-se: análise periódica da quantidade e composição dos nutrientes adicionados ao leite, revisão da forma como a prioridade dada para a idade está apresentada no Edital e como estão sendo operacionalizadas a captação e manutenção dos beneficiários. Além disso, atividades que levem à conscientização da importância do Vivaleite tanto para as entidades quanto para os beneficiários, podem contribuir para a valorização do programa entre os envolvidos e diminuição da prevalência da anemia.Objective. To verify if the lines of direction proposed by the Vivaleite Project, in the city of Santo André, are being followed, and to evaluate the prevalence of anemia among the beneficiaries. Methodology. The responsible ones for 42 of the 43 entities that distribute the Vivaleite milk in Santo André were interviewed in order to identify the criteria adopted for inclusion/exclusion of the registered families). The following informations were obtained from the families of 6 selected institutions (non probabilistic sample), which took part in the study (138 of 211 called families and more than 3 months in the Project): the socioeconomic situation (income, education and work), if the fortified milk is being consumed, and the prevalence of anemia. The anemia diagnosis was made by the dosage of hemoglobin concentration in blood, through digital puncture; the reading was made following the Hemocue system and the critical value adopted was 11,0 g [Hb]/dL. Results and discussion. The Vivaleite qualified entities in the city of Santo André follow their own inclusion criteria for the beneficiary children. The children younger than 24 months do not take priority in the program, as established; only 12.6% of them presented this age. The criterion of income for ingression in the Vivaleite Project (2 minimum wages) was not followed by 36,0% of the families. As for education, 87.3% of the mothers and 85.8% of the fathers had not initiated the high school, and more than half of them had not passed the 43 degree at elementary school. With regard to the work, 24 interviewed people related that none of the responsible ones (father and mother) was working. Among the fathers, 31% were unemployed and 53.6% of the mothers were employed. In the families who related income superior to 2 minimum wages, 83% of the mothers were employed. The prevalence of anemia in the sampled children was 55,1%, and this percentage raised to 72,3% among the children younger than 24 months. The associations between anemia and age, family income, maternal work and frequency in day-care center were statistically significant; however, the same significance was not observed between anemia and maternal education and with total amount of children younger than 5 years in the domicile. With regard to the milk consumption, 80.0% of the mothers related that the \'\'target child\" was consuming another kind of milk. Moreover, even between the children referred to consume Vivaleite milk exclusively, the mentioned amount exceeded, considerably , the distributed amount. Despite the poor credibility of the given answers, a considerable non fortified milk consumption was observed (> 500 mL/day). It was outstanding the fact that the mothers did not differentiate the quality between the two kinds o f milk - the fortified and non fortified one. In their opinion, the Vivaleite milk is useful only because it reduces the expenses in general. The little effectiveness of the program in the anemia control can possibly be justified by the high consumption of non fortified milk and the low consumption of fortified milk. Final considerations. It is suggested: the regular analysis of the added nutrients in the milk; the revision of the age criteria presented by the Edictal and how the captation and maintenance of the beneficiaries work. Moreover, educational activities for the entities and the beneficiaries, aiming the consciousness of Vivaleite milk relevance can contribute for the program valorization by the people involved and the reduction of the anemia prevalence.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSzarfarc, Sophia CornbluthViski, Marly Matiko2004-01-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-31102023-121930/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-10-31T15:02:02Zoai:teses.usp.br:tde-31102023-121930Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-10-31T15:02:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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