Linguagem e cultura na construção da identidade do sem-terra

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zacchi, Vanderlei José
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-05022010-123559/
Resumo: Para os movimentos sociais, e principalmente o MST, o acesso ao poder, na sociedade atual, pode se dar pelo domínio de práticas discursivas possibilitadas por duas poderosas ferramentas: a língua inglesa e as novas tecnologias de comunicação. No entanto, ao usá-las, o MST coloca em xeque sua própria identidade, já que muitas vezes essas práticas discursivas estão relacionadas com seus adversários (ou seus Outros). O objetivo deste trabalho é analisar conflitos identitários no MST gerados pelo uso da língua inglesa e das novas tecnologias na articulação de uma resistência local e global a forças culturais, políticas e sociais hegemônicas, levando-se em consideração o contexto em que o movimento atua e no qual sua identidade é construída. Este trabalho se apoia sobre quatro temas principais: cultura, identidade, línguas e novas tecnologias. Cultura e identidade são conceitos dinâmicos e instáveis. Línguas e novas tecnologias não podem ser vistas como meras ferramentas. Elas desempenham um papel ativo na construção da identidade do sem-terra e estão estreitamente vinculadas à cultura. Portanto, uma ênfase nos conflitos pode ser útil para a promoção de reflexões e reconsiderações acerca dos conceitos de linguagem, cultura e identidade. Globalização e nacionalismo são temas que também recebem atenção considerável, já que o MST produz um forte discurso em favor das tradições culturais nacionais, o qual, por sua vez, está cada vez mais sendo contestado pela globalização econômica e cultural em processo atualmente. Narrativa, religião e ambientalismo são também aspectos analisados. A partir da pesquisa, foi possível concluir que conflitos e contradições, na ação ou na auto-representação, contribuem para intensificar a pluralidade do movimento e tanto refletem quanto definem as identidades dos sem-terra. A análise foi feita a partir de textos da página do MST na Internet e de boletins eletrônicos elaborados pelo movimento e por grupos a ele relacionados. Texto, neste caso, é entendido como sendo multimodal, de modo que imagens e outros modos de produção de significado foram também investigados. Foram analisados ainda textos impressos, retirados de suas publicações: Revista Sem Terra, de circulação bimestral, e Jornal Sem Terra, publicado mensalmente. Outras fontes também foram adotadas, como entrevistas com membros do movimento e um diário de campo elaborado a partir de visitas a assentamentos, secretarias e manifestações do MST.
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O objetivo deste trabalho é analisar conflitos identitários no MST gerados pelo uso da língua inglesa e das novas tecnologias na articulação de uma resistência local e global a forças culturais, políticas e sociais hegemônicas, levando-se em consideração o contexto em que o movimento atua e no qual sua identidade é construída. Este trabalho se apoia sobre quatro temas principais: cultura, identidade, línguas e novas tecnologias. Cultura e identidade são conceitos dinâmicos e instáveis. Línguas e novas tecnologias não podem ser vistas como meras ferramentas. Elas desempenham um papel ativo na construção da identidade do sem-terra e estão estreitamente vinculadas à cultura. Portanto, uma ênfase nos conflitos pode ser útil para a promoção de reflexões e reconsiderações acerca dos conceitos de linguagem, cultura e identidade. Globalização e nacionalismo são temas que também recebem atenção considerável, já que o MST produz um forte discurso em favor das tradições culturais nacionais, o qual, por sua vez, está cada vez mais sendo contestado pela globalização econômica e cultural em processo atualmente. Narrativa, religião e ambientalismo são também aspectos analisados. A partir da pesquisa, foi possível concluir que conflitos e contradições, na ação ou na auto-representação, contribuem para intensificar a pluralidade do movimento e tanto refletem quanto definem as identidades dos sem-terra. A análise foi feita a partir de textos da página do MST na Internet e de boletins eletrônicos elaborados pelo movimento e por grupos a ele relacionados. Texto, neste caso, é entendido como sendo multimodal, de modo que imagens e outros modos de produção de significado foram também investigados. Foram analisados ainda textos impressos, retirados de suas publicações: Revista Sem Terra, de circulação bimestral, e Jornal Sem Terra, publicado mensalmente. Outras fontes também foram adotadas, como entrevistas com membros do movimento e um diário de campo elaborado a partir de visitas a assentamentos, secretarias e manifestações do MST.Access to power in nowadays society can be gained through the control over discourse practices made possible by the use of two powerful tools: the English language and the new technologies of communication. That is true also for social movements around the world, especially the MST, Brazils Landless Workers Movement. However, by making use of these tools, the MST may jeopardize its own identity, since they are usually related to its opponents (or its Others). This work examines the identity conflicts stemming from MSTs use of English and new technologies in the articulation of local and global resistance against cultural, political and social hegemonic forces, taking into consideration the context in which the movement operates and in which its identity is constructed. It is based on four main themes: identity, culture, languages and new technologies. Culture and identity are everchanging concepts. Languages and new technologies cannot be seen as mere tools. They take an active role in the construction of the landless identity. Likewise, they are strictly tied to culture. Therefore, an emphasis on conflicts may be useful for the promotion of reflections and reconsiderations on the concepts of language, culture and identity. Globalisation and nationalism are themes that also received considerable attention, since the MST produces a strong discourse in favour of national culture and traditions, which, on the other hand, is gradually being challenged by the cultural and economic globalisation in course nowadays. Other aspects analysed in this work involve narrative, religion and ambientalism. The research concluded that conflicts and contradictions, in the actions as well as in the selfrepresentation of the landless, are useful for enhancing the plurality of the movement and they both reflect and shape the landless identity. The corpus is comprised of a selection of texts from the movements official website and from electronic bulletins and newsletters sent by the MST and other groups related to it. Text is understood here as being multimodal, so that images as well as other modes of meaning-making were examined. Printed texts were also analyzed, especially those from the MSTs publications: Revista Sem Terra, a bimonthly magazine, and Jornal Sem Terra, a monthly newspaper. Other sources were also adopted: interviews with members of the movement and a field diary based on visits to MST settlements, offices and demonstrations.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMór, Walkyria Maria MonteZacchi, Vanderlei José2009-11-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-05022010-123559/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:01Zoai:teses.usp.br:tde-05022010-123559Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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